Tati Minerato participou da gravação de um clipe promocional do Corinthians
Musa do Corinthians critica marias-chuteiras e quer virar jornalista quando deixar de ser modelo
Adriano WilksonDo UOL, em São Paulo
Tatiane Minerato tem um corpo que parece ter sido esculpido por uma máquina de modelar. Desde os 14 anos, ela persegue um sonho: ser musa de uma das maiores torcidas do Brasil. Nesta semana, Tati posou para fotos vestindo apenas lingeries licenciadas pelo Corinthians, clube para o qual diz torcer “desde o útero da mãe”.
Antes, ela já havia gravado um vídeo para convidar os torcedores alvinegros a ir ao Japão torcer pela equipe de Tite durante o Mundial de Clubes da Fifa. Como rainha de bateria da escola de samba Gaviões da Fiel, Tati não parece ter tido muita dificuldade para se tornar a musa oficial do Corinthians. Ela divide o posto com sua inseparável irmã Ana Paula.
Mas só parece que foi fácil para Tati ocupar o posto. Para manter as medidas, ela diz que vai três vezes por semana à academia (“treinar”, como ela diz) e faz uma dieta com base em proteínas e suplementos alimentares. Evita doces, gorduras e excessos.
Abandonou a incipiente carreira de triatleta, que começou aos 14 anos, para se tornar “gostosa profissional”. Hoje ela vive de aparições públicas, eventos publicitários e shows que exploram as curvas de seu corpo e sua beleza.
“Não sei bem quando essa virou minha profissão”, afirma. “As coisas foram acontecendo naturalmente, as pessoas iam me chamando para as coisas, e eu sempre achei uma honra e um orgulho representar a torcida corintiana.”
No clássico contra o Palmeiras, no domingo, Tati diz que estará na torcida, no meio da Gaviões, organizada que, segundo ela, se tornou sua família. “Todos sempre me respeitaram, nunca me trataram mal”, afirma a modelo, negando que tenha medo de frequentar estádios de futebol em dias de clássico.
Mas ela sabe que sua profissão não durará para sempre. Quando deixar de ser musa, Tatiane quer virar jornalista, razão pela qual está na faculdade estudando a carreira. Espera ter oportunidade de apresentar algum programa de televisão. “Já tive conversas sobre isso, mas não posso adiantar nada, é surpresa”, despista.
Pelo sonho de ser jornalista, Tati diz ter esquecido a vontade se tornar uma panicat. Assim são chamadas as assistentes de palco do programa Pânico na Band. Sua irmã já conseguiu. Neste ano, surgiram notícias de que as duas teriam implorado ao diretor do programa por uma vaga na atração. Tati nega. “É tudo mentira e casou um grande problema para mim. Hoje estou pensando em outros projetos, quero terminar a minha faculdade e trabalhar com jornalismo”, diz.
Com a experiência de anos circulando no mundo do futebol, entre jogadores, cartolas e torcedores, Tati reconhece que há machismo no meio, mas nega que tenha se sentido ameaçada ou agredida por cantadas em estádios. “O pessoal grita ‘gostosa’, mas é normal, nunca me desrespeitaram.”
Críticas ela só dirige a outras mulheres chamadas por ela de “piriguetes” e “marias-chuteiras”: interesseiras que se aproximam de jogadores apenas por fama e/ou dinheiro.
“Tem muitas dessas, acho horrível. A gente percebe logo o interesse, acho muito feio. Elas querem casar com os caras, gastar o dinheiro deles, e não têm nada na cabeça”, dispara a loura. Mas será que ela nunca se relacionou com nenhum boleiro? “Não. Sou casada há quatro anos e nunca me envolvi com ninguém [do futebol]. É o meu trabalho.”
E que os jogadores do Corinthians não se animem muito quando virem Tati circulando pelos estádios com suas tradicionais roupas minúsculas. A musa afirma que não há nenhum jogador no atual elenco alvinegro que seja qualquer coisa próxima de bonito. “Beleza não é o forte desse time”, conclui, entre risos.
Entre os atletas, ela nutre admiração por Ronaldo (“eterno ídolo do Corinthians”), Cássio e Emerson Sheik (“os mais importantes no título da Libertadores”). E também nutre desprezo por outras mulheres que, segundo ela, invejam seu corpo modelar.
Mesmo com horas de academia e controle rigoroso na dieta, Tati não se sentia satisfeita com sua aparência e recorreu ao bisturi para aumentar os seios com silicone. Virou defensora ferrenha da cirurgia plástica. A reportagem do UOL Esporteperguntou como ela respondia à crítica moderna sobre a busca do corpo perfeito a qualquer custo.
Tendo um corpo modelar, será que ela não se sente responsável por afetar a autoestima de milhões de mulheres que exibem estruturas físicas “normais”, cheinhas aqui, magrinhas ali?
“Sinceramente? Acho que tem muita inveja nisso. A mulherada critica, mas no fundo queria ter um corpo assim. Não ligo para críticas, elas não me afetam”, rebateu a modelo.
A torcida do Corinthians ainda não sabe quem são os jogadores que o técnico Tite levará ao Japão. Mas é provável que as irmãs Tati e Ana Paula Minerato estejam lá. Tati diz não se importar com o provável frio que se abaterá sobre a capital japonesa e nem com a dificuldade de usar biquíni nessas condições. “Estamos preparadas para tudo”, garante. E ri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário