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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Comissão de Ética da Presidência decide investigar Pimentel.


Em sua primeira reunião de 2012, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu procedimento para investigar consultorias realizadas pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) entre os anos de 2009 e 2010.
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Há suspeitas de tráfico de influência nessa atividade, o que o ministro, amigo de longa data da presidente Dilma Rousseff, nega.

A Folha tentou contato com a assessoria de imprensa do ministro, mas não obteve retorno. Após participar da posse da nova presidente da Petrobras, Graça Foster, Pimentel viajou aos Emirados Árabes para cumprir agenda de trabalho.

O caso será relatado pelo conselheiro Fábio Coutinho --com base em relatório elaborado por ele, a comissão deverá decidir em sua próxima reunião, em março, se dá continuidade ao processo ou se ele será arquivado.

A Comissão de Ética iniciou a investigação a partir de pedido do PSDB, protocolado em dezembro, para abertura de processo administrativo para a apuração da conduta do ministro. Na ocasião, o partido afirmou que solicitou o processo "em razão da possível prática de ato atentatório contra os princípios éticos que norteiam as atividades dos órgãos superiores da Presidência da República e a quebra de decoro por parte do representado".

Em entrevista à Folha em dezembro do ano passado, Pimentel disse que informou a comissão sobre seus negócios antes de assumir o cargo no governo Dilma.

Alan Marques-9.dez.2011/Folhapress

Ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) mostra documentos sobre consultoria durante entrevista à Folha
Ele teria se afastado da empresa em 10 de dezembro de 2010. Na ocasião, o ministro afirmou ainda que não tinha falado sobre seus clientes, contratos e valores recebidos à presidente Dilma antes de tomar posse.

CARLOS LUPI

Em novembro do ano passado, a Comissão de Ética Pública recomendou, por unanimidade, a exoneração de Carlos Lupi do cargo de ministro do Trabalho.

Lupi respondia a suspeitas de irregularidades em convênios de sua pasta com entidades ligadas ao seu partido, o PDT. A decisão foi tomada na última reunião de 2011 da comissão.

No dia seguinte, a presidente Dilma pediu à Casa Civil que encaminhasse ao grupo uma solicitação sobre os motivos que embasaram a decisão do colegiado. Ela não havia sido informada previamente da posição da Comissão de Ética.

Três dias depois, o ministro entregou seu cargo. Em nota, ele apontou a "condenação sumária" da Comissão de Ética da Presidência da República e a "perseguição política e pessoal da mídia" como os motivos da demissão.

Desde o início da gestão da presidente Dilma, sete ministros deixaram o governo por denúncias de irregularidades. O primeiro a sair do governo nessa situação foi o então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

O petista pediu demissão após a Folha revelar que ele fez negócios como consultor.


FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA


Fonte: folha.uol.com

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