Guido Mantega. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
No Estadão
A Polícia Federal deflagrou nesta
quinta-feira, 22, a Arquivo X, 34ª fase da Operação Lava Jato.
O ex-ministro Guido Mantega foi preso
temporariamente. Ele não estava em sua residência, alvo de busca e apreensão.
Mantega está no Hospital Albert Einstein, onde acompanha a mulher em uma
cirurgia.
Mantega é suspeito de atuar para arrecadar
propinas para o PT em 2012 em contratos de duas plataformas, P67 e P70.
A Federal cumpre mandados em São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal. Em São
Paulo, há 7 mandados de busca e apreensão, sendo um em Sorocaba, e dois de
prisão.
As equipes policiais estão cumprindo 49
ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 08 mandados de prisão
temporária e 08 mandados de condução coercitiva.
Aproximadamente 180 policiais federais e 30
auditores fiscais estão cumprindo as determinações judiciais em cidades nos
estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e
Distrito Federal.
Nesta fase da operação policial são
investigados fatos relacionados à contratação pela Petrobrás de empresas para a
construção de 02 plataformas (P-67 e P70) para a exploração de petróleo na
camada do pré-sal, as chamadas FSPO´s (Floating Storage Offloanding).
Utilizando-se de expedientes já revelados no
bojo da Operação Lava Jato, fraude do processo licitatório, corrupção de
agentes públicos e repasses de recursos a agentes e partidos políticos
responsáveis pelas indicações de cargos importantes da estatal, empresas se
associaram na forma de consórcio para obter os contratos de construção das duas
plataformas muito embora não possuíssem experiência, estrutura ou preparo para
tanto.
Durante as investigações verificou-se ainda
que, no ano de 2012, um ex-ministro da Fazenda teria atuado diretamente junto
ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para
pagamentos de dívidas de campanha de partido político da situação. Estes
valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam
no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido.
São apuradas as práticas, dentre outros
crimes, de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de
dinheiro.
O nome “Arquivo X” dado à investigação
policial é uma referência a um dos grupos empresarias investigados e que tem
como marca a colocação e repetição do “X” nos nomes das pessoas jurídicas
integrantes do seu conglomerado empresarial.
Nos casos dos investigados para os quais
foram expedidos mandados de condução coercitiva, estes estão sendo levados às
sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades onde foram localizados a fim
de prestarem os esclarecimentos necessários. Os investigados serão liberados
após serem ouvidos no interesse da apuração em curso.
Quanto aos investigados com prisão cautelar
decretada, tão logo sejam localizados eles serão trazidos à sede da Polícia
Federal em Curitiba onde permanecerão à disposição das autoridades responsáveis
pela investigação.
Por: Marcos Santos
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