Força Nacional para Novo Progresso (PA), para apoiar IBAMA
Um grupo de 100 agentes da Força Nacional seguiu hoje (25), de Brasília para Novo Progresso (PA), para apoiar equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no combate à devastação de florestas e o comércio ilegal de madeira na região, no âmbito da Operação Onda Verde. A previsão é que as equipes cheguem até o fim de semana ao local da operação, que tem prazo de duração ainda indeterminado.
Um grupo de 100 agentes da Força Nacional seguiu hoje (25), de Brasília para Novo Progresso (PA), para apoiar equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no combate à devastação de florestas e o comércio ilegal de madeira na região, no âmbito da Operação Onda Verde. A previsão é que as equipes cheguem até o fim de semana ao local da operação, que tem prazo de duração ainda indeterminado.
Na ações, os homens da Força Nacional irão usar equipamentos como
GPS. Foram enviados também camionetes e micro-ônibus. A Polícia Federal e a
Polícia Federal Rodoviária também irão atuar na operação.
O reforço na segurança ocorre após um ataque a 16 veículos do
Ibama, que estavam sendo transportados por caminhões-cegonhas, no início deste
mês. Em junho do ano passado, um sargento da operação foi assassinado em uma
tocaia.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável
pela Força Nacional, o envio do grupo de agentes não se trata de “nenhuma
intervenção”. E informou à Agência Brasil que os profissionais irão fortalecer
a “fiscalização e repressão ao desmatamento e comércio ilegal e qualquer outro
crime relacionado”.
De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano
Evaristo, após o ataque às viaturas, serrarias locais foram bloqueadas. Ele
informou que o bloqueio será interrompido. “É um bloqueio de ordem pública,
para garantir a ação do órgão na fiscalização. O cenário é complexo. Agora, com
a Força Nacional, vamos atrás da grilagem, dentro das unidades de conservação,
atrás do roubo de madeira de terras indígenas. Essa guerra vai até a próxima
chuva. Chove, eles diminuem, a gente volta”, afirmou. O Sistema de Alerta de
Desmatamento, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
revelou que, em junho, o Pará acumulou 38% do total da área desmatada da
Amazônia Legal, liderando a lista.
A região é marcada há anos por conflitos entre produtores rurais,
indígenas e ambientalistas. A tensão
aumentou no mês passado, quando produtores rurais protestaram contra veto do
presidente Michel Temer à Medida Provisória 756/16. O texto reduzia a área de
proteção da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, que fica no município de
Novo Progresso. Na ocasião, Temer argumentou que, diante da “contrariedade do
interesse público e inconstitucionalidade” decidiu por não sancionar a medida.
Agora, a mesma matéria tramita na Câmara dos Deputados, sob a forma do Projeto
de Lei 8107/17.
A Flona abrange 1,3 milhões de hectares. Cada hectare corresponde
às medidas aproximadas de um campo de futebol oficial. Criada em 2006, a
unidade de conservação está enquadrada no grupo de Unidades de Uso Sustentável
e onde predominam espécies nativas, além de representar 0,31% do bioma
amazônico.
Divergências
Contrário ao veto de Temer, o presidente do Sindicato dos
Produtores Rurais de Novo Progresso, Agamenon Menezes, entende que o governo
deve reconhecer a complexidade da questão e ser o mediador. “Nós estamos
perdendo mais de 70% de área preservada. Eles querem botar pressão sobre a
sociedade, à força, com a Força Nacional. Ele [o governo] desapropria sem
indenizar. Não está preocupado com as pessoas que estão lá“, disse.
“O PL [projeto de lei] não atende às nossas necessidades e a
sociedade vai continuar reagindo. Nós temos a lei que regulamenta a
conservação, e essa lei não foi respeitada, desde a sua criação. Esse PL vem contrariar
o que a lei já existente está dizendo”, argumenta.
Em nota, o ICMBio informou que a MP foi “completamente desfigurada
pelo Congresso”, mas que as circunstâncias que provocaram sua proposição ainda
requerem atenção, “ainda mais em um contexto do agravamento dos conflitos”. “A
opção do governo de apresentação deste Projeto de Lei não é uma medida isolada.
Faz parte de um conjunto de ações já em desenvolvimento que buscam estancar o
desmatamento na região, diminuir os conflitos e promover o uso sustentável dos
recursos florestais”, informou o orgão.
O Índice de Progresso Social (IPS), criado pela organização
internacional Social Progress Imperative, aponta que a prática do desmatamento
pode não resultar em melhorias econômicas para a cidade. No relatório mais
recente, de 2014, a cidade de Novo Progresso ocupa o 640º lugar e a renda per
capita anual de 2010 era de R$ 7.900, ocupando a 51ª posição dentre 772
municípios, com base em 43 indicadores.
Agência Brasil
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