Elas
pediram justiça social e ambiental durante a Rio+20 nesta segunda.
Integrantes
de 31 entidades feministas tiraram a camisa durante a Marcha das Mulheres, no
começo da tarde desta segunda-feira (18). Cerca de 5 mil mulheres circularam
pelo Centro do Rio e provocaram congestionamento na região, segundo informações
da CET-Rio.
O
grupo seguiu pelas avenidas Almirante Barroso, Rio Branco e Nilo Peçanha e pela
Rua da Assembleia, onde interromperam a caminhada no Largo da Carioca. A manifestação foi seguida por outra feita
por indígenas de várias partes do país. Eles reivindicaram a demarcação de
terras e exploração de territórios.
Mulheres protestam nas ruas do Rio para dizer
que corpo delas não é objeto (Foto: Glauco Araújo/G1)
Para
Alessandra Guerra, do grupo Tambores de Safo, de Fortaleza, a oportunidade
serviu para mostrar que as mulheres ainda não têm espaços e oportunidades
iguais às dos homens. "Nós também sentimos calor e queremos tirar a camisa
sem sermos olhadas pelos homens como objetos, como carne. Somos pessoas como as
outras e queremos ter esse direito."
"Somos
um grupo de mulheres lésbicas e bissexuais que usa o batuque para fazer
revolução. Estamos acompanhando a agenda da Cúpula dos Povos. Temos uma programação
política e vamos acompanhar todas as marchas", disse Alessandra, que
reclamou dos olhares sexualizados de alguns homens durante a caminhada no Rio.
"A
gente até espera a reação das pessoas quando tiramos a camisa. Tentamos quebrar
esse tabu porque faz parte da nossa cultura. Tanto homem como mulher se
assustam com isso. O corpo da mulher precisa ser guardado por uma razão que não
se sabe. Se usamos uma saia curta é porque queremos ser estupradas. Porque a
sociedade não ensina os homens a não estuprar?", afirmou Alessandra, que é
paulista e vive em Fortaleza há nove anos.
A
estudante de engenharia ambiental Ludmila Rentas disse que a mulher precisa
conquistar mais respeito dos homens. "É um absurdo. Estamos num país que
adora exportar o carnaval, a nudez, o brilho e todo esse glamour que existe no
carnaval, mas a mulher está se tornando um mero material para o prazer do
homem. A gente luta por igualdade e respeito, não é uma visão machista e sexual
que a gente espera."
Segundo
ela, o homem ainda não está acostumado a ver uma mulher sem camisa. "O
homem precisa aprender a olhar uma mulher com os seios de fora", disse
Ludmila.
Mulheres do grupo Tambores de Safo tocaram
percussão e tiraram a camisa durante o protesto no Centro do Rio de Janeiro
(Foto: Glauco Araújo/G1)
Glauco
AraújoDo G1 RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário