(Foto: Reprodução/Diário do Pará)
Trabalhadores do Movimento dos Sem-Terra que ocupam
a Fazenda Peruano, desde abril de 2004, em Eldorado dos Carajás, interditaram a
rodovia BR-155, na altura do Km 70, na manhã de ontem. A ocupação durou toda a
manhã e terminou ao meio-dia. O protesto foi para forçar o Incra a cumprir
acordo feito há várias semanas, para cadastrar 1.200 famílias e criar um
assentamento em parte da fazenda. Diante do protesto, o Incra confirmou o envio
de uma equipe técnica ao local, ainda hoje, para iniciar o cadastramento das
famílias. Isso foi comunicado às lideranças do MST, que decidiram desmobilizar
o movimento.
Segundo o coordenador da Comissão Pastoral da Terra
(CPT), na Diocese de Marabá, José Batista Gonçalves Afonso, além do acordo
entre Incra e Iterpa, o cadastramento das famílias é uma obrigação do Incra,
mesmo que a área pertença ao Estado, como é o caso da fazenda.
PROTESTO
O protesto gerou um congestionamento quilométrico na
rodovia e deixou muita gente revoltada, como o motorista José Pereira Maurício,
que transportava uma carga perecível para o Estado do Tocantins. “Eu entendo a
reivindicação deles, mas o que é que eu tenho a ver com isso?”, questionou. Já
Everaldo Martins da Silva, que também viajava para o Tocantins, disse que
estava correndo risco de não fechar um negócio por conta do atraso.
ANO PERDIDO
Batista chama a atenção para o fato de que esse tipo
de protesto deve aumentar ainda mais na região sul e sudeste do Pará, porque
2011 foi praticamente perdido com relação à criação de novos assentamentos.
Segundo ele, o número de famílias assentadas, aqui no Pará e em todo o Brasil,
foi irrisório e sem melhoria na qualidade de vida nos assentamentos já
existentes. Por isso eles não acreditam em mudanças por parte do governo agora
em 2012. “Eles (o governo) acreditam muito mais no agronegócio, na agricultura
de exportação, do que na agricultura de produção de alimentos, que é o que vai
para a mesa do brasileiro. Isso infelizmente foi a marca do governo Lula e tem
sido também a marca do governo Dilma”, sentenciou.
(Diário do Pará)
MPF notificará ministério sobre impasse no SUS
Procurador da República, Alan Mansur,
pedirá providências à União
Procurador Alan Mansur
O Ministério Público Federal (MPF) deve preparar um
relatório para o Ministério da Saúde sobre o imbróglio em que as Secretarias de
Saúde Municipal e Estadual se encontram sobre o repasse dos recursos do Sistema
Único de Saúde (SUS). Ontem, em mais uma reunião entre as partes, novamente não
houve acordo sobre o dinheiro destinado para manutenção da saúde em Belém. A
petição deve ser encaminhada ainda ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS
(Denasus).
Estavam presentes na reunião a promotora de Justiça
Suely Cruz; o procurador chefe da União no Pará, Leonardo Sirotheau; o
secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco e a secretária municipal de
Saúde, Sylvia Santos.
De acordo com o procurador da República, Alan
Mansur, houve pouco avanço nas negociações. “As secretarias reconheceram
algumas dívidas, mas não sinalizaram pagamento”, revela. Segundo ele, o
município confirma dever ao Estado uma quantia de aproximadamente R$ 20
milhões, referente aos atendimentos do Hospital Ophir Loyola, Hospital de
Clínicas Gaspar Viana e Hospital Regional Abelardo Santos. Já o Estado também
confirma dever ao município cerca de R$ 16 milhões, referente a contrapartidas
de farmácia básica, vigilância de saúde e ao acordo que direcionaria R$ 3,5
milhões mensais de recursos para os pronto-socorros municipais.
No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa)
contesta a cobrança de R$ 27,7 milhões sobre a complementação de tabela que
paga cardiologistas e anestesistas que atendem pacientes do interior do Estado.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) garante
que está retirando R$ 3,8 milhões do tesouro municipal para pagar esses serviços
a pacientes dos 143 municípios do Pará. Em razão do impasse, nem uma das duas
secretarias vai realizar o pagamento. Por causa disso, o promotor informou que
Alan Mansur vai encaminhar a petição pedindo providências à União.
SENTENÇA
Em outubro do ano passado, o município de Belém foi
condenado pela Justiça Federal a regularizar os pagamentos dos serviços
credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
No mês passado, o MPF informou à Justiça Federal que
a sentença não foi cumprida.
Fonte: Diário do Pará
Lula diz a Haddad que prioridade é atrair PSB para aliança
O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo,
Fernando Haddad, espera que a partir da próxima semana o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que recebeu alta médica do Sírio-Libanês anteontem, já
possa auxiliá-lo na definição de estratégias eleitorais e na negociação de
alianças. Lula sinalizou a Haddad que sua primeira atitude será procurar o
presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, para uma conversa.
Haddad conversou com Lula por telefone duas vezes
ontem. O ex-presidente lhe informou que deverá concluir o uso de antibióticos
contra pneumonia na sexta-feira e que retoma os contatos políticos já na
próxima semana, quando ambos se reunirão.
Enquanto enfrenta dificuldades na costura de
alianças e para contornar disputas internas do PT, Haddad mantém as agendas de
pré-campanha. Ontem, ele visitou a região de Perus, na zona oeste da capital. O
ex-ministro dá continuidade à estratégia, definida pela coordenação da
campanha, de criticar a atual gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o
pré-candidato do PSDB, José Serra.
Segundo Haddad, Kassab tenta 'maquiar' os baixos
índices de aprovação de sua gestão com um pacote de obras. 'Há um desconforto
na cidade com os últimos oito anos, mesmo que nos últimos meses se queira
maquiar o que está acontecendo. O prazo é curto para se reverter a percepção
que foi-se tendo em oito anos de que o tempo foi em algumas áreas perdido.'
Ele acusou o prefeito de promover um 'concurso de
vices', que integram o secretariado municipal, para atender Serra. 'Essa
hipótese do afastamento de cinco secretários municipais é como se houvesse um
concurso de vices, em vez de cuidar da cidade até 31 de dezembro. Você exonerar
cinco secretários para fazer uma seleção é um descaso com a cidade', avaliou.
'Ministro cruel'. O petista também elevou o tom das
críticas a Serra e afirmou que o tucano foi 'o mais cruel ministro do
Planejamento'por ter cortado investimentos nas universidades públicas federais.
'Talvez o Serra, como ministro do Planejamento, tenha sido o mais cruel do
ponto de vista orçamentário com as universidades federais', disse o petista, ao
comentar sobre negociações do PC do B, tradicional aliado do PT, com o PSDB em
algumas capitais do País, o que poderia ter reflexos em São Paulo. Segundo
Haddad, seria difícil apostar numa conexão entre Serra e o PC do B pelas
ligações históricas do partido com a UNE.
Por: FERNANDO GALLO, estadao.com.br
Serra conta com apoio da maioria de dirigentes para vencer
prévia do PSDB
O ex-governador José Serra (PSDB) é o candidato
favorito dos presidentes de diretórios zonais tucanos da capital que votarão na
prévia do próximo dia 25 para escolher quem disputará a Prefeitura de São Paulo
pelo PSDB em outubro.
Levantamento feito pelo Estado com 51 líderes da
legenda na cidade mostra que 20 deles pretendem escolher Serra como candidato,
ou seja, mais da metade dos 36 tucanos que declararam o voto. Há 58 diretórios
zonais do PSDB pela capital paulista, mas 15 se recusaram a dizer qual é o
preferido e outros sete não foram localizados.
Atrás de Serra, empatados na preferência dos presidentes
tucanos, estão o secretário estadual de Energia, José Aníbal, e o deputado
Ricardo Tripoli. Cada um têm oito votos de dirigentes.
O voto dos presidentes dos zonais não reflete
necessariamente a preferência da militância: 20 mil filiados ao partido estão
aptos para votar na prévia, mas a cúpula do partido estima que, no máximo, 5
mil compareçam.
O levantamento, no entanto, serve como indicativo de
qual candidato tem a preferência da máquina partidária, que tem influência
entre os eleitores. Conforme o Estado revelou em janeiro, muitos filiados não
têm relação com o PSDB e foram cadastrados a pedido dos presidentes dos zonais.
Pela análise do mapa dos diretórios, Serra tem mais votos na região leste, onde
está a maioria dos filiados.
Serra se beneficiou do apoio dos secretários
estaduais Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente), que abriram
mão da prévia em favor do ex-governador no final do mês passado. A
transferência de apoio nos diretórios foi quase automática. 'Muita gente ligada
ao Bruno ficou frustrada com a desistência. Acredito que esses filiados nem
votariam mais, mas há um apelo para mobilizar a militância', conta Eduardo
Odloak, do zonal da Mooca.
Ricardo Tallarico, presidente do diretório de Vila
Sabrina, votaria em Matarazzo antes de Serra entrar. 'É o melhor para o
partido, já que é ele que tem chances de ganhar', declarou. 'O Serra é o Serra.
Aqui na minha região ele vai matar a pau', afirmou Celso Elias, do diretório de
Jaçanã.
'Eu não gosto do Serra e o Serra não gosta de mim.
Mas essa é uma questão pessoal, e eu sou PSDB. Ele é o único candidato que tem
reais chances de ganhar as eleições', disse Avelazio Jacobina, de Cidade
Tiradentes.
O governador Geraldo Alckmin defende a prévia, mas
aliados de Serra ficaram insatisfeitos com o fato de ele ter de disputar. A
avaliação, no entanto, não é consensual entre serristas. Uma ala avalia que,
sem risco de derrota, a disputa mostra humildade e respeito com a sigla.
Parte dos votos declarados a Serra reflete o apoio
recebido por vereadores e deputados nas últimas semanas. 'O nome do Serra não
vem da militância, mas ele tem o apoio de muitos parlamentares que têm
influência sobre a militância', disse Israel Baia da Silva, de
Sapopemba.Tucanos que acreditavam que a disputa interna seria uma oportunidade
de renovação do PSDB decidiram reavaliar o quadro.
Críticas. A participação de Serra também fortaleceu
um grupo contrário a sua candidatura, que decidiu intensificar o trabalho de
mobilização da militância para tentar derrotá-lo no dia 25.
'O pessoal vai dizer que Serra largou a Prefeitura
na mão de um irresponsável. O Kassab está bem queimado', disse Léo Onoda,
presidente do diretório zonal de Jaraguá, que apoia Aníbal.
Valdir Campos Costa, do diretório de Bela Vista,
disse estar 'fechado' com o Tripoli desde o início. 'O PSDB tem bons quadros,
mas o partido precisa se renovar. Não dá para ficar refém de Serra-Geraldo,
Serra-Geraldo'.
Há críticas também pela entrada tardia de Serra na
prévia, marcada anteriormente para 4 de março. 'Serra deveria ter entrado lá
atrás, não sido imposto de cima para baixo no último momento', disse Dilmário
Viana, do Conjunto José Bonifácio, que vai votar nele. Para Edison André, de
Capela do Socorro, as coisas ficaram 'meio no ar' com a entrada de Serra na
disputa.
Fonte: Estadao.com.br
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