Em sua primeira reunião de 2012, a Comissão de Ética
Pública da Presidência da República abriu procedimento para investigar
consultorias realizadas pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento,
Indústria e Comércio) entre os anos de 2009 e 2010.
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Há suspeitas de tráfico de influência nessa atividade, o que
o ministro, amigo de longa data da presidente Dilma Rousseff, nega.
A Folha tentou contato com a assessoria de imprensa do
ministro, mas não obteve retorno. Após participar da posse da nova presidente
da Petrobras, Graça Foster, Pimentel viajou aos Emirados Árabes para cumprir
agenda de trabalho.
O caso será relatado pelo conselheiro Fábio Coutinho --com
base em relatório elaborado por ele, a comissão deverá decidir em sua próxima
reunião, em março, se dá continuidade ao processo ou se ele será arquivado.
A Comissão de Ética iniciou a investigação a partir de
pedido do PSDB, protocolado em dezembro, para abertura de processo
administrativo para a apuração da conduta do ministro. Na ocasião, o partido
afirmou que solicitou o processo "em razão da possível prática de ato
atentatório contra os princípios éticos que norteiam as atividades dos órgãos
superiores da Presidência da República e a quebra de decoro por parte do
representado".
Em entrevista à Folha em dezembro do ano passado, Pimentel
disse que informou a comissão sobre seus negócios antes de assumir o cargo no
governo Dilma.
Alan Marques-9.dez.2011/Folhapress
Ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) mostra
documentos sobre consultoria durante entrevista à Folha
Ele teria se afastado da empresa em 10 de dezembro de 2010.
Na ocasião, o ministro afirmou ainda que não tinha falado sobre seus clientes,
contratos e valores recebidos à presidente Dilma antes de tomar posse.
CARLOS LUPI
Em novembro do ano passado, a Comissão de Ética Pública
recomendou, por unanimidade, a exoneração de Carlos Lupi do cargo de ministro
do Trabalho.
Lupi respondia a suspeitas de irregularidades em convênios
de sua pasta com entidades ligadas ao seu partido, o PDT. A decisão foi tomada
na última reunião de 2011 da comissão.
No dia seguinte, a presidente Dilma pediu à Casa Civil que
encaminhasse ao grupo uma solicitação sobre os motivos que embasaram a decisão
do colegiado. Ela não havia sido informada previamente da posição da Comissão
de Ética.
Três dias depois, o ministro entregou seu cargo. Em nota,
ele apontou a "condenação sumária" da Comissão de Ética da
Presidência da República e a "perseguição política e pessoal da
mídia" como os motivos da demissão.
Desde o início da gestão da presidente Dilma, sete ministros
deixaram o governo por denúncias de irregularidades. O primeiro a sair do
governo nessa situação foi o então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
O petista pediu demissão após a Folha revelar que ele fez
negócios como consultor.
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
Fonte: folha.uol.com
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