As concessões serão discutidas, em breve, na
reunião do conselho do Programa de Parceria em Investimentos (PPI), após a
conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), no Senado,
previsto para este mês.
O Ministério dos Transportes sugeriu ao
presidente interino, Michel Temer (PMDB), que ofereça à iniciativa privada a
chamada “Ferrogrão”, estrada de ferro que ligará Sinop (Mato Grosso) a
Miritituba (Pará). A “lista” encaminhada ao chefe do Executivo tem ainda quatro
aeroportos, um terminal portuário e outra ferrovia. A ideia, conforme a Folha
de São Paulo, é lançar os projetos considerados “viáveis” pelo governo e que,
ao mesmo tempo, despertem interesse da iniciativa privada. Desta forma, as
obras seriam iniciadas em um curto período de tempo, o que evitaria a
frustração provocada pelos anúncios anteriores e recuperaria a credibilidade do
governo.
As concessões serão discutidas, em breve, na
reunião do conselho do Programa de Parceria em Investimentos (PPI), após a
conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), no Senado,
previsto para este mês. A previsão é que na ocasião sejam definidas datas para
lançamento dos editais.
Com o investimentos estimados em R$ 10
bilhões, o governo federal poderá conceder a Ferrogrão por até 60 anos como
forma de atrair empresas interessadas. Estudos de viabilidade, apresentados no
ano passado, teriam demonstrado que, para ser viável, a concessão da ferrovia
deveria durar aproximadamente 65 anos. O modelo de concessões do governo
federal, no entanto, prevê, até agora, um tempo máximo de 35 anos para repasse
das vias.
O meio termo escolhido seria utilizar o menor
tempo de concessão como critério de escolha na licitação, com prazo limitado a
60 anos. Além disso, o governo, que poderia exigir um pagamento de outorga
(espécie de aluguel), escolhendo também o maior pagamento para definir o
vencedor do leilão, decidiu apresentar uma proposta em que não cobrará outorga
nem usará critério para escolher vencedor. A empresa vencedora receberia prazo
entre cinco e sete anos para construir os 933 quilômetros da Ferrogrão.
Em fevereiro, o então ministro dos
Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, aprovou os estudos de viabilidade
desenvolvidos pela Estação da Luz Participações Ltda para subsidiar a
implantação da estrutura ferroviária entre Sinop e o distrito de Miritituba, em
Itaituba, no Pará. Os documentos serão vinculados à concessão e foram
declarados como de “utilidade” para a licitação, que, no entanto, ainda não tem
qualquer definição de quando será lançada.
No despacho, publicado no Diário Oficial da
União, foi definido ainda um valor de R$ 33,7 milhões para ressarcimento da
empresa, caso ela não arremate a licitação futuramente. Este valor poderá,
entretanto, sofrer um “reajuste”, com base em variação do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) a ser apurado entre fevereiro de 2014 e dois meses
antes do pagamento.
A responsabilidade da empresa selecionada é
auxiliar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na elaboração do
plano de outorga, alteração das minutas de edital e contrato de concessão,
entre outras atividades. O ministro destacou, contudo, que a aprovação não gera
direito de preferência para a companhia e nem sequer obriga o governo a abrir a
licitação. Não cria ainda, “por si só”, direito ao ressarcimento dos valores
envolvidos na elaboração dos documentos.
O chamamento público para os estudos técnicos
foi lançado em junho de 2014 pelo Ministério dos Transportes. Em junho do ano
passado, foi adicionado mais um trecho à ferrovia, entre Sinop e Lucas do Rio
Verde. As próximas etapas previstas são o desenvolvimento das minutas de
contrato, edital e modelagem econômico-financeira, realização de audiências
públicas, envio ao Tribunal de Contas da União (TCU) da documentação relativa
ao processo de outorga e lançamento do edital de licitação.
A ferrovia está prevista no Programa de
Investimentos em Logística (PIL) do governo federal e tem como objetivo
melhorar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste, conectando-se no
Pará ao Porto de Miritituba, na hidrovia do Tapajós. A intenção ainda é trazer
maior competitividade às commodities agrícolas brasileiras. São esperados R$
9,9 bilhões em investimentos. O trecho total da ferrovia terá aproximadamente
1.140 quilômetros de extensão.
Por
Só Notícia 09/08/2016 - 08:39 hs
Foto:
Arquivo Pessoal
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