Uma reunião foi realizada na Câmara de Itaituba com vereadores que
fazem parte do Consórcio Tapajós.
Numa junção de esforços para evitar a aprovação da Medida Provisória
nº 756, que altera limites do Parque nacional do Rio Novo, o Consórcio Tapajós
com apoio da Câmara de vereadores de Itaituba, Novo progresso e demais
municípios que integram a Associação, promoveram um encontro na segunda-feira,
dia 06, no plenário da Câmara de Itaituba que ficou lotada com pessoas de todos
os segmentos profissionais da cidade. Uma espécie de reunião de trabalho para
encontrar alternativas e mobilizar a região para que a medida não seja aprovada
no formato proposto pelo Governo Federal.
Na mesa estiveram presentes o palestrante vice-prefeito Gelson Gil,
vereador Luiz Fernando Sadeck, Nery dos Prazeres (Secretario Executivo do
Consórcio Tapajós), prefeito Valmir Clímaco, Dr. José Antunes (pela AMOT),
representantes da Polícia Militar, representantes das demais prefeituras da
região, entre outros.
Para repassar informações e mostrar com dados técnicos a situação
atual da Medida Provisória 756, o evento foi aberto pelo vice-prefeito de Novo
Progresso, Gelson Gil, que com gráficos e mapas com bom domínio do tema em
pauta mostrou a tragédia econômica que se avizinha sobre Novo Progresso e
cidades limítrofes que fazem parte da cadeia produtiva da região. No caso de
Novo Progresso, o Município sofrerá diretamente os impactos da medida tendo em
vista que a o Parque Nacional do Rio Novo se encontra no Município.
Gelson alertou para que todos se unam em prol da causa já que se aprovada
a MP trará sequelas irreparáveis para a economia do Município, travando seu
desenvolvimento e engessando literalmente sua economia, com risco iminente de
falência do setor de exploração mineral que hoje representa 60% da riqueza
econômica da região. Caso haja a ampliação do Parque Nacional do Rio Novo, esse
cenário vai virar um caos.
Gelson disse que se for
levado em conta às reservas Legais e APAS vão sobrar um desmilinguido e mísero
território de apenas 3,9% para que Novo Progresso possa fomentar sua produção
agrícola e pecuária. Gelson mostrou no mapa exibido em slide a inviabilidade da
atividade econômica de produtores rurais do Município, já que cerca de 230 mil
hectares de terras produtivas vão se tornar área de proteção.
Quanto à mobilização em Brasília, a comissão está otimista que vai
obter sucesso, pois o vice-prefeito de Novo Progresso disse que todos os
deputados federais da região, além dos senadores Jader Barbalho e Flexa
Ribeiro, receberam as propostas de emenda elaboradas pela comissão, e já se
comprometeram em defendê-las no momento da sua aprovação sendo que o período da
elaboração e entregas de emendas já foi cumprido, dia 5 de fevereiro desse ano,
mas a comissão entregou as dez emendas em tempo hábil e há expectativa que tão
logo sejam formadas as comissões em Brasília as emendas sejam levadas em conta
e as mudanças sejam feitas.
Comprometeram-se com a causa os deputados federais José Priante,
Francisco Chapadinha, Júlia Marinho, entre outros. No Senado a causa ficou com
Jader Barbalho e Flexa Ribeiro. A MP 756
deve se votada em 60 dias, com prorrogação de prazo se assim se fizer
necessário.
Sem exagero, Gelson Gil, que é um dos coordenadores da Comissão, já
esteve em Brasília por várias vezes se articulando com deputados federais e
senadores de nosso Estado, vê nessa medida um cenário apocalíptico já que
provocará o desaparecimento súbito de dez mil empregos diretos e indiretos com
a criação da famigerada MP 756, além de acentuar o êxodo rural, aumentar
índices de violência e gerar evasão escolar.
Após explanação do
vice-Prefeito, vários vereadores fizeram uso da tribuna num gesto de apoio
incondicional à causa. Diego Mota relembrou várias ações no passado que
poderiam ter evitado o momento critico em que passa a região, mas que a união
de todos vai garantir a não aprovação da forma como está prevista. O Vereador
de Aveiro, Raimundinho Menez, que esteve representando o presidente do
Consórcio Tapajós, prefeito Vilson Gonçalves, disse que a causa tem total apoio
de Aveiro.
No encontro, embora a pauta tenha sido a articulação de Novo Progresso
pedindo apoio de Itaituba e demais municípios, foi também debatida a MP
758/2016 que altera limites do Parque Nacional do Jamanchinzinho e da Área de
Proteção Ambiental do Tapajós, visando aos interesses da construção de uma
ferrovia conhecida como Ferrogrão, que vai exportar soja e grãos de Mato Grosso
para o Pará, via Miritituba.
A discussão foi ampla e detalhada com explicações do advogado
especialista nos temas em pauta, Dr. José Antunes, que disse que duas MP`s
serão uma desgraça já ocorrida tanto em Novo Progresso, Itaituba quanto nos
municípios que compõe a região. O advogado disse que quem elaborou o projeto de
redução, enganou o presidente Temer, considerando a ação nefasta e maldosa. O
evento começou às 17 e terminou às 20 horas.
Por: Nazareno Santos
Fonte: RG 15/O Impacto
Nenhum comentário:
Postar um comentário