Francisco Barbosa, presidente da AMBAV,
denuncia descaso e anuncia invasão
Francisco Barbosa, presidente da AMBAV,
denuncia descaso e anuncia invasão
Dez meses depois da paralisação das obras de
construção do Residencial Moaçara I e II, filiados da Associação de Moradores
do Bairro Aeroporto Velho (AMBAV) avisam que se os serviços não forem retomados
em medida de urgência, eles vão ocupar as três agências da Caixa Econômica
Federal (CEF), que funcionam em Santarém, no Oeste do Pará.
O motivo da ocupação, segundo os
comunitários, é a falta de transparência na gestão dos recursos destinados a
construção da obra, por meio da Caixa Econômica, onde até o momento ninguém deu
explicação do por quê da paralisação e nem de quando os serviços vão reiniciar.
Após reunirem no dia 21 deste mês, os comunitários decidiram ocupar as agência
da Caixa da Avenida Tapajós, da Borges Leal e da Turiano Meira.
“Todos os comunitários já estão conscientes
de que a coisa em Santarém só funciona através de pressão. Pelo que já observei
da movimentação dos comunitários é que eles são favoráveis que sejam ocupadas
as agências da Caixa Econômica. Vamos fazer isso porque foi a Caixa que recebeu
os recursos para executar essas obras. O que percebemos é que a obra está
paralisada e, eles não dão satisfação”, declara o presidente da AMBAV,
Francisco Barbosa, o “Chiquinho”.
Ele conta que já esteve em Belém em busca de
respostas, porém, não conseguiu conversar com o gerente regional e, que por
isso vai tomar medidas, para que eles respondam os questionamentos da
comunidade em relação à obra. Chiquinho ressalta que a comunidade quer que o
residencial seja finalizado, até porque ele já está sabendo que há
interferência política dentro da gestão dessa obra.
“Nós não podemos pagar o preço dessa
interferência política. A comunidade não vai ficar esperando de maneira nenhuma
que eles resolvam as picuinhas deles. O que a comunidade quer é simplesmente as
casas prontas para serem usadas pelas famílias. A comunidade foi contemplada
com parte das casas do conjunto, que o Governo Federal destinou através de uma
portaria, a qual temos em mãos”, afirma Chiquinho.
OCUPAÇÃO: De acordo com Francisco Barbosa, a
ocupação vai ser feita dentro de poucos dias. “Talvez ainda não façamos o
movimento nesta semana, mas antes do segundo turno das eleições as três
agências da Caixa Econômica serão ocupadas, para que eles possam nos dar uma
resposta, para resolver a situação da comunidade do Aeroporto Velho, que não
suporta mais esperar por essa falta de responsabilidade!”, dispara o líder
comunitário.
DESCONFIANÇA: A Caixa Econômica, segundo
Francisco Barbosa, pegou a obra para fazer e colocou a empresa Carmona Cabrera,
que ninguém sabe a origem dela, a qual paralisou os serviços, sem dar
satisfação para a comunidade do Aeroporto Velho. Ele afirma que a comunidade
vai cobrar providências para resolver o problema.
“Acompanhamos a obra desde o início da
construção. Quando eles fizeram a limpeza da área, já aparecia um percentual de
5% da obra concluída. Isso ainda na limpeza do terreno, eles já haviam pegado o
dinheiro. Verificamos que desde o início dessa obra a coisa vem andando de
forma errada”, desconfia.
SUSPEITA DE FRAUDE: Chiquinho revela que está
sendo destinado para o Residencial Moaçara I e II, cerca de R$ 85 milhões, mas
para ele, o que gera ainda mais desconfiança é que as primeiras planilhas foram
orçadas em R$ 77 milhões. “Este valor foi aumentado para R$ 85 milhões. Se eles
não dão satisfação é porque tem coisa errada. Acreditamos que tem gente da
Caixa envolvido nesse esquema. Foi a comunidade do Aeroporto Velho que lutou
para adquirir aquele terreno. Hoje, do projeto ‘Minha Casa, Minha Vida’ não
existe nenhuma residência entregue em Santarém. Isso tanto do Residencial
Moaçara quanto do Salvação, na rodovia Fernando Guilhon”, aponta Chiquinho.
CONCORDATA: Em novembro do ano passado, após
pedir concordata, a empresa Carmona Cabrera paralisou as obras do Residencial
Moaçara I, deixando centenas de famílias preocupadas com o descumprimento do
prazo para a conclusão do conjunto habitacional.
Já no mês de dezembro, dezenas de
trabalhadores realizaram uma manifestação na Avenida Moaçara, em frente ao
residencial, cobrando da direção da Carmona Cabrera o pagamento dos salários
atrasados. Durante o protesto, houve confronto entre os operários e policiais
do Grupo Tático Operacional (GTO). Um grupo de trabalhadores e profissionais da
imprensa santarena ficaram feridos.
Abandono das obras do Residencial Moaçara
causa revolta e indignação aos moradores
PARALISAÇÃO: Desde novembro do ano passado,
três grandes empreendimentos que estão sendo construídos em Santarém
encontram-se paralisados. São eles: dois módulos do Residencial Moaçara, que
prevê a construção de 1.408 moradias, a do Conjunto Habitacional Santo André,
para construir 321 casas e a execução de um Sistema de Esgotamento Sanitário,
na área Urbana de Santarém, que atenderá as demandas de 10 bairros da cidade. O
atraso e a paralisação das obras devem-se ao fato de que a empresa responsável,
Carmona Cabrera, está em processo de falência e impetrou na Justiça Estadual
pedido de recuperação judicial. Dos três projetos executados pela Carmona
Cabrera, os Residenciais Moaçara e Santo André pertencem ao programa “Minha
Casa, Minha Vida” e o referente ao Sistema de Esgotamento Sanitário, faz parte
da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
MINHA CASA MINHA VIDA: Em julho de 2013, a
Prefeitura de Santarém anunciou que as obras do programa do Governo Federal
sobre habitação, o “Minha Casa, Minha Vida” estavam em fase de acabamento. Na
época, a Prefeitura garantiu que dois conjuntos habitacionais estavam sendo
finalizados, entre eles, o Residencial Salvação localizado na rodovia Fernando
Guilhon. O outro, o Residencial Moaçara I, no bairro do Aeroporto Velho. O lote
com as primeiras mil casas do projeto “Minha Casa, Minha Vida” deveria ser
entregue aos beneficiados entre o final de julho e agosto de 2013, conforme a
Prefeitura havia anunciado. De acordo com a Prefeitura, as obras haviam
avançado em 30% no Município, onde aproximadamente 1.200 casas, das 3.081
projetadas, já estavam erguidas. Passado um ano, a entrega das residências que
seria feita em três lotes: o primeiro entre o final de julho e agosto de 2013.
O segundo entre janeiro e fevereiro de 2014 e o terceiro até julho deste ano
não aconteceu, conforme a Prefeitura havia garantido.
Por: Manoel Cardoso
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