Decisão
do BC não muda juros do cheque e do cartão, dizem economistas
Brasil continua com a maior taxa real de juros
do mundo
Economia brasileira cresce 2,7% em 2011, diz
IBGE
O Comitê de Política Monetária (Copom), do
Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (7) cortar a taxa básica de juros (a
Selic) em 0,75 ponto percentual, indo de 10,5% para 9,75% ao ano. Os juros
voltaram a um dígito pela primeira vez depois de quase dois anos. A última vez
em que a taxa ficou na casa dos 9% foi em abril de 2010, quando foi fixada em
9,5%. De lá para ca, só havia ficado acima de 10%, chegando ao pico de 12,5% em
julho do ano passado.
Este foi o quinto corte seguido na taxa. A
série de reduções começou em agosto do ano passado, quando os juros caíram de
12,5% para 12%. A decisão do Copom foi
por cinco votos a dois. Esses dois queriam reduzir a taxa em 0,5 ponto
percentual.
Foi divulgado na terça-feira (6), que a
economia brasileira (PIB - Produto Interno Bruto) cresceu 2,7% em 2011, menos
do que os 3% a 3,5% esperados pelo governo. Isso tende a pressionar a queda dos
juros. Com juros mais altos, as empresas investem menos, porque fica caro tomar
empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o
crediário fica mais caro. Essa situação deixa a economia com menos força.
Reduzir os juros, ao contrário, estimula a produção e o consumo, melhorando o
PIB.
A taxa básica de juros orienta o restante da
economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque
especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas
que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no
dia a dia.
Esta é a menor taxa do governo Dilma. O menor
valor até então era o de janeiro deste ano, com 11,25%. Esta foi a segunda
reunião do Copom no ano. A próxima mudança de juros será em 18 de abril.
Antes do início do governo Dilma, a Selic
estava em 10,75%. No primeiro mês dela (janeiro de 2011), subiu para 11,25%.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar
o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o
consumo. Quando sobe, reduz a atividade econômica porque os empréstimos e as
prestações ficam mais caros.
Entenda a relação entre juros e a situação da
economia
Os juros são empregados, entre outras razões,
para tentar controlar a inflação ou para estimular o crescimento da economia.
Quando o Banco Central considera que há risco de inflação, ele eleva os juros.
Assim, as prestações e os empréstimos ficam mais caros e as pessoas consomem
menos. Isso ajuda a reduzir a inflação.
Quando a economia fica mais fraca e as pessoas
gastam menos, o BC faz o contrário, reduzindo os juros e o custo dos
empréstimos, para estimular as compras.
A alta de preços ocorre quando há muita
procura por produtos e menos quantidade para atender a essa necessidade.
A inflação oficial é medida pelo índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O centro da meta do BC para a inflação neste
ano é de 4,5%.
A meta pode ter variação de dois pontos
percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a
6,5%.
Em 2011, a inflação quase estourou o limite máximo
da meta do governo, acumulando alta de 6,5% --o maior resultado desde 2004.
Em meados do ano passado, o governo adotou
medidas para desestimular o consumo: aumentou o valor do pagamento mínimo da
fatura do cartão de crédito; elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
sobre gastos no cartão de crédito fora do país e sobre captações de recursos no
exterior; tornou obrigatório uma entrada de pelo menos 20% nos financiamentos
entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados.
Desde agosto passado o Copom vem reduzindo a
Selic, para tentar não deixar a economia esfriar em meio à crise global.
A argumentação básica tem sido de que o
cenário internacional, sobretudo por conta das turbulências na Europa, é
desinflacionário para o Brasil. Isso porque, com as grandes economias na região
ainda patinando, a demanda mundial acaba perdendo força, com consequências para
o Brasil.
Juros altos são bons para algumas aplicações
Os juros no Brasil ainda são considerados
muito altos. Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as
aplicações financeiras. Isso é bom para os investidores brasileiros e também
para os estrangeiros que procuram o país.
Quando alguém investe em fundos ou títulos
públicos, por exemplo, recebe um rendimento mensal maior se os juros estiverem
mais altos.
Por outro lado, os juros altos prejudicam as
empresas, que ficam mais receosas de tomar empréstimos para investir em
expansão.
Por isso os empresários reclamam dos juros
altos. Nesse cenário, também se torna mais difícil a criação de empregos.
O Copom foi instituído em junho de 1996 para
estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
O colegiado é composto pelo presidente do
Banco Central e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos
Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro,
Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.
Do UOL, em São Paulo
(Com informações da Reuters)
Professores
recebem novo salário em março
Anúncio foi realizado pela SEDUC
Pará - Os professores da rede estadual de ensino devem
receber o novo piso salarial conforme reajuste nacional de R$ 1.451 no final de
março. O anúncio foi feito pela Secretaria de Educação do Pará (SEDUC) depois
de uma reunião ontem (6) em Belém entre o governo e representantes da
categoria.
A integralização do piso foi garantida. A medida vale um
acréscimo de R$ 14,5 milhões por mês na folha de pagamento do estado.
Com a nova base, o professor em início de carreira no Pará
começa ganhando o equivalente a R$3.555 e o salário médio da maioria dos 27 mil
educadores passa a ser de R$ 4 mil.
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Professores do Pará decidem aderir à greve nacional
No encontro o governo definiu o pagamento retroativo dos
meses de janeiro e fevereiro a partir da implantação do novo valor pelo governo
federal a ser realizado em três parcelas com início em setembro. Na ocasião, o
governo do estado informou ainda que entre março a setembro os 2.907 técnicos
em educação aprovados em concurso devem ser nomeados.
O novo piso salarial deve beneficiar cerca de 7 mil
professores da rede estadual.
Fonte: notapajos.com
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