O arcebispo polonês Jozef Wesolowski foi
considerado culpado das acusações de pedofilia e terá que deixar a Igreja
Católica.
Os casos de pedofilia aconteceram quando Wesolowski
serviu como núncio do Vaticano – cargo equivalente a embaixador– na República
Dominicana. Ele viveu no país entre janeiro de 2008 e agosto de 2013.
"A Congregação para a Doutrina da Fé
condenou à demissão de sua função clerical o ex-núncio apostólico na República
Dominicana, Josef Wesolowski", indica um comunicado do Vaticano desta
sexta-feira (27).
"O acusado tem dois meses para apelar da
decisão", afirma o comunicado.
Manuel Diaz-15.mar.13/Associated Press
O arcebispo polonês Jozef Wesolowski, expulso
da Igreja Católica
Após o fim do processo canônico –segundo as
leis da igreja–, ele deverá ainda enfrentar um processo criminal justiça
vaticana por ser cidadão do Vaticano.
Se for considerado culpado, Wesolowski corre
o risco de extradição para a República Dominicana, país que também investiga
Wesolowski, embora não o tenha acusado.
Esse será o primeiro julgamento por abusos
sexuais no Vaticano após as emendas no código penal da Santa Sé implementadas
no ano passado.
No ano passado, as leis do Vaticano foram
intensificadas punindo com até 12 anos de prisão os atos sexuais com crianças,
a prostituição e a pornografia infantil.
COMBATE À PEDOFILIA
A expulsão acontece seis meses depois de o
Comitê sobre os Direitos da Criança da ONU ter apresentado o caso Wesolowski
como exemplo da falta de iniciativa do Vaticano para resolver os episódios em
que padres abusam de menores.
Há uma década a Igreja Católica enfrenta
inúmeros escândalos de abusos sexuais contra menores por parte de seus
religiosos em várias partes do mundo.
Em janeiro, a ONU criticou duramente a Igreja
por não castigar com a devida contundência a pedofilia e, inclusive, acobertar
os casos.
As autoridades vaticanas informaram no início
do ano, em uma reunião com a ONU, que os fiscais do Código de Direito Canônico
haviam tratado de 3.420 casos de abusos sexuais com menores na última década.
Desses julgamentos, 848 padres foram
obrigados a largar a batina e os 2.572 restantes tiveram de optar por "uma
vida de oração e penitência" em um mosteiro.
O papa Francisco prometeu acabar com os
abusos na Igreja Católica e reiterou, como seus antecessores, que haveria
tolerância zero.
Wesolowski foi ordenado em 1972 pelo
arcebispo de Cracóvia, o cardeal Karol Wojtyla, que posteriormente foi
proclamado papa João Paulo II.
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
27/06/2014
10h00 - Atualizado às 16h40
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/06/1477257-vaticano-excomunga-arcebispo-por-pedofilia.shtml
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