Cerca de 20 índios bloqueiam o acesso ao sítio Pimental nesta
segunda-feira, 7 (Foto: Felipe Adam / arquivo pessoal).
Cerca de 20 índios jurunas estão bloqueando o acesso a um dos
três canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, estado
do Pará, desde a madrugada de ontem (7). Segundo a Norte Energia, empresa
responsável pela construção e operação da usina, os índios alegam que o
empreendimento deixou as águas do rio turvas, impedindo-os de pescar.
Para liberarem a pista, os índios estariam exigindo, além de
R$ 300 mil a título de compensação ambiental, a construção de poços artesianos
nas aldeias. A Agência Brasil tentou manter contato telefônico com lideranças
indígenas ou representantes de organizações sociais que atuam na região, mas
não conseguiu falar com nenhum deles. Representantes da Norte Energia e dos
jurunas vão se reunir hoje (8) à tarde para negociar o fim do bloqueio.
De acordo com a assessoria do Consórcio Construtor Belo Monte
(CCBM), os índios bloquearam a Travessão 27, uma estrada de terra que liga a
Rodovia Transamazônica a dois dos três canteiros de obras. Com isso, os 15
ônibus que transportavam os funcionários do turno da manhã não conseguiram
chegar até o Sítio Pimental, canteiro a cerca de 69 quilômetros da cidade de
Altamira e onde trabalham aproximadamente 4 mil funcionários diretos e
terceirizados.
O bloqueio causou a interrupção total dos serviços em Sítio
Pimental, mas não afetou o acesso aos outros dois canteiros de obras: Canais e
Diques, que também fica na Travessão 27, mas antes de Sítio Pimenta;, e Sítio
Belo Monte, a cerca de 30 quilômetros do local do bloqueio. Ainda de acordo com
a assessoria da CCBM, nenhum ato de violência física ou dano ao empreendimento
foi registrado até o momento. Todos os trabalhadores puderam deixar normalmente
o local.
Em nota, a Norte Energia garantiu que vem procurando atender
a todas as necessidades das comunidades que vivem próximas ao empreendimento,
entregando cisternas e preparando, quando necessário, a construção de poços
artesianos, em conformidade com os acordos já assinados. Algumas demandas,
contudo, são complexas e exigem mais tempo. A empresa também garantiu manter
diálogo constante com as lideranças comunitárias.
Por: Alex Rodrigues
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Davi Oliveira
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