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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Temer critica aumento 'maciço e indiscriminado' de produtos chineses.

O vice-presidente Michel Temer pediu empenho dos governos da China e do Brasil para diversificar a pauta de exportações nacional para o gigante asiático. Ele ainda apontou um "deslocamento da produção brasileira" devido ao aumento "indiscriminado" de produtos chineses no país.

O discurso foi feito no Palácio Itamaraty, em Brasília, onde acontece a segunda reunião da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Coordenação e Cooperação), mecanismo mais importante para discussão de temas econômicos entre Brasil e China. O vice-presidente brasileiro é o representante nacional no grupo. Da parte chinesa, o governo é representado pelo vice-primeiro ministro da China, Wang Qishan.

Temer fez questão de citar em seu discurso o impacto das mercadorias chinesas na produção nacional. Empresários brasileiros alegam que a importação tem limitado o desenvolvimento da própria indústria brasileira.

"Nos preocupamos com o aumento maciço e indiscriminado de produtos chineses no mercado brasileiro - o que somos obrigados a registrar, ocasiona o deslocamento da produção brasileira. Daí porque falávamos (...) [em] uma forma de um dimensionamento voluntário das exportações chinesas para o Brasil, já que nosso objetivo é criar condições muito sólidas para o crescimento dessa relação bilateral", afirmou o vice.

'IMPULSO POLÍTICO'

Temer afirmou ainda ser necessário "agregar impulso político" para se "elevar o patamar de nossa parceria estratégica". Apesar de a China ser, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil, a pauta de exportações está concentrada em produtos primários --principalmente minério de ferro e soja.

"Brasil e China são economias industriais, com alto grau de diversificação. O que deve ser refletido no comércio bilateral. (...) A atual composição dessas exportações, além de gerar número relativamente limitado de empregos, é ainda vulnerável à flutuação de preços, de demanda e condições climáticas", afirmou.

"Esperamos contar com apoio chinês para assegurar maior participação de produtos manufaturados nas exportações brasileiras para o mercado chinês", completou o vice.

Temer destacou a parceria entre os dois países, citando que, entre 2010 e 2011, houve crescimento de 36,7% no comércio bilateral, enquanto o comércio mundial cresceu 6,6% no mesmo período.

Ele fez a ressalva, no entanto, de que esse aumento se deve mais ao aumento de preços dos produtos exportados (basicamente commodities) do que ao volume exportado.

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
Folha.uol.com

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