Senador Jader Barbalho
O senador Jader Barbalho (PMDB) solicitou
ontem à Controladoria Geral da União (CGU), por meio de requerimento
protocolado no Senado Federal, informações sobre o projeto BRT, que vem sendo
tocado pela Prefeitura Municipal de Belém e ao qual ele, Jader, dirigiu
críticas contundentes.
Dirigindo-se ao ministro chefe da CGU, Jorge
Hage Sobrinho, o senador defendeu que, caso não tenha sido ainda adotada tal
providência, seja realizada em regime de urgência uma auditagem nas contas da
Prefeitura de Belém relativas a esse projeto, cuja execução conta com
financiamento de recursos do governo federal.
Assinalou o senador do PMDB que a execução do
BRT já consumiu, em duas gestões – a anterior, de Duciomar Costa, e a atual, de
Zenaldo Coutinho (PSDB) – recursos superiores a R$ 100 milhões dos cofres da
União, segundo informações extraoficiais.
“E nessa obra não se vê, a rigor, nenhum leve
indício de que tenha por objetivo melhorar as condições de transporte urbano de
passageiros nesta capital. Muito pelo contrário, avolumam-se evidências de que,
por trás dela, há uma teia de interesses escusos e desonestos, cujo único
propósito parece ser a malversação de recursos públicos e não propriamente
servir à coletividade”, acrescentou.
Jader Barbalho destacou que uma auditagem nas
contas do projeto se faz urgente e necessária até para desfazer, se for o caso,
“as sombras de suspeitas e desconfianças que, com muita razão, pairam sobre
esse lamentável empreendimento”.
Enfatizou que não pode continuar sem uma
providência da administração pública federal o descalabro que hoje se observa
no projeto BRT. “Esse empreendimento não passa de um engodo, de uma farsa
contra o erário e contra os interesses maiores da população”, disparou.
Observou o líder do PMDB do Pará que o
projeto consiste em apenas duas pistas centrais precariamente pavimentadas, por
onde trafegam, em velocidade temerária, veículos velhos e em péssimas
condições.
Instalado na principal e quase única via de
acesso e saída da capital, a avenida Almirante Barroso – acrescentou –, num
trecho de seis quilômetros, a obra atravanca o fluxo de tráfego em área vital
da cidade, ao reduzir os espaços laterais perigosamente disputados por
automóveis, utilitários e veículos de carga.
O senador chamou ainda a atenção para a
insegurança no trânsito causada pelo BRT. Entre outras falhas, apontou a falta
de proteção em suas laterais, o que deixa perigosamente expostos os pedestres,
ciclistas, condutores de motos e motoristas em geral.
Jader lembrou, a propósito, que ali já
ocorreram mais de 40 acidentes, a maior parte deles com vítimas fatais. É esse,
conforme frisou, o alto preço que a população de Belém está pagando “por uma
obra tosca em sua concepção e executada de maneira improvisada e
irresponsável”.
EDITAL
No requerimento dirigido à CGU, o senador
Jader Barbalho assinalou ainda que, não satisfeito com o caos já instalado no
trânsito da capital, “o prefeito Zenaldo Coutinho tem agora o desplante de
anunciar o edital para execução de uma segunda etapa do apelidado BRT”, num
trecho de 16 Km que, segundo diz a prefeitura, vai do Entroncamento até Icoaraci.
“O prefeito tenta nos impor o fato consumado,
sem se sentir na obrigação de dar satisfações a ninguém, pelo menos para se
explicar sobre o descalabro já existente no trânsito urbano de Belém, que vai
se transformando em verdadeiro caos”, completou.
Para Jader, chega a ser “um escárnio, um
deboche para com a população de Belém e do Pará” o simples anúncio dessa nova
etapa do projeto, pelo simples fato de que a prefeitura se dispõe a dar
continuidade a algo inexistente.
“Em Belém não existe um projeto BRT. O que
existe, efetivamente, é apenas um arremedo grosseiro e mal ajambrado de um
projeto de mobilidade – neste caso específico projetado e executado contra os
interesses da população e direcionado tão-somente para beneficiar os
responsáveis pela obra, incluídos aí provavelmente agentes públicos e uma
empreiteira de projeção nacional, a famosa Andrade Gutierrez”, aduziu.
O senador ressaltou que é vital e impositivo,
não somente para a cidade de Belém, mas para toda a região metropolitana, onde
hoje vivem mais de dois milhões de pessoas, um projeto eficiente e moderno de
acessibilidade e mobilidade.
Um projeto que, conforme frisou, possa acabar
ou pelo menos diminuir o caos no trânsito e oferecer à população um serviço de
transporte com satisfatórias condições de rapidez, conforto e segurança, “o que
é impossível esperar desse indecoroso simulacro de projeto que foi executado em
Belém de forma desonesta e afrontosa para com a nossa população”, finalizou.
Fonte: Diário do Pará
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