Pode chegar a 50 o número de envolvidos no esquema de fraudes no sistema público de saúde do Estado de São Paulo investigado pela Operação Hipócrates. De acordo com o Ministério Público Estadual (MP-SP), testemunhas e pacientes estão se apresentado espontaneamente para fazer novas denúncias relacionadas aos crimes sob investigação. Promotores de Sorocaba pediram hoje a prorrogação da prisão temporária de oito suspeitos que continuam presos no batalhão da Polícia Militar (PM). O esquema teria desviado pelo menos R$ 2 milhões de recursos da saúde recebendo por plantões médicos que nunca foram dados.
Em entrevista conjunta com os delegados Wilson Negrão e Rodrigo Ayres, da Polícia Civil de Sorocaba, os promotores Claudio Bonadia de Souza e Maria Aparecida Castanho confirmaram indícios de envolvimento, no esquema, do ex-secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado, Jorge Pagura. O ex-secretário, que deixou o cargo após a denúncia, será investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, órgão máximo do Ministério Público. "Vamos encaminhar as peças do inquérito ao procurador-geral (Fernando Grella Vieira), pois ele é que tem a atribuição de investigar um secretário de Estado", disse a promotora.
Já o ex-coordenador de Serviços de Saúde da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Ricardo Tardelli, será intimado para prestar depoimento em Sorocaba ainda esta semana. Ele pediu demissão hoje, depois de ter seu nome vinculado à investigação das fraudes. Em nota, Tardelli negou envolvimento, mas afirmou ter tomado a decisão de sair para garantir transparência nas investigações.
De acordo com a promotora, testemunhas e pacientes do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), foco principal do esquema, estão comparecendo espontaneamente para contribuir com a investigação. Pelo menos 30 pessoas já foram ouvidas. "Nesta primeira fase, pegamos os principais articuladores e, na sequência, vamos atrás dos que se beneficiaram com a fraude", disse. O trabalho de apuração não tem prazo para terminar e será retroativo apenas aos últimos três anos. Segundo a promotora, além dos plantões fantasmas, há indícios de irregularidades em compras e serviços. "Todos serão investigados pela prática de crimes que vão de desvio de dinheiro público a falsificação e formação de quadrilha."
Das 13 pessoas que tiveram a prisão decretada, entre elas seis médicos, dois dentistas, uma enfermeira e dois empresários, quatro foram libertadas, três delas por colaborar com a investigação. O ex-diretor do CHS, Heitor Consani, foi solto mediante habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, mas os promotores voltaram a pedir sua prisão e aguardavam a decisão. De acordo com Souza, ele é peça-chave no inquérito e uma possível fuga do médico pode prejudicar as investigações.
A polícia continua à procura da dentista Tânia Maris de Paiva, a única dos investigados que está foragida.
Por José Maria Tomazela Agência Estado
Em entrevista conjunta com os delegados Wilson Negrão e Rodrigo Ayres, da Polícia Civil de Sorocaba, os promotores Claudio Bonadia de Souza e Maria Aparecida Castanho confirmaram indícios de envolvimento, no esquema, do ex-secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado, Jorge Pagura. O ex-secretário, que deixou o cargo após a denúncia, será investigado pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, órgão máximo do Ministério Público. "Vamos encaminhar as peças do inquérito ao procurador-geral (Fernando Grella Vieira), pois ele é que tem a atribuição de investigar um secretário de Estado", disse a promotora.
Já o ex-coordenador de Serviços de Saúde da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Ricardo Tardelli, será intimado para prestar depoimento em Sorocaba ainda esta semana. Ele pediu demissão hoje, depois de ter seu nome vinculado à investigação das fraudes. Em nota, Tardelli negou envolvimento, mas afirmou ter tomado a decisão de sair para garantir transparência nas investigações.
De acordo com a promotora, testemunhas e pacientes do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), foco principal do esquema, estão comparecendo espontaneamente para contribuir com a investigação. Pelo menos 30 pessoas já foram ouvidas. "Nesta primeira fase, pegamos os principais articuladores e, na sequência, vamos atrás dos que se beneficiaram com a fraude", disse. O trabalho de apuração não tem prazo para terminar e será retroativo apenas aos últimos três anos. Segundo a promotora, além dos plantões fantasmas, há indícios de irregularidades em compras e serviços. "Todos serão investigados pela prática de crimes que vão de desvio de dinheiro público a falsificação e formação de quadrilha."
Das 13 pessoas que tiveram a prisão decretada, entre elas seis médicos, dois dentistas, uma enfermeira e dois empresários, quatro foram libertadas, três delas por colaborar com a investigação. O ex-diretor do CHS, Heitor Consani, foi solto mediante habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, mas os promotores voltaram a pedir sua prisão e aguardavam a decisão. De acordo com Souza, ele é peça-chave no inquérito e uma possível fuga do médico pode prejudicar as investigações.
A polícia continua à procura da dentista Tânia Maris de Paiva, a única dos investigados que está foragida.
Por José Maria Tomazela Agência Estado
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