Olavo das NevesO empresário Olavo das Neves,
com atividade em Santarém e outros municípios da região, ex-presidente da
Associação Comercial e Empresarial de Santarém, hoje é o atual presidente da
Companhia de Desenvolvimento do Estado do Pará – CODEC, em entrevista exclusiva
à nossa reportagem fala de sua gestão na CODEC, do crescimento econômico da
região Oeste do Pará e de suas pretensões na área da política. Veja a
entrevista na íntegra:
Jornal O Impacto: O senhor assumiu este ano a
presidência da CODEC. Qual o papel desta companhia para o desenvolvimento do
Estado do Pará?
Olavo das Neves: A Companhia de
Desenvolvimento Econômico do Pará – CODEC tem por finalidade promover o fomento
de políticas públicas de industrialização e desenvolvimento econômico do Estado
do Pará, assim como estimular os investimentos de infraestrutura produtiva,
econômica e social, contribuindo para o crescimento sustentável por meio de
prospecção de oportunidades de negócios, geração e manutenção de empregos e
renda, modernização das estruturas produtivas, aumento da competitividade
estadual e redução das desigualdades sociais e regionais.
Neste contexto, estamos participando
ativamente do projeto em curso denominado PARÁ 2030, onde diversos órgãos
ligados à área de produção do Estado do Pará estão irmanados e desafiados a
promover um novo modelo de desenvolvimento econômico e social com vistas a uma
sensível escalada de nossos indicadores socioeconômicos ao longo dos próximos
15 anos.
Veja o exemplo do PIB per capta paraense em
relação aos outros Estados da Federação. Na década de 40 o Pará ocupava a 4ª
posição do ranking, hoje estamos na 22ª, isso claramente nos faz refletir que
nossa matriz de desenvolvimento precisa ser reinventada.
Jornal O Impacto: Existe na CODEC algum
projeto voltado para o crescimento econômico da região do Oeste do Pará?
Olavo das Neves: O programa de
desenvolvimento que propomos abraça todas as regiões do Estado do Pará, bem
verdade neste processo o interior goza de um olhar bastante diferenciado, pois
o crescimento que buscamos contempla a redução das desigualdades regionais
tratando de forma desigual os desiguais.
Especificamente falando do Oeste do Pará, já
tivemos a primeira grande investida da CODEC com a viabilização do sonhado
Distrito Industrial em Santarém, o qual já temos o recurso disponível e
aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia, inclusive com a devida
validação do Estado e participação efetiva da Prefeitura Municipal de Santarém,
onde esperamos disponibilizar a área ainda no primeiro trimestre do ano vindouro.
Outra grande notícia esperada para o início
de 2016 passa pela efetiva consolidação do terminal fluvial de cargas e
passageiros de Santarém, investimento este que estamos defendendo fortemente e
que não pode mais esperar.
Paralelamente a isso, temos conversado com
diversos atores ligados ao setor produtivo do Oeste do Pará sinalizando
interesse em contribuir com o desenvolvimento de projetos consistentes que
careçam de incentivos por parte do Estado, ou seja, estamos totalmente abertos
a construir políticas de desenvolvimento alicerçadas nas potencialidades
regionais, bastando para isso organização dos atores locais.
Jornal O Impacto: Em 2016 haverá eleição para
Prefeitos. Em sua visão qual deve ser o papel do Candidato eleito, para que
Santarém possa crescer gerando emprego e renda para a população?
Olavo das Neves: 2016 será um ano bastante
desafiador para todos os municípios do Brasil, pois não bastasse a redução dos
habituais repasses constitucionais na contramão da crescente demanda por
políticas públicas, teremos que enfrentar um cenário de recessão com a volta do
fantasma da inflação.
Santarém não passará imune a este cenário,
muito menos o Candidato Eleito (risos). Penso que o famoso feijão com arroz
deverá ser bem feito, ou seja, buscar excelência na gestão do recurso público
aliado a permanente busca de parcerias que assegurem fontes adicionais de
receitas serão muito importantes.
Todavia, mais que tudo, acredito que o Gestor
eleito deverá buscar capitanear um grande processo de desenvolvimento
socioeconômico que vise adensar cadeias produtivas vocacionadas na região como
o turismo, agricultura familiar, logística, agronegócio, biodiversidade, entre
outros, pois assim agregaremos valor a nossa produção com impacto positivo na
geração de emprego e renda.
Todos estamos cansados de ouvir falar de
nossas potencialidades, penso que o momento é de uma obstinada busca de
transformação, ações efetivas que transformem, gerem renda, agreguem empregos
e, principalmente, contribuam com a melhoria da qualidade de vida dos
munícipes.
Jornal O Impacto: A criação de portos em
Miritituba e Santarém, sem a verticalização da produção, transformará esses
municípios apenas em corredor de exportação sem gerar emprego e renda. Como
mudar este cenário?
Olavo das Neves: Penso que não devemos olhar
a exportação a partir dos portos de Santarém e Miritituba como um problema,
pois na verdade são sim uma grande oportunidade que temos em desenvolver
atividades paralelas que agreguem valor ao que hoje dispomos. Imagine quantos
municípios gostariam de ter a posição logística privilegiada que tem Santarém e
contar com uma enorme produção ao seu alcance.
O desafio é agregar valor ao que dispomos
hoje. E neste momento a união dos diversos atores ligados a produção, aliado a
um pouco de ousadia, podem e devem render excelentes perspectivas.
O Estado neste ambiente pode contribuir na
concessão de benefícios, no estimulo a produção, mas não dá para fazer milagre
e, neste momento, mais uma vez, entram os diversos atores da área de produção
para através de uma organização profissional exercitar as provocações
necessárias para avançarmos.
Jornal O Impacto: O senhor será candidato a
prefeito de Santarém em 2016?
Olavo das Neves: Como Idealista que sou,
sempre procurei contribuir com aquilo em que acreditei ser o melhor para
Santarém e Região, pois minha relação com sua gente é de profundo respeito e
consideração, e não podia ser diferente, aqui fui acolhido, solidifiquei
negócios e constitui família.
Ao menos nos últimos três pleitos municipais
fui alvo de manifestações que diziam que eu viria candidato, porém mesmo
bastante provocado a apresentar meu nome sempre declinei por entender que minha
contribuição nos bastidores seria suficiente.
Para este próximo pleito confesso que a
temperatura aumentou bastante, seja através de pessoas próximas que tem
insistido com o assunto, assim como pessoas de fora de meu convívio que de
alguma forma acompanham o trabalho que desenvolvo.
Voltando à sua pergunta, posso dizer que hoje
sinto que a temperatura aumentou ainda mais, e a possibilidade de eu vir
candidato a Prefeito no próximo pleito, sim, tornou-se real.
Fonte: RG 15\O Impacto
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