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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ESTADO REDUZ DESMATAMENTO EM JULHO, APONTA INPE


DIMINUIÇÃO EM RELAÇÃO AO MÊS ANTERIOR FOI DE 8%, SEGUNDO O INPE

O Pará foi uma dos poucas unidades federadas da Amazônia Legal que colaborou com a redução do desmatamento da floresta entre junho e julho deste ano. De acordo com levantamento realizado pelo Deter, o sistema de detecção em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará reduziu em 8% o espaço degradado na região amazônica, sustentando, ao lado do Tocantins, onde o desmatamento caiu em 16,93%, os melhores resultados do período. Com os avanços proporcionais da destruição florestal no Amazonas (45,97%) e no Mato Grosso (41,62%), principalmente, a somatória geral dos espaços desmatados em todos os Estados da Amazônia Legal, em julho, apontou crescimento de 36,1% no tamanho da área desflorestada na região em relação a junho. Os números foram apresentados no início da semana no portal do Inpe.


Foto: Agência Pará

No sexto mês do ano, foram desmatados 535,3 quilômetros quadrados (km²) de floresta na Amazônia Legal. No mês seguinte, a área desmatada foi de 728,56 km². No último mês do primeiro semestre, a pesquisa foi feita com 27% de nuvens. Já no sétimo mês do ano, a avaliação considerou 15% de cobertura de nuvens. No Acre, a área desmatada variou entre 0 km² e 5,04 km², de junho para julho. No Amazonas, o aumento foi de 67,93 km² para 99,16 km². No Mato Grosso, o desmatamento evoluiu de 110,99 km², em junho, para 157,18 km² no mês seguinte. No Pará, a variação foi negativa e a área devastada caiu de 277,45 km² para 254,56 km². Em Rondônia, a região desmatada subiu de 65,26 km² para 198,56 km² e em Roraima, o aumento foi de 0 para 0,29 km². No Tocantins, onde também houve redução no desmatamento, a queda foi de 2,54 km² para 2,11 km². O Amapá esteve 100% encoberto por nuvens, ficando, portanto, sem avaliação. Nos meses de junho e julho, foram detectados 1.264 km² de áreas de alerta de desmatamento e degradação na Amazônia Legal.

Os resultados do Deter devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema Deter. Em junho, o Pará esteve encoberto por 26% de nuvens e em julho, por 15%. Roraima, esteve com coberturas de 91% e 40%, respectivamente. O Amazonas esteve 40% coberto, em junho, e com 19% de área com nuvens em julho.

ALERTA

Realizado pela Coordenação de Observação da Terra do Inpe, o Deter é um serviço de alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita. Os alertas produzidos pelo Deter servem para orientar a fiscalização e garantir ações eficazes de controle da derrubada da floresta. Embora sejam divulgados relatórios que reúnem dados de um ou mais meses, os resultados do Deter são enviados quase diariamente ao Ibama.

O Deter utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens. A menor resolução dos sensores usados pelo Deter é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.

Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas com evidência de degradação decorrente de extração de madeira ou incêndios florestais, casos que fazem parte do processo de desmatamento na região. Os números apontados pelo Deter são importantes indicadores para os órgãos de controle e fiscalização. No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia, o Inpe utiliza o Prodes, que trabalha com imagens de melhor resolução espacial capazes de mostrar também os pequenos desmatamentos.

A cada divulgação sobre o sistema de alerta Deter, o Inpe apresenta ainda um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como todos os dados relativos ao Deter, podem ser consultados no portal.

Por: Rafael Querrer (Sucursal Brasília)

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