Baptismo de Jesus Antes de tudo é preciso entender que o batismo de São João Batista não era o “Sacramento do Batismo” que hoje recebemos; pois este tem sua eficácia na morte e Ressurreição de Jesus para perdoar todos os pecados. Jesus não tinha pecado e não precisava deste Sacramento. A Carta aos Hebreus, diz que Ele “era igual a nós em tudo, com exceção do pecado” (Hb 4,15).
O batismo de João Batista era um “batismo de
arrependimento” (Lc 3,3), em preparação para a missão do Messias; quem o
recebesse devia se reconhecer pecador diante de Deus e se arrepender. Uma
multidão de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e saduceus e
prostitutas recebiam o batismo. E Jesus se põe no meio dos pecadores, como
solidário com eles, para trazer-lhes a salvação. O Espírito Santo, sob forma de
pomba, vem sobre Jesus, e a voz do céu proclama: “Este é o meu Filho bem-amado”
(Mt 3,13-17). É a manifestação (“Epifania”) de Jesus como Messias de Israel e
Filho de Deus.
Então, o batismo de Jesus foi um sinal claro
de sua missão neste mundo; o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”
(João 1,29). Ele assumiu sobre Ele todos os pecados da humanidade, nos redimiu
e deu-nos nova vida. Ele “carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o
madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim,
por suas chagas fomos curados” (1Pd 2,24).
Este é o significado do batismo que Jesus
recebeu. João Batista não queria batizá-lo, pois sabia que ele não era um
pecador. O batismo de Jesus marca o início de sua vida pública.
O nosso Catecismo diz que: “O Batismo de
Jesus é, da parte dele, a aceitação e a inauguração de sua missão de Servo
sofredor. Deixa-se contar entre os pecadores; é, já, “o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo” (Jo 1,29), antecipa já o “Batismo” de sua morte
sangrenta. Vem, já, “cumprir toda a justiça” (Mt 3,15), ou seja, submete-se por
inteiro à vontade de seu Pai: aceita por amor este batismo de morte para a
remissão de nossos pecados. A esta aceitação responde a voz do Pai, que coloca
toda a sua complacência em seu Filho. O Espírito que Jesus possui em plenitude
desde a sua concepção vem “repousar” sobre Ele. Jesus será a fonte do Espírito
para toda a humanidade. No Batismo de Jesus, “abriram-se os Céus” (Mt 3,16) que
o pecado de Adão havia fechado; e as águas são santificadas pela descida de
Jesus e do Espírito, prelúdio da nova criação.” (n.536)
Há uma relação profunda entre o batismo de
Jesus e o nosso. São Paulo assim explica:
“Ou ignorais que todos os que fomos batizados
em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele
na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela
glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos o mesmo
ser com ele por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum
ressurreição. Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que
seja reduzido à impotência o corpo (outrora) subjugado ao pecado, e já não
sejamos escravos do pecado.” (Rm 6,3-4).
O batismo sacramental que recebemos faz de
nós “templos da SS. Trindade” (1 Cor 3,16), “participante da natureza divina”
(2 Pd 1,4), “membros de Cristo” (1Cor 12,27), a Igreja; destinados a uma glória
eterna. “Porque num mesmo Espírito fomos batizados todos nós para sermos um só
corpo” (1 Cor 12,12). “Eu sou a videira e vós sois os ramos” (Jo 15,1).
Incorporado a Cristo, está também incorporado à Igreja: “Vós sois o Corpo de
Cristo” (1 Cor 12,27). O batismo nos faz “luz do mundo, sal da terra”. Então,
uma nova sociedade surgirá. Um documento do primeiro século da Igreja, a
‘Didaquè”, chamada de “Doutrina dos Doze Apóstolos”, diz que “o que a alma é
para uma pessoa, assim são os cristãos para o mundo”.
Prof. Felipe Aquino
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