A presidente Dilma Rousseff, na condição de
candidata à reeleição, visita Belo Monte
A presidente Dilma Rousseff, na condição de
candidata à reeleição, visita na manhã hoje (5), as obras da Usina Hidrelétrica
de Belo Monte, em Altamira. A agenda, segundo informações do site de campanha
do PT, inclui sobrevoo à usina e percurso a pé pelas dependências do
empreendimento.
Apesar das polêmicas que envolvem Belo Monte,
a presidente apresenta esse megaempreendimento como a principal ação do governo
em geração de energia elétrica para o País – 11.233 MW de capacidade instalada.
Segundo o 10º balanço regional do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC
2), divulgado no final do mês de junho pelo Ministério do Planejamento, a
usina, prevista para entrar em operação em 2015, está com 49,5% das obras
executadas.
A obra faraônica que está sendo construída no
sudoeste paraense, na Volta Grande do Rio Xingu, terá o lago da usina com uma
área de 516 km² (1/10.000 da área da Amazônia Legal). Orçado em R$ 16 bilhões,
o custo da Usina de Belo Monte já supera os R$ 30 bilhões. Ainda conforme o
último balanço do governo, cerca de R$ 21 bilhões desse montante serão
investidos até o fim deste ano e os outros R$ 8 bilhões a partir de 2015.
Dentre os impactos ambientais citados pelos
movimentos sociais que confrontaram o governo ao longo desses três anos está o
de que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de
escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna
locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Um estudo formado por
40 especialistas e 230 páginas defende que a usina não é viável dos pontos de
vista social e ambiental.
Os contrários a Belo Monte alegam que a vazão
da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida.
Esta alteração, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da
região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra,
completa o estudo, irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio.
“A região permanentemente alagada deverá
impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a
base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no
regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas
espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência
de povos indígenas e ribeirinhos da região”, diz o Estudo de Impacto Ambiental
de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e
pesquisadoras de renomadas universidades do país
Do ponto de vista social, o principal impacto
é de que o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem
direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de
transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde
encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e
castanhas. De resto, as análises apontam que a construção da hidrelétrica vai
implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil
pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas.
Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população
atingida e pela subestimação da área diretamente afetada.
Defesa
O governo rechaça essas críticas e defende
que Belo Monte “só tem vantagens” e que a sua construção é indispensável para
atender à demanda por energia no Brasil nos próximos anos. A defesa é do
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que deve acompanhar a presidente na
visita a Altamira. Para ele, Belo Monte é essencial para suprir a demanda
energética do País em razão do crescimento econômico. O ministro defende ainda
que a obra, sendo uma “grande causa” , exige “sacrifícios” por parte do
governo, como enfrentar “as campanhas injustas”. “As grandes causas exigem
grandes sacrifícios. Os sacrifícios são nossos, do governo, que enfrentamos a
má vontade, as distorções, as campanhas injustas.”
Fonte: Portal ORM
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