Santarém - No dia 20 de abril, sexta-feira, quando o
filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” tem estréia
nacional, sua protagonista, Camila Pitanga, estará na cidade de Santarém onde
grande parte do filme foi gravado, para apresentar a obra à população local.
Juntamente com a atriz, seu parceiro na trama, o ator Gustavo Machado e os
diretores Beto Brant e Renato Ciasca estarão na cidade.
A exibição acontecerá
no auditório do Hotel Amazônia Boulevard, em duas sessões às 20:00h e às
22:00h.
O “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos
lábios” é baseado no livro homônimo de Marçal Aquino. Estrelado por Camila
Pitanga, Gustavo Machado e Zecarlos Machado, “Eu Receberia…” já possui um
invejável currículo de prêmios, como o de Melhor Atriz no Festival do Rio 2011,
Melhor Ator (para Zecarlos Machado) no Amazonas Film Festival 2011, Melhor
Longa de Ficção na Mostra Internacional de São Paulo e Melhor Filme no Festival
Cine Iberoamericano de Huelva 2011.
Trata-se de um triângulo amoroso que envolve Cauby
(Gustavo Machado), um fotógrafo cético em relação ao amor, que decidiu largar
seu trabalho em uma revista semanal em São Paulo para conhecer o interior do
Brasil. Devotado à beleza, ele encontra no lindo cenário amazônico a bela e
instável Lavínia (Camila Pitanga), mulher do pastor Ernani (Zecarlos Machado),
homem que acredita ser possível consertar as contradições humanas. Mas no meio
da floresta ainda existem lugares onde a honra se lava com sangue e Cauby não
imaginava que acabaria envolvido num triângulo amoroso imprevisível, fazendo
com que ele perdesse o controle da própria vida.
A estrela de filmes como Caramuru – A Invenção do Brasil,
de Guel Arraes, e Saneamento Básico, de Jorge Furtado, além de diversas
minisséries e novelas, Camila Pitanga, conquistou, como ela mesma define,
“território novo” ao aceitar o convite para atuar em “Eu Receberia...”. Para
dar conta da personagem, Camila conta que entrou em contato com seus limites,
como ser humano e como atriz. “Foi um processo de transformação muito grande. E
isso também requer muita confiança nos diretores. Foi fundamental eu me sentir
como me senti, acolhida”.
Camila se lembra de um clima excepcional na produção:
“Foi quando a gente foi filmar em São Pedro, uma comunidade no rio Arapiuns, em
Santarém. Alí a equipe já estava completamente consolidada como núcleo
artístico, familiar, amizade, saudade que a gente sente até hoje um do outro.
Tivemos esse momento idílico quando a equipe toda ficou num barco, foi um
processo de trabalho extraordinário. Um comprometimento artístico como poucas
vezes eu vivi”. Camila também nunca havia estado no Pará. “Era tudo novo,
fantasticamente novo, envolvente. Vivi aquela terra, aquelas pessoas de maneira
muito forte”.
A espera de cinco anos entre a compra dos direitos do
livro, e a captação e preparação para as filmagens, também implicou em algumas
atualizações da trama, especialmente do contexto político, levando os diretores
a substituir a questão do garimpo, candente no livro, pelo desmatamento, no filme.
Ciasca explica a troca: “É uma questão que está acontecendo neste momento. O
garimpo saiu do quadro porque ele foi evento há dez anos atrás. A gente trouxe
a história para o presente. E o que a gente filma ali está acontecendo neste
exato momento”.
A partir de um contato com a ONG Saúde e Alegria, que
atua nas comunidades ribeirinhas de Santarém, os diretores descobriram o
Movimento em Defesa da Vida e da Cultura do Rio Arapiuns, em que se inserem os
“índios resistentes” – como se autodenominam índios que não habitam reservas
mas lutam pelo reconhecimento de seus direitos como povos indígenas,
reivindicando demarcação de seus territórios e o fim do manejo ilegal de
madeira na região. Do Movimento também tomam parte não índios, todos unidos na
luta pela proteção e manutenção do lugar em que vivem.
Beto conta: “Nós vimos ali um conflito que estava
realmente acontecendo e envolvendo pessoas que defendiam a terra. Não estavam
de passagem, como os garimpeiros. Eram nativos, que tinham ancestrais ali,
gerações e gerações defendendo a terra, com um desejo de ocupação, não de
exploração. Naquele momento, a gente viu que o conflito era atual e que seria
muito legal tomar o partido dessas pessoas que têm essa ligação com a terra e
estão defendendo o direito ancestral de morar naquele lugar”.
E assim a trama foi contextualizada pelos diretores, que
colocaram lideranças reais, como Dinael Cardoso e Odair Borari, este da Aldeia
Novo Lugar no Maró, atuando no filme, reproduzindo a manifestação em que
comunitários do Arapiuns bloquearam a passagem de balsas que carregavam madeira
ilegal. Do Projeto Saúde e Alegria, Beto e Renato trouxeram para o elenco a
grande estrela do Circo Mocorongo, Magnólio de Oliveira, que faz o papel de
Chico Chagas. Além desta contextualização, o filme está recheado com as belas
paisagens da região do Tapajós e Arapiuns.
SERVIÇO
DATA DA EXIBIÇÃO: DIA 20 DE ABRIL/2012
EXIBIÇÃO GRATUITA - PARA MAIORES DE 16 ANOS
1a Sessão: 20:00h – Somente para convidados
2a sessão 22:00h – Para público em geral, primeiras 500
pessoas que chegarem para retirar convite na portaria.
LOCAL: Auditório do Hotel Amazônia Boulevard
Av. Mendonça Furtado, nº 2946 - Fátima
Fonte: PMS
Especialista defende no Rio de Janeiro nacionalização da
Amazônia
Ambientalista diz que a velocidade do desmatamento na
Amazônia caiu, mas ainda é muito alta
O ambientalista Caetano Scannavino, morador e
especialista da região amazônica, cobrou mais atuação do Brasil no
desenvolvimento do território. Ele defende que os demais estados brasileiros,
sobretudo, o eixo Rio-São Paulo, devem “nacionalizar a Amazônia”, ou seja, se
preocupar em se apropriar e conhecer melhor a região. Segundo Scannavino, há
ainda uma responsabilidade de todo o país com relação a este território.
Coordenador da ONG Projeto Saúde e Alegria, Scannavino participou do evento “No
Caminho da Rio+20″, no Rio. Ainda de acordo com o especialista, a parcela de
responsabilidade é também de países que usufruem dos recursos da Amazônia.
O custo é local, mas o benefício é global. É um fato que
o Brasil precisa de recursos. Só nós não temos condições de arcar com o
desenvolvimento sustentável da Amazônia. Isso não significa que perderíamos a
soberania do território — afirmou Scannavino.
Caetano Scannavino
O ambientalista disse que o Brasil pode ser vanguardista
no questão do desenvolvimento social aliado ao econômico e ambiental na
Amazônia, e vê na Rio+20 uma oportunidade de inserir o tema. Ainda assim, ele
tem uma visão cética da conferência com relação à assinatura de acordos. Com
base no Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal
(Prodes), Scannavino mostrou que houve redução na destruição da floresta: em
1988, cerca de 21 mil quilômetros quadrados foram devastados. Em 2010, este número
foi para cerca de seis mil quilômetros. Scannavino credita a redução a
políticas públicas, mas reafirma que o desmatamento ainda é considerado rápido.
A velocidade das ações ainda não acompanha a velocidade
da destruição do meio ambiente — disse.
Fonte: O Globo
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