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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Amazônia terá torre científica de 320 m até o final de ano


Uma torre de 320 metros de altura para pesquisas científicas deve ser instalada na Amazônia em dezembro deste ano, conforme previsão feita pelo coordenador brasileiro do projeto, Antonio Ocimar Manzi, pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).

Batizado de Observatório Amazônico com Torre Alta (ATTO, na sigla em inglês), o projeto é uma cooperação entre os governos do Brasil e da Alemanha, e terá investimento inicial de R$ 22 milhões, diz o dirigente. Dessa verba, R$ 10 milhões virão do Ministério da Ciência e Tecnologia brasileiro, R$ 10 milhões do governo alemão e R$ 2 milhões do governo do estado do Amazonas.

“É um projeto de longo prazo para o monitoramento da Amazônia”, ressalta Manzi. A logística de preparação do programa é complexa, e o prazo será mantido se não ocorrerem atrasos, diz o professor de física atmosférica da USP, Paulo Artaxo, que também participa do ATTO.

Torre Eiffel

A estrutura vai ser ligeiramente mais alta que a Torre Eiffel, símbolo de Paris, na França, diz o professor da USP. Ele ressalta, no entanto, que as duas torres têm finalidades muito distintas. A que vai ser montada na Amazônia ajudará a estudar a composição química da atmosfera sobre a floresta, principalmente sobre os níveis de CO2, além de elementos como nitrogênio e fósforo, ressalta Manzi.

Algumas linhas de pesquisa vão envolver também a formação de nuvens e o regime de chuvas na Amazônia; a troca de matéria e energia entre a biosfera e a atmosfera na área da floresta; estudos sobre ecologia, como a vegetação da mata, os nutrientes e composição do solo, entre outros temas.

Além da torre de 320 metros, serão construídas quatro torres auxiliares, em formato de cruz, a cerca de 100 metros de distância da estrutura principal. Elas terão 80 metros de altura, de acordo com Artaxo.


Quanto mais alto, melhor

Já existem outras torres de pesquisa construídas na Amazônia, com tamanhos menores – de 65 a 85 metros de altura, aproximadamente. Uma delas tem 82 metros e está gerando dados científicos desde janeiro do ano passado, segundo o coordenador do ATTO. “Quanto mais alto medirmos, mais a gente vai saber o que o vento está trazendo. Virão contribuições [em termos de dados sobre a atmosfera, por exemplo] de distâncias maiores”, diz Manzi.

Artaxo pondera que o “footprint” da torre de 320 metros, isto é, a capacidade de medir dados originários de longas distâncias, vai ser de cerca de 1.000 km, dependendo da velocidade do vento.

Pelo menos 30 anos

As torres do ATTO estão sendo instaladas em uma área da floresta amazônica a 150 km a nordeste de Manaus, seguindo uma linha reta, diz o coordenador do programa. “Este é um projeto de pelo menos 30 anos de duração”, afirma ele.

Na avaliação de Manzi, a torre é uma das maiores do mundo entre as construídas especificamente para fins científicos.

Um programa similar ao ATTO, com objetivo de fazer monitoramento meteorológico, está sendo realizado na Sibéria já há alguns anos – uma torre de 300 metros de altura foi instalada na região do pequeno povoado de Zotino, que fica a cerca de 3 mil km da capital da Rússia, Moscou, também em parceria com a Alemanha.

Mas o projeto brasileiro, do ponto de vista científico, “vai ser mais completo”, diz Manzi. Ele considera que o ATTO vai se tornar referência mundial em pesquisas sobre florestas tropicais, já que não há programa igual sendo executado neste tipo de ecossistema.

Fonte: G1



CUIDADO BRASIL - PAÍSES RICOS DE OLHO NA AMAZÔNIA BOLIVIANA


ÁREA NA AMAZÔNIA BOLIVIANA ENTRA NA LISTA DE PRIORIDADES INTERNACIONAIS
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Brasília – Llanos de Moxos, na Amazônia boliviana, considerada a maior área úmida do mundo, foi incluída na lista de áreas prioritárias pela comunidade internacional que recomenda medidas de conservação da área. A decisão foi anunciada pelo grupo de mais de 150 países signatários da Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional, assinada em 1971, no Irã.
Com essa espécie de “tombamento da região”, que ocupa quase 7 milhões de hectares, os países pretendem afastar ameaças que poderiam impactar outros territórios, como desvio de fluxos de água em função de construções de estradas ou da pecuária extensiva e plantações de soja, por exemplo.
Especialistas defendem que áreas como Llanos de Moxos são capazes de evitar inundações, manter vazões mínimas nos rios durante a estação seca e regular o ciclo hidrológico da região. Líder da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Claudio Maretti, engrossa o coro do grupo que garante que a conservação das áreas asseguram o bom funcionamento de todo o bioma amazônico, que abrange nove países.
“São áreas úmidas da Amazônia, como minipantanais, e essas águas escoam para o Brasil também. A sanidade desses cursos da água e dos serviços ecológicos que oferecem, como o retardo de cheias, beneficia as áreas brasileiras em termos de produtividade pesqueira e estabilidade de ecossistemas e até da produção hidrelétrica”, explicou Maretti.
Outra bandeira levantada pelos que defendem a implantação de políticas de uso sustentável nessas áreas é a de que, com a articulação de medidas de conservação com atividades econômicas, as unidades são capazes de regular, inclusive, o clima. “Funciona como uma espécie de ar-condicionado, resfriando o clima pela umidade que faz circular, gerando chuvas no centro-sul da América do Sul, como na região do bioma Cerrado, São Paulo e mesmo de outros países como o Paraguai”, disse. Continue lendo...
A decisão, entretanto, não cria obrigações administrativas para os países ou, especificamente, para o governo boliviano.
“A convenção tem uma influência limitada no nível nacional. O país que apresenta uma área candidata ao sítio da convenção se compromete com algumas diretrizes, mas não é, necessariamente, uma criação de área protegida e, sim, o reconhecimento internacional que aquela área merece estar na lista”, explicou Maretti. “A Bolívia ofereceu a área para candidatura depois de um estudo que apresentou conclusões sobre o potencial da área e aceitou regras de conservação”, acrescentou.
A expectativa é que o governo boliviano implemente políticas de uso sustentável que garantam a conservação dos recursos hídricos e serviços ecológicos, sem excluir as atividades econômicas que já são desenvolvidas na região.
Os compromissos voluntários podem ser adotados por qualquer representante da convenção. De acordo com a organização não governamental WWF, os levantamentos feitos na área apontaram que Llanos de Moxos concentra 131 espécies de mamíferos, 568 diferentes aves, 102 de répteis, 62 de anfíbios, 625 de peixes e pelo menos mil espécies de plantas.


(Edição: Lílian Beraldo)

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