Eduardo Toledo na área desmatada e com os sócios
Joelcio Camilo e Prefeito Vando
Área de APP devastada pela empresa Onix para
abertura da estrada ao porto
Uma pessoa nomeada pelo ministro de minas e energia
Edison Lobão, alojada no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) se
juntou a um grupo de empresários para fraudar títulos minerários com o objetivo
de extrair ilegalmente areia e seixo nas proximidades das obras de Belo Monte.
Pior: o produto estava sendo vendido para a própria obra, tocada pelo Consórcio
Construtor Belo Monte.
Nomeado pelo Ministro de Minas e Energia, o chefe do
DNPM do Pará, João Bosco Pereira Braga, está sob investigação da Polícia
Federal, denunciado de beneficiar ilegalmente a empresa Ônix Empreendimentos
Minerários, com sede em Altamira e ligada ao Grupo CR Almeida, acusado de
promover uma das maiores grilagens do mundo.
O Inquérito Policial nº 213/2012 investiga uma mega fraude envolvendo
João Bosco e o advogado Eduardo Toledo, dono da Ônix Mineração e diretor do
grupo CR Almeida.
A fraude apurada pela Polícia Federal paraense gerou
diversos crimes ambientais praticados pela Ônix, conforme comprovou recente
operação de fiscalização conjunta da Divisão Especializada em Meio Ambiente da
Polícia Civil (DEMA) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) realizada
no local. A Polícia Federal quer saber porque o chefe do DNPM liberou de forma
ilegal a extração de minério sem qualquer licenciamento e o grau de proximidade
entre João Bosco e o advogado Eduardo Toledo, da Ônix.
Os sócios Joelcio Camilo, Eduardo Toledo e Vando
(prefeito de Vitória do Xingu)
O inquérito da PF, ao qual a reportagem de O IMPACTO
teve acesso, aponta que a empresa Ônix Empreendimentos Minerários se juntou ao
chefe do DNPM do Pará para fraudar títulos minerários de jazidas de areia e
seixo no Município na divisa dos municípios de Vitória do Xingu e Anapu.
Segundo a denúncia, de posse de títulos fraudulentos e de licenças precárias e
irregulares expedidas pelas prefeituras dos dois municípios, a Ônix estava
explorando sem qualquer licenciamento ambiental a área, retirando areia e seixo
no leito do rio Xingu e comercializando o produto extraído de forma ilegal para
o Consórcio Construtor Belo Monte, responsável pela construção da Hidrelétrica
de Belo Monte.
De acordo com as investigações, a empresa Ônix
Empreendimentos Minerários pertence aos sócios Eduardo Toledo e Joelson Camilo.
Eduardo é diretor do Grupo CR Almeida, do falecido empresário Cecílio Rego
Almeida, acusado de ter grilado uma área maior do que muitos países, no Sudeste
do Pará nos anos 90. A proximidade de Eduardo Toledo com a região surgiu nesta
época, já que era ele quem comandava as operações da CR Almeida em Altamira e
região, na condição de advogado do grupo, conforme denúncias da época.
A PF investiga as denúncias de que Toledo e Bosco,
do DNPM, montaram uma espécie de sociedade, já que o servidor concedia os
títulos minerários de forma irregular para a empresa de Toledo, que por sua vez
operava sem licenciamento ambiental e faturava alto com a extração de areia e
seixo numa área localizada no km 55 da Rodovia Transamazônica. Segundo as
denúncias, a empresa de Toledo conseguia trabalhar de forma ilegal porque tinha
a proteção da Prefeitura Municipal de Vitória do Xingu, através do prefeito
Erivando Oliveira Amaral.
Eduardo Toledo no início dos crimes ambientais na
área portuária
Parentes do Prefeito estariam participando da
exploração clandestina dos recursos naturais, através da Cooperativa dos
Garimpeiros do Xingu (Cooxin). De acordo com a denúncia feita à Polícia
Federal, a Cooxin foi criada com a intenção de enganar o governo, pois funciona
como empresa e não como cooperativa, inclusive se associando à Ônix Mineração
para explorar areia na região. Em Vitória do Xingu, até as pedras sabem que a
Cooxin é na verdade controlada pelo prefeito Erivando Amaral.
O trabalho da PF agora é refazer todas as conexões e
descobrir em quais bolsos foram parar o dinheiro obtido através da exploração e
comercialização ilegal de minério.
O ministro Edson Lobão ao tomar conhecimento
mandará abrir uma sindicância para investigar essa denúncia. No ano passado, a
denúncia foi feita a nível estadual, mas até agora Ônix Empreendimentos
Minerários continuou a trabalhar normalmente usando os títulos minerários
fraudulentos concedidos pelo DNPM do Pará.
Operação confirma crimes ambientais e embarga empresa:
Uma operação conjunta da Divisão Especializada em Meio Ambiente da Polícia
Civil (DEMA) e da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) confirmou diversos crimes
ambientais cometidos pela empresa Ônix Empreendimentos Minerários no município
de Vitória do Xingu.
Realizada durante toda a semana, a operação autuou a
empresa, multou e embargou as suas atividades, apreendendo maquinários e
equipamentos. A DEMA abriu mais um inquérito contra a Ônix, desta vez para
apurar os crimes ambientais, o que pode levar até mesmo à prisão dos sócios
Eduardo Toledo e Joelson Camilo.
Os sócios Eduardo Toledo e Joelcio Camilo, no porto
construído
Segundo a delegada Maria Teresa Macedo, da DEMA, a
empresa cometeu diversos crimes ambientais, como abertura de estrada sem
licença ambiental, exploração, transporte e comercialização de areia e seixo
sem qualquer licença dos órgãos ambientais. A empresa teve as atividades
paralisadas e as dragas que faziam a extração de minério no leito do rio Xingu
foram apreendidas e levadas para o município de Altamira.
De acordo com testemunhas que trabalham no local, a
extração de minério acontece desde o ano passado e a maior parte do produto é
vendida para o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM). Ainda de acordo com
moradores próximos ao local, todos os dias, dezenas de caçambas do CCBM iam até
a área da Ônix Mineração para buscar areia. Na terça-feira, 27, após a primeira
operação da DEMA no local, as caçambas do CCBM não voltaram mais à área, mas as
máquinas continuaram trabalhando.
Na quinta-feira, 29, os agentes da DEMA voltaram ao
local, desta vez acompanhados de uma equipe de fiscais da SEMA. Foram
constatados diversos crimes ambientais e desta vez os maquinários foram
apreendidos, impedindo a continuidade das operações ilegais da Ônix no local. A
fiscalização concluiu que a empresa ainda operava de forma clandestina um porto
no local e estava ampliando o mesmo, a fim de receber as balsas que levam
equipamentos e máquinas para as obras de Belo Monte.
Superintendente desmente: Apesar do superintendente
do DNPM no Pará, João Bosco Pereira Braga, afirmar à redação deste jornal, por
telefone, que não existe qualquer tipo de irregularidade por parte do órgão ou
de sua conduta, basta acessar o site do DNPM e digitar os números de processos
850.348/2001 e 850.495/2011 para verificar-se que os títulos minerários foram
emitidos em favor da empresa ÔNIX EMPREENDIMENTOS MINERÁRIOS LTDA, sem qualquer
licenciamento ambiental como ficou mais que comprovado através da fiscalização
da SEMA e DEMA, operação realizada em conjunto que constatou tal crime. È
impossível tentar justificar a emissão de tais títulos, pois na legislação
minerária é claríssima que o título somente será emitido após o licenciamento
ambiental da área em questão.
Este respeitadíssimo Jornal obteve com exclusividade
documentos que comprovam que o CONSÓRCIO CONSTRUTOR BELO MONTE CCBM, na pessoa
do diretor Marcos Luiz Sordi, sabia SIM que estava comprando produto de crime
ambiental desde o dia 26.09.2011, conforme documento protocolado para este
diretor que ficou absolutamente inerte a tal situação. Já se cogita a
possibilidade do mesmo fazer parte da “quadrilha”, ou seja, que estava
beneficiando-se financeiramente para ficar de olhos e boca fechados e com isso
a terceira maior obra de infra estrutura do planeta ser construída a base de
crimes ambientais.
Por: Alciane Ayres
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