Altamira é uma das cidades mais violentas do
País
Jovens que vivem em seis municípios paraenses
estão no topo da lista de vulnerabilidade à violência, segundo estudo produzido
pelo Ministério da Justiça em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. Os dados do relatório de 2014, divulgados nesta semana, mostram que
Altamira, Marabá, Parauapebas, Marituba, Ananindeua e Belém estão entre as 20
cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes que apresentam os mais altos
Índices de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJV). De acordo com o
levantamento, de 2007 para 2012 o índice de violência e desigualdade no Pará
aumentou 1,3%.
Entre as capitais, Belém ocupa a segunda
posição de maior vulnerabilidade de jovens à violência e às desigualdades. O
índice mede a exposição da população entre 12 e 29 anos aos riscos de serem
vítimas da violência a partir de variáveis que incluem estatísticas criminais,
como indicadores de homicídios, e sociais, como a permanência na escola ou a
inserção no mercado de trabalho.
De acordo com o estudo, levando-se em conta
apenas os dez municípios brasileiros com mais altos índices (Cabo de Santo
Agostinho/PE, Itaguaí/RJ, Altamira/PA, Marabá/PA, Luziânia/GO, Parauapebas/PA,
Simões Filho/BA, Eunápolis/BA, Teixeira de Freitas/BA e Marituba/PA), em seis
deles é o Indicador de Mortalidade por Homicídio que apresenta o valor mais
alto dentre os indicadores que compõem o índice.
Este é o caso de Marituba. Para Altamira,
Marabá e Parauapebas, o Indicador de Pobreza é o mais agravado.Considerando os
20 municípios com mais alto IVJV, em 12 deles a taxa de homicídios é o
indicador mais elevado. Nesse contexto, nos 12 piores índices de homicídios
está incluída a cidade de Ananindeua. Para Belém, pesa mais a vulnerabilidade
ao Indicador de Pobreza.
Os dados do estudo indicam que há uma forte
correlação entre vulnerabilidade juvenil à violência e território, na medida em
que há diferenças regionais determinando melhores ou piores condições de vida
para a população de adolescentes e jovens brasileiros.Os dados da pesquisa
foram atualizados em 2014 para incluir a desigualdade racial, e o resultado foi
que o risco de os adolescentes e jovens de 12 anos a 29 anos sofrerem violência
aumenta quando esse fator é levado em conta.
No Brasil, os jovens negros têm 2,6 mais
chances de morrer do que os brancos. A média se refere a 2012, último ano em
que há dados consolidados, e mostra pequeno aumento em relação a cinco anos
atrás. Em 2007, o risco nacional era 2,3.No caso do Pará, essa correlação é de
3,6 jovens negros com mais chances de morrer que brancos, inserindo o Estado
paraense na 10ª posição no ranking de violência e desigualdade. A Paraíba está
no topo do ranking. Lá, a chance de o jovem negro morrer violentamente,
assassinado ou em acidentes de trânsito é 13,4 vezes maior do que a do jovem
branco.
No Paraná, Estado com menor risco, a
proporção é inversa, pois a taxa de homicídios de jovens brancos é um pouco
maior que a de negros: 0,7. Valores mais próximos de 1 indicam maior
proximidade entre os dois segmentos.
Fonte: Diário do Pará
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