28 de janeiro de 2021 0 Comentário
Quase todos os países do mundo anseiam por uma nova ordem
mundial em que haja mais justiça e distribuição de renda. Os EUA e seus países
satélites querem, a todo o custo, continuar usufruindo do poder do dólar, do
sistema swift, que funciona como um sistema terrorista de sanções econômica e
do poderio militar.
As grandes potências mundiais, fora os EUA, como Rússia,
China e Índia também torcem para que o “multilateralismo”, em que todos os
países participem dos temas mais importantes do mundo de maneira igualitária,
vigore. Claro, os EUA ainda preferem continuar sendo a única potência
hegemônica.
O Brasil, mesmo sendo uma potência mundial, assumiu uma
postura de lacaio dos EUA acatando tudo o que Washington mandar sem questionar.
É o chamado alinhamento automático. É um caminho que vai de encontro a
tendência da atualidade. A era de um mundo unipolar já chegou ao fim.
Pelo menos, esta é a opinião do presidente russo, Vladimir
Putin, falando no Fórum Econômico Mundial em Davos, que está sendo realizado
remotamente este ano. Segundo Putin, houve na verdade só uma tentativa de
consolidação de um mundo “unipolar”, mas isso já passou.
Este não usual monopólio, por natureza, vai contra a
pluralidade cultural histórica de nossa civilização. É inaceitável que ações
unilaterais sejam legitimadas em nível internacional. Em vez disso, as
abordagens multilaterais como o Formato Astana funcionam bem para resolver
conflitos, acrescentou o estadista russo.
“As abordagens multilaterais realmente funcionam, a prática
mostra. Lembro que, por exemplo, dentro do Formato Astana, Rússia, Irã, Turquia
fizeram muito para estabilizar a situação na Síria”, acrescentou Putin.
O presidente declarou ainda que é necessário desenvolver
novos mecanismos multilaterais, para melhorar a cooperação entre os países. “É
preciso adotar formatos adicionais de interação, conhecido como
multilateralismo”, afirmou o presidente da Rússia.
Além disso, o dirigente russo destacou que agora no mundo
existem diversos centros de desenvolvimento, com seus próprios modelos e
sistemas políticos e instituições sociais. Ele destacou a necessidade de “criar
mecanismos que ponham de acordo seus interesses para que a diversidade,
competência absolutamente natural dos polos de desenvolvimento, não degenerem
em anarquia e em uma série de conflitos prolongados.
Para atingir esse objetivo, é necessário fortalecer e
desenvolver os institutos universais, responsáveis por garantir a segurança e
a estabilidade no mundo, bem como por elaborar normas de comportamento na
economia e no comércio mundial.
A pandemia do coronavírus agravou os problemas de
desequilíbrio que já existiam no mundo. Putin alertou que há riscos de um maior
crescimento de contradições em quase todas as áreas. Em particular, continuou,
“existe a possibilidade de enfrentar um verdadeiro colapso do desenvolvimento
mundial, devido à luta de todos contra todos”.
A pandemia é um sério desafio para toda a humanidade, pois
afetou a economia, a política e a esfera social, além de promover e acelerar
mudanças estruturais.
Putin destacou que o mundo de hoje está, perigosamente,
parecido ao dos anos 30, do século passado. Vivemos uma crise de
desenvolvimento econômico e da crescente divisão da sociedade.
A forte polarização da opinião pública, que provoca o
crescimento do populismo e do radicalismo. Por isso, é importante resolver o
problema da desigualdade social e aproximar o nível econômico dos diferentes
países e regiões. Assim findariam os problemas econômicos e as migrações.
A globalização provocou um aumento significativo nas receitas
das empresas transnacionais, principalmente, americanas e europeias. Quando
falamos da receita das empresas, quem a recebe? A resposta é óbvia: 1% da
população. O custo dos serviços aumentou três vezes, enquanto a renda de mais
da metade da população das economias desenvolvidas estagnou nas últimas três
décadas.
Gobalismo e multilateralismo são as soluções para a
coordenação de esforços internacionais. Por exemplo, para melhorar o acesso às
vacinas contra o coronavírus. Só com união e coordenação de esforços, de todo o
mundo, na disseminação e aumento da disponibilidade das vacinas, poderemos
criar uma imunidade mundial.
RG 15 / O Impacto
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