Seguem tensas as negociações com o homem que
sequestrou o funcionário do hotel St. Peter, desde às 8h30 desta segunda-feira,
em Brasília (DF). Jac de Souza Santos, 30 anos, ameaça detonar os supostos
explosivos até às 18 horas caso suas reivindicações não sejam atendidas. Os
artefatos estão presos ao corpo do mensageiro, que está refém do sequestrador.
Entre as exigências feitas por Jac estão a aplicação da Lei da Ficha Limpa para
estas eleições, a extradição do terrorista Cesari Battisti e a mudança do
panorama político do Brasil.
O reforço policial foi redobrado no perímetro
de segurança nas proximidades do local. Agora, as pessoas têm de ficar a 100
metros do local. A distância foi aumentada por três vezes. Começou em 30m e
passou para 60m no meio da manhã.
No momento da invasão, havia 300 pessoas no
hotel. De acordo com o cozinheiro-chefe, que não quis dizer o nome, o homem
teria feito check-in em dois quartos no 10º andar, por volta das 5h desta
segunda-feira. Três horas depois, ele teria invadido o primeiro cômodo. Toda a
área próxima ao hotel está interditada. O homem bateu nas portas dos quartos e
pediu aos hóspedes que deixassem o hotel, pois era uma ameaça terrorista.
A todo o momento, o suspeito de terrorismo
aparece na varanda de um quarto no 13º andar com a arma apontada para o refém.
Segundo informações, nas negociações com a polícia, não pede dinheiro, fala
mais em questões políticas.
Três cartas de despedida foram deixadas por
Jac Souza dos Santos em casa de parentes e em sua própria residência, em Palmas
(TO).
"O teor da carta é de despedida. Ele
falou que essa tempestade vai passar e que ele vai dar cabo da vida dele",
relatou Paulo Henrique Almeida, diretor de comunicação da Polícia Civil.
Segundo ele, o texto foi escrito na última sexta-feira (26) e foi encontrado
pela polícia na casa em que Santos vive com a mãe e com os tios.
Santos escreveu estar desesperado e expressa
o desejo de "mudar o panorama do país", segundo o delegado.
Almeida afirmou ainda que ele chegou de carro
à capital -o automóvel já foi apreendido.
Jac Souza dos Santos, 30, foi também
secretário municipal de agricultura e agropecuária do município. Ele não tem
antecedentes criminais e estaria atualmente trabalhando em uma campanha
eleitoral.
NEGOCIAÇÃO "EMPERRADA"
Almeida relatou dificuldade no diálogo com o
sequestrador. "Ele continua bem irredutível (...) e a todo momento ele
fala que vai dar cabo da vida dele."
O prazo dado por Santos para ter os pedidos
atendidos se encerra às 18h. Segundo Almeida, as "negociações estão um
pouco emperradas", diante da recusa em conversar. A policia isolou um
perímetro de 100 metros. Esse perímetro já foi aumentado mais de uma vez pela
polícia, que diz ter praticamente certeza de que o sequestrador está com
explosivos. O prédio dos Correios ao lado também foi evacuado. (FSP/CB)
Por: Marcos Santos
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