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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mulheres tiram a blusa para protestar pelas ruas do Rio.

Grupo saiu da Cúpula dos Povos e seguiu até o Largo da Carioca, no Centro.

Elas pediram justiça social e ambiental durante a Rio+20 nesta segunda.
Integrantes de 31 entidades feministas tiraram a camisa durante a Marcha das Mulheres, no começo da tarde desta segunda-feira (18). Cerca de 5 mil mulheres circularam pelo Centro do Rio e provocaram congestionamento na região, segundo informações da CET-Rio.

O grupo seguiu pelas avenidas Almirante Barroso, Rio Branco e Nilo Peçanha e pela Rua da Assembleia, onde interromperam a caminhada no Largo da Carioca.  A manifestação foi seguida por outra feita por indígenas de várias partes do país. Eles reivindicaram a demarcação de terras e exploração de territórios.

 Mulheres protestam nas ruas do Rio para dizer que corpo delas não é objeto (Foto: Glauco Araújo/G1)

Para Alessandra Guerra, do grupo Tambores de Safo, de Fortaleza, a oportunidade serviu para mostrar que as mulheres ainda não têm espaços e oportunidades iguais às dos homens. "Nós também sentimos calor e queremos tirar a camisa sem sermos olhadas pelos homens como objetos, como carne. Somos pessoas como as outras e queremos ter esse direito."

"Somos um grupo de mulheres lésbicas e bissexuais que usa o batuque para fazer revolução. Estamos acompanhando a agenda da Cúpula dos Povos. Temos uma programação política e vamos acompanhar todas as marchas", disse Alessandra, que reclamou dos olhares sexualizados de alguns homens durante a caminhada no Rio.

"A gente até espera a reação das pessoas quando tiramos a camisa. Tentamos quebrar esse tabu porque faz parte da nossa cultura. Tanto homem como mulher se assustam com isso. O corpo da mulher precisa ser guardado por uma razão que não se sabe. Se usamos uma saia curta é porque queremos ser estupradas. Porque a sociedade não ensina os homens a não estuprar?", afirmou Alessandra, que é paulista e vive em Fortaleza há nove anos.

A estudante de engenharia ambiental Ludmila Rentas disse que a mulher precisa conquistar mais respeito dos homens. "É um absurdo. Estamos num país que adora exportar o carnaval, a nudez, o brilho e todo esse glamour que existe no carnaval, mas a mulher está se tornando um mero material para o prazer do homem. A gente luta por igualdade e respeito, não é uma visão machista e sexual que a gente espera."

Segundo ela, o homem ainda não está acostumado a ver uma mulher sem camisa. "O homem precisa aprender a olhar uma mulher com os seios de fora", disse Ludmila.

 Mulheres do grupo Tambores de Safo tocaram percussão e tiraram a camisa durante o protesto no Centro do Rio de Janeiro (Foto: Glauco Araújo/G1)


Glauco AraújoDo G1 RJ


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