A cada 100 mil cidadãos alemães,
33 têm a doença, mas o número de mortos é considerado baixo em relação ao de
infectados.
Postado em 27/03/2020 04:00
Em Berlim, moradoras usam máscaras cirúrgicas:
isolamento e testagem em massa desaceleram o contágio(foto: John MacDougall/AFP)
Berlim – Os números
de casos de coronavírus na Alemanha aumentam a cada dia. Mesmo assim, a nação
mais populosa da União Europeia tem sido referência na administração da doença,
pelo fato de a quantidade de mortes não crescer na mesma velocidade que em
outros países, incluindo vizinhos como a Itália e a Espanha. Isso apesar de a
chanceler Angela Merkel não ter estabelecido um toque de recolher, como fizeram
outros povos, incluindo vários com menos casos da Covid-19. São 36.508
infectados na Alemanha, número que cresce a cada dia. O respeito ao isolamento
social e o grande volume de testes são fatores que contribuem com os bons
resultados no país.
A cada 100 mil cidadãos alemães,
33 têm a doença. O total de mortes está em 198. De acordo com o instituto, a
média de idade dos infectados é de 45 anos, e a dos que morreram, 82. Em
entrevista transmitida pela internet na segunda-feira, o presidente do
Instituto Robert-Koch, Lothar Wieler, respondeu a perguntas de jornalistas
enviadas eletronicamente. Um ponto positivo da gestão alemã é que as
autoridades consultam constantemente especialistas de saúde de instituições
públicas como a representada por Wieler, deixando-se influenciar pelas
recomendações. Há semanas, ele e representantes do governo alemão batem na
tecla de que o vírus continuará a se espalhar e que a melhor estratégia é
retardar o avanço.
“A epidemia continua a avançar em
todo o mundo. Na Alemanha, como esperado, cresce o número de casos”, comentou.
“Ainda é cedo para ver resultados concretos, mas percebemos uma tendência de
que a curva de crescimento da doença começa a se achatar. Estou otimista de que
as medidas tomadas comecem a fazer efeito.”. Nesta semana, começou a valer a
proibição para reunião com mais de duas pessoas. Todos os restaurantes foram
fechados, exceto para entregas. Foi proibido o funcionamento de comércios não
essenciais. Apesar disso, os moradores podem sair de casa para fazer esportes,
tomar ar, trabalhar e fazer compras de supermercado.
Na avaliação de Wieler, as
medidas são importantes, mas é preciso tomar outras para aumentar o
distanciamento social. “A mobilidade na Alemanha reduziu, mas não o
suficiente”, aponta. A taxa de mortalidade do novo coronavírus no país, em
comparação com o número de casos, é inferior à do Brasil. Para alcançar esse
resultado, Lothar Wieler destacou a importância de identificar o maior número
de doentes o mais cedo possível para isolá-los, além de testar as pessoas que
tiveram contato com eles e colocá-las em quarentena. “Temos, na Alemanha uma
grande capacidade de testes, e ela está sendo continuamente aumentada”,
informou Wieler.
O país aumentou o número de
testes da COVID-19 para 500 mil por semana, em uma estratégia de detecção
precoce que ajuda a manter o número de mortes relativamente baixo. A Alemanha,
muito afetada pela epidemia do novo coronavírus com 36.508 casos declarados
atualmente, registra apenas 198 mortes pela doença. O país tem de fato uma das
menores taxas de mortalidade da COVID-19 no mundo, com 0,5%, enquanto na
Espanha chega a 7%.
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