O deputado federal e presidente eleito da
Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Nilson Leitão (PSDB), disse, em
entrevista, ao Só Notícias, que vai propor, nos próximos dias, emenda
parlamentar para suprimir algumas suplementações e dialogar com ministro do
Meio Ambiente Sarney Filho (PV) para intervir na Medida Provisória 756/2016 que
alterou os limites de quatro Unidades de Conservação e criou uma nova no
sudoeste do Pará para viabilizar o traçado e construção da ferrovia
“Ferrogrão”.
“Ocorre que a medida provisória pretende
ampliar uma área de preservação ambiental. Com isso, acabará atingindo levando
um prejuízo enorme para região [do Pará]. Existe muitos empresários de Mato
Grosso que possuem áreas no munícipio [de Novo Progresso]. Por isso, estamos
entrado com um emenda parlamentar para suprimir algumas suplementações para que
venha devolver os direitos adquiridos dessas propriedades. Tivemos debatendo
essa situação como ministro da Agricultura [Blairo Maggi]. Além disso,
pediremos ao ministro do Meio Ambiente [Sarney Filho] para rever essa situação
ou derrubaremos a medica provisória em plenário. Vamos trabalhar para que seja
derrubada essa media provisória”, disse Leitão.
De acordo com o parlamentar, a construção da
ferrovia é necessária, mas não pode intervir na economia local dos municípios
onde o traçado deve passar. “Uma coisa não pode impedir a outra. Fizeram uma
permuta para não prejudicar o traçado da passagem da Ferrogrão. Ou seja,
escolheram que iria ‘morrer’. O governo não pode trabalhar desse forma. Essa
alternativa de permuta de áreas para viabilizar a ferrovia não é viável ao
moradores. É necessário que ocorra a passagem da ferrovia, mas não pode ser
dessa maneira. Tem que acontecer de forma que não prejudique as propriedades
produtivas".
Conforme Só Notícias já informou,
representantes de pelo menos seis bloquearam a rodovia federal, na última
quarta-feira. A passagem de veículos foi interditada com pneus nas proximidades
de um trevo na cidade paraense de Novo Progresso (596 km de Sinop). Empresários
de diversos segmentos fecharam as portas e fizeram uma carreata pelas
principais ruas e avenidas da cidade em apoio ao bloqueio.
Os sindicatos dos produtores rurais,
garimpeiros, madeireiros, associação comercial, Ordem dos Advogados do Brasil,
membros de igrejas, clubes de serviços, conselho de pastores e lojas maçônica
do município cobram a revisão ou até mesmo a revogação da medida provisória que
alterou os limites de quatro Unidades de Conservação (UCs) e criou uma nova no
sudoeste do Pará para viabilizar o traçado e construção da ferrovia
“Ferrogrão”. Eles são contra a medida provisória que criou uma Área de Proteção
Ambiental (APA), no Parque Jamanxim, em Novo Progresso, e pretende alterar os
limites do Parque Nacional do Rio Novo e da Floresta Nacional (Flona).
A medida foi assinada pelo presidente Michel
Temer, no dia 20 de dezembro, prejudicará a economia local, já que o projeto
visa apenas atender a construção da ferrovia, que liga Sinop ao Porto de
Miritituba (PA). Com isso, aumentará a área de reservas e a cidade perderá área
produtiva e, consequentemente, arrecadação.
Fonte: Só Notícias/Cleber Romero (foto: Só
Notícias/Vanessa Fogaça/arquivo)
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