Navio Hospital está ausente da assistência
aos ribeirinhos desde agosto de 2015
Navio hospital está parada desdeo ano passado
e ribeirinhos sofrem com doenças
Desde agosto de 2015 que o Navio-hospital
Abaré deixou de dar assistência às comunidades ribeirinhas e a vereadora Ivete
Bastos (PT) cobrou a volta desse serviço de atendimento à saúde. Por conta da
falta de assistência do Abaré, centenas de ribeirinhos procuram diariamente os
serviços médicos em Santarém, onde alguns deles padecem em filas gigantescas.
A cobrança de Ivete Bastos foi feita em
entrevista à nossa reportagem. De acordo com ela, “mesmo que não fosse o que o
ribeirinho esperava, mas através do navio Abaré eles tinham o atendimento
básico à saúde”. Em sua análise, o fato de o navio Abaré ter se ausentado desde
agosto de 2015, do atendimento à saúde dos ribeirinhos, representa um prejuízo
para o Município.
De acordo com a vereadora Ivete, desde essa
época tem mulheres em comunidades ribeirinhas que deixaram de fazer o exame
preventivo do câncer uterino, serviço que era prestado pelo navio hospital
Abaré, além de outros, como atendimentos odontológicos, medição da pressão
arterial, atendimento ao diabético, entre outros. “Com certeza a ausência desse
atendimento prejudica em muito a população ribeirinha”, lamenta Ivete Bastos.
Segundo ela, o governo alega que foi
aumentado o número de postos de atendimentos de saúde do ribeirinho, mas Ivete
analisa que a dificuldade dos ribeirinhos é o deslocamento para esses locais
onde estão esses postos.
Ivete Bastos argumenta que o atendimento
prestado aos ribeirinhos no interior do município de Santarém, por meio do
Abaré, vinha sendo visto como um modelo nacional de atendimento à saúde. Além
de pedir o retorno do navio-hospital, com atendimento aos ribeirinhos, Ivete
Bastos está sugerindo à Mesa Executiva da Câmara que a Comissão de Saúde do
Poder Legislativo seja reordenada, para que possa atuar em questões como essa.
ACORDO: Um acordo judicial firmado entre o
Ministério Público Federal (MPF), a Universidade Federal do Oeste do Pará
(Ufopa) e a Organização Não Governamental Térre de Hommes (TDH) garantiu a
permanência definitiva do navio-hospital Abaré, em Santarém, oeste do Pará,
para atendimentos às populações ribeirinhas do Tapajós, conforme informou o
Ministério Público Estadual (MPE), no dia 8 de janeiro deste ano.
A embarcação que era de propriedade da TDH
foi adquirida com recursos do Ministério da Saúde para a Ufopa, em condições
estabelecidas em termo já homologado judicialmente.
Na época, o Ministério Público Estadual
(MP/PA), por meio do promotor de justiça Túlio Chaves Novaes, informou que
acompanha o processo desde 2012, quando o MP instaurou procedimento para
garantir a permanência do Abaré na região. Já o MPF instaurou Inquérito Civil em
2013, no âmbito do qual foi homologado o acordo, uma vez que os recursos e
instituições envolvidas são da esfera federal. Além do representante do MP/PA,
assinaram o termo a procuradora da República, Fabiana Keylla Schneider (MPF), a
reitora da Ufopa, Raimunda Nonata Monteiro, e o representante da TDH, Rodrigo
Pellegrino de Azevedo.
De acordo com o MP, o documento considera a
necessidade de aquisição da Tecnologia Social desenvolvida pela TDH pela Ufopa,
o que garante às populações ribeirinhas de Santarém, Belterra e Aveiro a
continuidade das políticas públicas voltadas à saúde local.
GESTÃO: Em dezembro de 2013, a reitora da
Ufopa, Raimunda Monteiro, e o coordenador de saúde do Projeto Saúde e Alegria
(PSA), Fábio Tozzi, participaram de uma reunião com o Ministro da saúde, em
Brasília, onde foi confirmada a escolha da Ufopa como nova gestora do Abaré I.
O fator determinante para a escolha da Ufopa
como a nova gestora do navio-hospital foi a proposta preliminar de criação do
Instituto de Saúde Coletiva (Isco), que formaria profissionais da área de saúde
com foco diferenciado na atenção primária à saúde da família e das comunidades
de periferia das cidades, com equipes multidisciplinares.
VEREADOR COBRA RETORNO DOS SERVIÇOS: Em
contato com nossa reportagem, o vereador Dayan Serique (PPS) cobrou a retomada
das ações de saúde do Abaré I nas regiões de rios do Tapajós e do Arapiuns. “As
comunidades ribeirinhas do Tapajós e do Arapiuns não podem ficar sem esse
serviço essencial. A Prefeitura entregou unidades de saúde ampliadas e
reformadas para algumas comunidades, como Boim e Parauá, mas as ações do Abaré
I são de extrema importância e ajudam principalmente aquelas comunidades que
ainda não possuem postos de atendimento. Estes serviços são de Odontologia, exames
laboratoriais, atendimentos médicos etc. Em nome desses ribeirinhos, cobramos a
retomadas das atividades do Abaré I”, reivindicou Dayan Serique.
PARALISAÇÃO DE ATENDIMENTOS DO ABARÉ GERA
REVOLTA: A vereadora Ivete Bastos (PT) também se manifestou sobre a longa
paralisação do barco Abaré, que vem causando calamidade na saúde da população
ribeirinha do município de Santarém. Ivete Bastos destaca a importância que o
Abaré tem para a população ribeirinha de Santarém, sendo reconhecido até mesmo
no exterior, como modelo apropriado para levar a saúde a esses comunitários.
A Vereadora também discute sobre o trabalho
que era feito pelo Navio nessas comunidades que na maioria das vezes são muito
distante de Santarém. “O Abaré era a ponte dos comunitários com a saúde”. Com a
presença do tratamento levado pelo Abaré, os comunitários começaram a se cuidar
mais, a ter uma alimentação mais completa e saudável. Serviços básicos como:
vacinas para as crianças, o Preventivo de Câncer do Colo Uterino (PCCU) para as
mulheres, verificação de glicemia e glicose, são alguns dos mais importantes
serviços que o Abaré levava para a população. “Embora demorada o retorno do
Navio com esses serviços, alguns dos atendimentos tinham soluções imediatas de
tratamento” relatou Ivete.
Mas a principal denúncia e questionamento da
vereadora Ivete é que, segundo informações, o Ministério da Saúde repassa cerca
de 80 mil reis para a manutenção da embarcação e desde agosto de 2015 o
atendimento está suspenso. “Vários Pedidos de Informação já saíram dessa Casa
para SEMSA e nunca nos responderam ou deram qualquer explicação sobre esse
assunto”, informou Ivete Bastos.
A Vereadora relata que essa demora por
explicações está implicando em uma denúncia junto ao Ministério público
Estadual (MP) e ao Conselho Municipal de Saúde, que hoje faz uma reunião e
tendo o assunto Abaré como uma de suas pautas principais. Mais de 200
comunidades ribeirinhas no entorno dos rios Tapajós e Arapiuns, deixaram de ser
atendidas e a Vereadora fala que o Governo Municipal usa como desculpa a
implantação de várias Unidades Básicas de Saúde (UBS), mas que não tem como
atender a todos os comunitários já que não existe um transporte que circule e
faça a locomoção deles.
Por: Carlos Cruz
Fonte: RG 15/O Impacto
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