Segundo dados, 34 têm menos da metade de água
que tinham há dez anos.
Onde antes havia nascente, agora há apenas
sujeira e seca (Foto: Reprodução / TV TEM)
A estiagem está mostrando um de seus lados
mais trágicos: nascentes de vários rios importantes da região noroeste paulista
desapareceram e várias outras estão secando. Pesquisadores da Unesp da região
de São José do Rio Preto (SP) visitaram mais de 50 nascentes e córregos e
alertaram para a importância da preservação.
Segundo eles, onde a água nascia em
abundância, agora nem sinal dela. Em 2003, os pesquisadores recolheram amostras
de dezenas de córregos e nascentes do interior de São Paulo. Agora, eles
voltaram a esses locais e constaram que a situação piorou muito. “Em uma década
de diferença, conseguimos quantificar que 81% desses riachos anteriormente
mostrados, perderam qualidade aquática de maneira geral e perderam volume de
água”, explica a pesquisadora Lilian Casatti.
Das 54 nascentes documentadas na pesquisa, 34
têm menos da metade de água que tinham há dez anos. O estudo também aponta que
29 fontes de água estão secas. É o caso da nascente do rio São José dos
Dourados, um dos mais importantes rios da região noroeste de São Paulo. Até
pouco tempo atrás, a área toda era coberta de água, mas a nascente simplesmente
desapareceu e deu lugar a um caminho tomado pelo lixo.
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Na nascente do rio Preto, quase não dá para
ver a água atualmente. No lugar cresceu uma vegetação típica de terrenos
assoreados. “Nesses dez anos, a gente teve um grande assoreamento, que é a
descida de terra das partes mais altas para as mais baixas, provocando a
redução do volume de água nas minas”, explica a pesquisadora Jaqueline Zeni.
Segundo os especialistas, o que faltou na
maior parte das minas que secaram são as chamadas matas ciliares. A
pesquisadora explica que elas funcionam como os cílios, que protegem os olhos
da poeira. No caso dos córregos, elas impedem que terra, areia e outros
sedimentos acabem bloqueando a saída da água nas nascentes.
“Manter a vegetação do lado desses riachos,
reflorestar esses riachos é o primeiro passo para a gente tentar inverter essa
situação, que é preocupante. A gente tem que começar a plantar árvores do lado
desses riachos para poder colher água senão vamos enfrentar mais situações
extremas como já estamos vendo”, finaliza Jaqueline.
Do G1 Rio Preto e Araçatuba
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