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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

HRBA SE CONSOLIDA COMO REFERÊNCIA NO TRATAMENTO DE CÂNCER NA AMAZÔNIA.


http://www.oimpacto.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Hospital-regional-do-Baixo-Amazonas.jpgAtualmente, estão em tratamento pelo HRBA 959 pacientes, de Santarém e de outros estados
Hospital Regional do Baixo Amazonas

O Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) é referência no Pará e no Norte do Brasil, quando o assunto é tratamento de câncer. Localizado em Santarém, atende a uma população estimada em mais de 1,1 milhão de pessoas residentes em 20 municípios do oeste do Pará. Atualmente, a equipe que trabalha no setor de Oncologia é formada por mais de 60 profissionais, incluindo 13 médicos e quatro residentes. Atualmente, estão em tratamento pelo HRBA 959 pacientes, oriundos, inclusive, de outros estados da região.


O Diretor Geral do HRBA, Hebert Moreschi, diz que a descentralização do tratamento oncológico foi uma estratégia acertada do Governo do Estado. “Além do aspecto assistencial, isso possibilita que pacientes possam ser tratados ao lado de suas famílias e amigos. Esse acolhimento, o fator humano, faz toda a diferença”.


Antes do HRBA, os pacientes que tinham câncer, ou suspeita da doença, eram obrigados a se deslocar para Belém ou Manaus, ou para outros centros mais distantes, para poderem fazer o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento. “E aqueles que não conseguiam, estavam fadados a ter a evolução de doença sem tratamento ou até chegar ao óbito sem diagnóstico, sem saber que tinha câncer”, conta o coordenador de Oncologia do HRBA, cirurgião Marcos Fortes.

O setor de Oncologia do HRBA começou a funcionar em 2008 e o Parque Radioterápico (conjunto de equipamentos e serviços médico-hospitalares exclusivos para terapia do câncer) entrou em funcionamento em junho de 2010. Os dados ilustram o desempenho do hospital no atendimento aos pacientes: as sessões de radioterapia aumentaram mais de mil por cento em quatro anos; em 2010, foram realizados 2.565 procedimentos e, em 2014, mais de 26 mil. 


A projeção para este ano é de 27 mil sessões de radioterapia. As de quimioterapia também tiveram crescimento expressivo. As 600 sessões realizadas em 2010, passaram para 7.400 em 2014 (aumento superior a 1.200%). Até o final do ano, chegarão a 7.800.

As campanhas de incentivo aos exames preventivos do câncer de mama e da próstata têm contribuído para o aumento dos procedimentos de oncologia em Santarém. A cada campanha, como a recente Outubro Rosa e a atual Novembro Azul, o diagnóstico precoce bate o recorde em Santarém. “Nós temos uma relação muito forte com nossos pacientes. No dia em que você tratar um paciente e não se emocionar com a dor do outro, está na hora de fazer outra coisa”, diz Fortes.

A expectativa é que o número de consultas realizadas neste ano seja três vezes maior do que em 2010, quando 4.382 atendimentos foram feitos. Ano passado, 12.500 pacientes foram atendidos nos consultórios. As cirurgias oncológicas saltaram de 185, em 2011, para 867 procedimentos no ano passado e a meta para 2015 ultrapassa 1.100 procedimentos.

Os tipos mais comuns de câncer entre as mulheres em tratamento no HRBA são: colo de útero (34%), mama (26%) e pele (14%). E a faixa etária com maior incidência é de 40 a 59 anos, com 41% dos casos. Mulheres com mais de 60 anos somam 39% das pacientes. Em homens, os mais comuns são: próstata (27%), pele (23%) e estômago (17%). Quase 60% dos atendidos têm mais de 60 anos. Homens de 40 a 59 anos aparecem entre 27% dos pacientes.

Atualmente, o HRBA conta com uma resolutividade muito grande, tanto que houve um processo inverso. Antes, era grande o número de transferências de tratamento fora de domicílio e, agora, o hospital recebe pessoas inclusive de outros estados para tratamento, além dos 20 municípios que são abrangidos.

O HRBA tem se tornado referência, também, no ensino e pesquisa. Mais de 60 trabalhos já foram apresentados em congressos e fóruns nacionais e internacionais. “Nós não só temos um serviço completo e de excelência, como estamos formando novos profissionais”, diz Marcos Fortes. O hospital, atualmente, conta com dois programas de residência voltados para a oncologia: cancerologia clínica e cirurgia oncológica. “É importante destacar que isso sequer era sonhado alguns anos atrás. O HRBA cresce a cada dia, se torna um diferencial na assistência à saúde e faz a diferença na vida das pessoas do Oeste do Pará”, conclui Hebert Moreschi.

Além desses destaques, o HRBA foi o primeiro hospital público da região Norte do país a obter o certificado máximo de qualidade, a ONA 3 – Acreditado com Excelência, concedido mediante o cumprimento das melhores práticas hospitalares e de qualidade assistencial.

ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

Santarém é o único município do Pará que conta com um projeto de detecção precoce de câncer infantil. Inclusive, em agosto deste ano, o Instituto Ronald McDonald – em parceria com o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) e a Secretaria Municipal de Saúde de Santarém – foi premiado junto à rede Ronald McDonald House Charities (RMHC) em Chicago (EUA), por conta do programa ‘Diagnóstico Precoce’, desenvolvido entre os anos de 2013 e 2014, no município de Santarém.

Um dos resultados dessa iniciativa pode ser constatado no serviço de oncologia pediátrica do Hospital Regional, que foi implantado e atende crianças com suspeita de câncer infanto-juvenil, realizando o tratamento especializado em casos confirmados. Em dois anos de atuação, o serviço está se consolidando e se tornando referência para a região oeste do Pará.

A médica oncologista pediátrica Alayde Vieira Wanderley conta que o empenho e a capacitação fornecida pelo HRBA foram fundamentais para agilizar o procedimento e diminuir o tempo de espera e, consequentemente, reduzir a mortalidade infantil causada pelo câncer, que se tornou a principal causa de óbito no Brasil entre jovens de 0 a 19 anos de idade. “Foi essa experiência vivida no HRBA entre médicos, pacientes e toda equipe atuante no programa de diagnósticos precoce do câncer infantojuvenil que proporcionou esse resultado”.

COMBATE AO CÂNCER

O Dia Nacional de Combate ao Câncer é lembrado nesta sexta-feira, 27 de novembro. A data serve para ressaltar a importância da conscientização para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer. A doença, se descoberta na fase inicial, tem grande chance de cura. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o câncer mata oito milhões de pessoas por ano, sendo a principal causa de óbitos no mundo.


Fonte: RG 15/O Impacto e HRBA

MILHARES DE FIÉIS PARTICIPAM DA CAMINHADA DE FÉ COM MARIA


Milhares de romeiros na Caminhada de Fé Com MariaForam 37 quilômetros de Mojuí dos Campos até Santarém, em ritmo de marchinhas e animação

Milhares de romeiros na Caminhada de Fé Com Maria.

Em ritmo de marchinhas religiosas e muita animação milhares de pessoas participaram da 21ª Caminhada de Fé Com Maria, que aconteceu na noite de sábado, 28, e madrugada de domingo, 29, em Santarém, oeste do Pará. A Caminhada faz parte da programação das festividades de Nossa Senhora da Conceição.

A demonstração de fé foi a pé: foram 37 quilômetros até Santarém. A romaria iniciou por volta de 21H, de sábado, em Mojuí dos Campos, onde foi celebrada uma missa de ação de graças, no Campo Nogueirão. Após percorrer 37 quilômetros pela BR-163 e Avenida Tapajós, os caminhantes chegaram por volta de 05h30, de domingo, 29, no elevado da Praça da Matriz, em Santarém, onde foi celebrada a missa de encerramento.

Durante todo o trajeto, houve orações e muito louvor para animar os fiéis. As festividades de Nossa Senhora da Conceição estão previstas para encerrar no dia 8 de dezembro, com a tradicional Procissão Luminosa e a queima de fogos, que acontece pontualmente a meia-noite.


Chegada da imagem de Nossa Senhora da Conceição na Praça da Matriz em Santarém

Cheagada da imagem de Nossa Senhora da Conceição na Praça da Matriz em SantarémPara dar auxílio aos fiéis que foram a Mojuí dos Campos, neste ano, segunda a coordenação, a saída de 60 ônibus aconteceu em frente a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida São Sebastião. “Foi para ajudar os caminhantes que queriam ir para Mojuí dos Campos, porque os ônibus de todos os bairros passam próximo a igreja de Fátima. Em todos os anos eu nunca vi uma movimentação tão grande como nesta Caminhada. Acreditamos que mais de 100 mil pessoas participaram da romaria”, destacou o coordenador da Caminhada, Jorge Eymar.

De acordo com Jorge Eymar, o esquema de segurança para o evento também foi muito bem preparado. “Todas as reuniões com os órgãos de segurança foram realizadas. Polícias, Secretária Municipal de Trânsito, Corpo de Bombeiros, e equipe de saúde, foram preparados para o evento. Quatro ambulâncias, cinco carros de apoio e um caminhão dos bombeiros estiveram disponíveis na caminhada”, concluiu.

A Caminhada de Fé com Maria iniciou em 1995 e teve como criador o Padre Aurélio Paulino. Na primeira edição, apenas 300 pessoas fizeram o trajeto de Mojuí dos Campos a Santarém.

Em mais de duas décadas de caminhada, o número de fiéis atraídos pela devoção à Maria aumentou. Segundo a coordenação, em 2015 mais de 100 mil pessoas participaram.

Fonte: RG 15/O Impacto

MÉDICO ALERTA: “RIO TAPAJÓS SERÁ BARRIL DE PÓLVORA COM CONTAMINAÇÃO DE MERCÚRIO”


Dr.  Erik Jennings está preocupado com futuro da flona, fauna e riscos aos ribeirinhosDr. Erik Jennings está preocupado com futuro da flona, fauna e riscos aos ribeirinhos

Preocupado com o futuro da fauna e da flora no rio Tapajós e dos riscos provocados aos ribeirinhos com os projetos de construção de barragens de hidrelétricas na região oeste do Pará, o médico Erik Jennings, em entrevista exclusiva à nossa reportagem, alerta que a contaminação por mercúrio poderá se agravar, após a conclusão dos empreendimentos.

“O Governo, através do Estudo de Impacto Ambiental não está dando essas repostas. O EIA não contempla uma série de questionamentos sobre esses impactos, como, por exemplo, o que vai acontecer abaixo da barragem de São Luiz do Tapajós”, aponta Dr. Érik.

Segundo o médico, o mercúrio é uma das seis substâncias mais tóxicas encontradas naturalmente no meio ambiente e, também sendo um dos dezesseis mais raros elementos da natureza. “A sua forma metilada (Metil-mercúrio) é altamente tóxica para as células do cérebro humano e outros animais. Ele se torna tóxico, principalmente pela ingestão de peixes contaminados e causa déficit de inteligência, falta de concentração e tremores incontroláveis”, analisa Dr. Erik Jennings.

De acordo com ele, quando se represa um rio, altamente contaminado por mercúrio, como já é o caso do Tapajós devido as atividades de garimpos, cria-se uma condição ideal para a metilação do mercúrio. “A pouca correnteza no reservatório e diferentes temperaturas que será criada na foz dos tributários facilitará a metilação”, avisa Dr. Erik.

Ele explica que o metil-mercúrio se concentra no fundo das represas e são jogados pelas turbinas que drenam exatamente o fundo dos reservatórios e, que vários estudos têm demonstrado um aumento dos níveis do mercúrio até 200 quilômetros depois da barragem, como é o caso da usina de Balbina, no estado do Amazonas.

“Outros, demonstram níveis elevados em habitantes de áreas de hidrelétrica, sofrendo principalmente as crianças e mulheres em idade fértil. As crianças geradas por mães contaminadas terão conseqüências devastadoras em seus cérebros. O EIA/RIMA do Tapajós não estudou nenhuma comunidade a jusante de onde será a barragem. Ou seja, o principal estudo que teria a obrigação de nos fazer entender o que acontecerá com nossa saúde não ajuda em quase nada”, dispara Dr. Erik Jennings.

O médico neurocirurgião reforça que a atividade garimpeira desenfreada com uso de mercúrio já é um grave problema no rio Tapajós. “Somada ao represamento do rio poderá ser um verdadeiro barril de pólvora, onde o alvo do tiro será o cérebro de nosso povo”, alerta Dr. Erik jennings.

OURO E CONTAMINAÇÃO: Segundo especialistas em meio ambiente, após a descoberta do ouro em 1958, a região do Tapajós sofreu uma drástica transformação. Em pouco tempo dezenas de milhares de prospectores de ouro, os garimpeiros, invadiram a cidade, os rios e, aos poucos, as matas. Calcula-se que mais de 500 mil homens garimparam na região. As conseqüências deste trabalho e da lavra desorganizada se fizeram sentir imediatamente.

Com o garimpo veio o dinheiro e, naturalmente, os problemas inerentes a ele. Um dos pontos mais debatidos tanto pela mídia nacional e internacional como pelos meios acadêmicos, foi o da contaminação do meio ambiente, flora, fauna e pessoas pelo mercúrio.

O garimpeiro, para aumentar a recuperação das finas partículas de ouro, usa o mercúrio na sua forma líquida. Este metal líquido tem a propriedade de capturar os grãos de ouro formando um amálgama. Na realidade, é este mesmo amálgama que foi usado até pouquíssimo tempo atrás, nas obturações e próteses dentárias. Ou seja, a maioria dos cidadãos de meia idade carrega uma fonte de mercúrio em sua boca.

No garimpo a operação com o mercúrio consiste em colocar grandes quantidades deste metal líquido nas caixas (sluice boxes) em posições estratégicas onde o ouro estará sendo também concentrado. O fluxo da água faz o ouro entrar em contato com o mercúrio sendo imediatamente aprisionado.

O processo é, em geral, muito rudimentar e causa grandes perdas de mercúrio que é transportado pelas águas para os rejeitos onde se infiltra. O amálgama que não foi perdido na garimpagem é, após alguns dias, processado pelo garimpeiro com o intuito de recuperar o ouro e parte do mercúrio metálico. Este processo é a maior fonte de contaminação dos garimpeiros, pois nele é usado o maçarico, que vaporiza o mercúrio deixando somente o ouro na sua forma sólida. Os vapores de mercúrio, pela inexistência de equipamentos de proteção, máscaras e capelas, eram, parcialmente inalados pelos garimpeiros e despejados na atmosfera.

LIVRO OS DESAFIOS DA MEDICINA NA AMAZÔNIA: “Uma semana após ter visto uma foto feita por Paulo e ouvido seu relato sobre o acontecido, uma criança ficou gravemente enferma em outra cidade próxima a Santarém. O leito do hospital do qual sou diretor estava liberado e aguardava pela criança. A aeronave e o médico já estavam preparados, porém, já se passava das 18 horas e a mesma não poderia mais pousar na cidade onde o paciente estava. Para completar a situação, o Município não tinha iluminação noturna, o que era um entrave para o pouso. Diante dos fatos, o avião não mais poderia pegar a criança naquele final de tarde, e ela possivelmente não mais resistiria até a manhã do outro dia. Pensei em ligar para o destemido piloto e pedir a ele que repetisse a façanha e pegasse aquele paciente de qualquer jeito, mesmo durante a noite, com a iluminação improvisada. Porém, estaria arriscando demais e se algo desse errado, ninguém iria compreender que estávamos fazendo algo legítimo, humano, mas ilegal.

Não liguei para Paulo e fui para casa com o coração angustiado, sentindo-me impotente diante das dificuldades. Antes de colocar a cabeça no travesseiro, a enfermeira do hospital me liga.

– Doutor, a criança acabou de chegar em nosso hospital! – me disse, toda contente.

– Como? Quem trouxe essa criança a essa hora da noite? – perguntei.

– Foi um piloto e uma enfermeira, que não sei o nome, em um monomotor, doutor.

A criança havia sido salva.”

São diversas histórias, como essa, que trazem à tona a complexidade que é praticar medicina na região Amazônica, com enormes obstáculos, mas com muita superação e, além de tudo, aprendizado. Todas as crônicas, divididas em 21 capítulos, foram escritas pelo neurocirurgião do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), Érik Jennings.

Ele conta que a interação cultural é um importante processo na medicina. E, com base nessas interações, ele quis reunir o que de mais significativo viveu até aqui em sua trajetória como um neurocirurgião da Amazônia. Até o nome da obra, Paradô, remete a isso, a um encontro para conversas.

“Se você parar para pensar e conversar, você aprende muito. Começa a ver que, para praticar uma medicina mais eficiente, tem que entender a cultura, entender a geografia da região”, diz o médico, sempre muito atento aos anseios das comunidades locais. Para ele, atuar no interior da Amazônia é um grande desafio, pois atende-se a uma diversidade muito grande de pessoas, com origens e culturas diferentes. “O médico vai atuar com populações indígenas, remanescentes de quilombo, ribeirinhos, imigrantes de toda a espécie, numa região do planeta onde você tem doenças relacionadas à floresta, mas tem doenças relacionadas ao câncer e, no meio, tem as doenças relacionadas ao trauma”.

O médico santareno tem uma relação muito próxima com o HRBA. Ele lutou para que o hospital fosse construído e entrasse em funcionamento, foi Diretor Técnico e, atualmente, é coordenador da equipe de Neurocirurgia. Mas o fato que mais chama a atenção é a ligação que teve com o homem que deu nome à instituição: Dr. Waldemar Penna.

Aos quatro anos de idade, Érik sofreu uma grave queimadura. Uma panela que estava sobre o fogão caiu e despejou água fervente sobre o seu corpo. Ele foi levado à Casa da Saúde, um hospital que ficava na orla da cidade. O caso era grave. Os rins paralisaram. E o menino entrou em coma. Coincidência ou não, quem o atendeu foi o médico Waldemar Penna.

Santarém, na década de 1970, era bastante deficiente no atendimento à saúde. E a família não tinha condição de transportá-lo para um grande centro. A esperança se transformou em fé, mesmo quando a situação apontava para o pior. “O Dr. Penna cuidou de mim, mas chegou uma hora que não tinha mais o que fazer. Ele achava que eu ia morrer mesmo. Mas por sorte do destino, o rim começou a funcionar e eu tive alta”, conta Érik Jennings.

Décadas depois, e já formado em medicina, os caminhos dos dois voltaram a se cruzar de forma impactante. Waldemar Penna estava à beira da morte e chamou Jennings para cuidar dele. “Só que ele me chamou e disse assim: ‘eu vou morrer, eu só quero que você tire a dor’”. Mesmo com toda a argumentação, Penna disse que estava tranquilo, que nada poderia ser feito. “Para com a sua ansiedade de querer fazer algo mais por mim, só faz o que realmente tem para fazer, que é tirar a dor”. Eu acabei cuidando dele nos últimos momentos, e isso foi muito marcante, porque foi um cara que cuidou de mim quando moleque”, relembra Jennings.

Waldemar Penna estava com 91 anos quando faleceu, em julho de 2005, por insuficiência respiratória. O médico lutava contra um câncer de pulmão. Hoje, seu nome é carregado pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas, que é referência na região, no tratamento da doença.

“Recebemos esse exemplar da obra Paradô com muito orgulho. Além de ser uma referência na Neurocirurgia do Norte do País, Dr. Erik é reconhecido por toda a população como um médico extremamente dedicado, humano e identificado com as suas raízes”, diz o Diretor Geral do HRBA, Hebert Moreschi, e completa: “Ele é da região e conhece muito bem as riquezas e os desafios da população e da medicina amazônica”.

O lançamento da obra ‘Paradô, histórias vividas por um neurocirurgião da Amazônia, aconteceu durante o 8º Salão do Livro do Baixo Amazonas, realizado de 6 a 15 de novembro, no Parque da Cidade, em Santarém.


Por: Manoel Cardoso/Oimpacto

BASE CANDIRU SERÁ REATIVADA EM ÓBIDOS








Base Candiru, em ÓbidosEstá confirmado para o inicio de 2016 a reativação na Base, no estreito de Óbidos

Base Candiru, em Óbidos

A Polícia Federal não tem efetivo suficiente para garantir o controle e a segurança em toda a extensão da área de fronteiras do Pará com outros países. Essa fragilidade se reflete nos principais problemas: tráfico de drogas, de pessoas e de armas. A Bolívia, o Peru e a Colômbia, maiores produtores mundiais de cocaína, são vizinhos do Brasil, rota do tráfico e grande consumidor de droga, explicou o delegado da PF Uállame Machado, esta semana, em reunião-almoço promovida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Márcio Miranda, para ouvir os representantes do Exército e da Polícia Federal sobre a questão, alvo de requerimento do deputado Carlos Bordalo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepa.

O general Oswaldo Ferreira, comandante militar do Norte, fez uma apresentação sobre a atuação do Exército na região, com um efetivo de 9 mil homens. “Cerca de 300 trabalham nas áreas de fronteiras. Não é um número alto, mas o Pará é um Estado que tem fronteiras tranquilas. Não existe tráfico de armas e de drogas entrando no País por meio terrestre na área do Comando Regional do Norte”, afirmou, enfático, informando que o tráfico utiliza os rios e o ar, com embarcadouros e campos de pouso clandestinos.

Os municípios mais afetados pelo tráfico no Pará são Abaetetuba, Vigia, Oriximiná, Placas, Redenção e Itaituba, além do arquipélago do Marajó. Uma boa notícia que foi dada durante a reunião é que, para combater o crime organizado, deverá ser reativada no início do ano que vem a Base Candiru, no Estreito de Óbidos, reunindo Polícia Federal, Ibama, Sefa, Receita Federal, Polícias Civil e Militar.

Estão sendo gestadas pela Segup ações dentro do Enafron – Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras e Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras. Entre elas, um Batalhão fluvial, integrado por órgãos estaduais e federais, com lanchas rápidas e de pequeno porte, capazes de navegar pelos furos e igarapés.

O deputado Carlos Bordalo vai propor uma emenda parlamentar coletiva na Alepa a fim de arrecadar fundos a serem destinados a custear equipamentos para uma unidade a ser instalada em Abaetetuba, nos moldes da Candiru, em Óbidos.
Deputados e autoridades ligadas à segurança reuniram na Alepa

O deputado Raimundo Santos que, além de Ouvidor da Casa e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, preside a Frente Parlamentar da Mineração no Pará, pretende fazer gestões junto aos municípios mineradores e de entorno, envolvendo as grandes empresas com atuação no território parauara no sentido de viabilizarem o funcionamento de várias bases de vigilância e fiscalização, de modo a combater o avanço do tráfico e, consequentemente da violência.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Márcio Miranda, elogiou a integração entre as forças de segurança. “Temos uma relação antiga com essas forças e descobrimos que o Pará é ponta do consumo de drogas, e não rota de exportação. A Assembleia Legislativa, que contribui em todas as demandas da sociedade paraense, está atenta à questão e vai ajudar em tudo o que for possível”.

Participaram da reunião os deputados Raimundo Santos, Hilton Aguiar, Sidney Rosa, Ozório Juvenil, Celso Sabino, Ana Cunha, Neil Duarte, Thiago Araújo, Eliel Faustino, Carlos Bordalo, Dirceu Ten Caten e Tércio Nogueira.

Fonte: RG 15/O Impacto e Franssinete Florenzano