“Isso é
muito pouco perto do sofrimento que eles tão fazendo muita gente passar. O
prejuízo deles é quase nenhum comparado ao das pessoas que eles tão
prejudicando.”. A frase é de uma das lideranças dos cerca de vinte índios
munduruku que vieram de Jacareacanga para Altamira, participar da Xingu + 23.
No início
da tarde do último sábado (16), acompanhados de cerca de cem manifestantes, os
índios fizeram um protesto que teve como resultado computadores, telefones,
aparelhos de ar-condicionado e documentos destruídos em cerca de 15 salas de
escritórios de uma das áreas de construção do gigantesco canteiro da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte.
Andando
pela Transamazônica empoeirada, os manifestantes entraram por um dos portões da
obra que leva a uma espécie de refeitório. Em seguida, após uma breve parada na
vila, uma nova marcha, de aproximadamente 300 metros, até o portão que leva a
escritórios e salas de técnicos, onde objetos e placas foram quebrados. “A
gente já tá cansado de tanto desrespeito com o nosso povo. Essa hidrelétrica é
criminosa e desleal. Nós não vamos nos vender por dinheiro”, declarou José
Nildo Paigô, chefe da tribo dos munduruku do rio Cururu, na missão São
Francisco.
Lá, cerca
de 500 indígenas estão preocupados e não querem que a situação das pessoas da
vila Assurinin, uma das que serão inundadas com a construção de Belo Monte, se
repita. “Eles sabem que vai dar problema e não resolvem antes. Só sai promessa.
Eu não quero proibir o serviço deles. Só queria que regularizassem e resolvessem
os problemas”, fala Francisco José Ferreira, 59 anos, morador da vila com cerca
150 famílias que estão sendo desapropriadas. “As famílias não estão sendo
indenizadas e o que está sendo prometido não está sendo cumprido. Não vou
aceitar isso só porque estão empurrando pela garganta”, afirma o padre Alínio
Bervian, da prelazia do Xingu.
O
encontro Xingu + 23 começou na última terça-feira (13) e terminou ontem. Na
sexta-feira (15), os manifestantes ocuparam por um dia uma das “ensecadeiras”,
espécie de barragem provisória, da hidrelétrica. Depois de duas décadas do 1º
Encontro dos Povos do Xingu, que impediu o primeiro projeto de barramento do
rio Xingu, novos protestos tentam conter a construção acelerada de Belo Monte.
Não houve
resistência ou qualquer reação por parte da segurança privada do consórcio
Norte Energia, que não impediu a manifestação. “Acredito que parar Belo Monte é
necessário. Sabe-se que é um projeto violento, que vem sendo ‘enfiado goela
abaixo’ pelo Governo Federal. Participar do Xingu + 23 só reforça nossa
indignação e nossa força para, juntos com a comunidade e os povos indígenas,
barrarmos esta hidrelétrica”, declara Évila dos Anjos, 24 anos, do coletivo
Vamos à Luta.
INVESTIGAÇÃO
O
consórcio Norte Energia, disse que as imagens e fotos feitas no local foram
encaminhadas à Polícia Federal e também à Casa Civil da Presidência da
República, por se tratar de uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC).
No sábado
mesmo, foi registrado um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Altamira.
Segundo a assessoria, até agora, com as primeiras imagens não se consegue
identificar quem foram as pessoas que destruíram os equipamentos.
Fonte:
Diário do Pará
Aconteceu no dia 14 de
junho de 2012 em Itaituba, audiência pública para licença de instalação do
projeto tocantinzinho.
À audiência
contou com a presença de varias autoridades do governo estadual, municipal e
várias lideranças de diversos setores, o evento foi coordenado pelo secretario
de estado de meio ambiente o senhor José colares. O senhor Líncon diretor da
Brasauro Recursos Minerais que é proprietária do projeto informou que Novo
Progresso também será de grande importância para o projeto, pois precisaremos
de mão de obra da região, isso é um dos compromissos do projeto afirmou o
Diretor da empresa, além da compra de materiais e insumos básicos. Considerando
que o projeto se encontra na APA do tapajós, tendo como ponto de acesso a
rodovia transgarimpeira, adentrando 68 km tendo como ponto de partida, a
entrada do garimpo mamoal, com isso a energia para o projeto será ligada no
Município de Novo Progresso.
. A mina têm
60 toneladas de ouro comprovada, com possibilidade de aumento ao longo da pesquisa,
foi informado ainda que a MINA terá vida útil de aproximadamente 12 anos, e
produzirá em média 4,9 toneladas de ouro ao ano, e vai gerar 600 empregos
diretos dentre eles muitos serão técnicos em mineração, por isso acredito que o
curso de técnico em mineração será de grande importância para o Município de
Novo Progresso.
A direção de
Empresa informou ainda que a Brasauro Recursos Minerais investirá 385 Milhões
de dólares no projeto Tocantinzinho.
Mais tarde
em reunião com o Secretario de Meio Ambiente o senhor José Colares e várias
outras lideranças do Estado, ICMBIO e um grande grupo de garimpeiros, o
Secretario foi taxativo quando disse ( A SITUAÇÃO DAS PC NO GARIMPO É GRAVE, A
DEGRADAÇÃO ESTÁ DESCONTROLADA, MEDIDAS RIGOROSAS SERÃO TOMADAS. )
Fica aí um
alerta para os proprietários de PC, que nem se quer vai ao sindicato pra se
informar como está a situação ambiental na região.
Por:Joãp Garimpeiro, para o Jornal Povos da Amazônia
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