Contas apertadas e popularidade em baixa compõem o cenário que o governador Simão Jatene (PSDB) deverá enfrentar neste ano em busca da reeleição no Pará.
Gestor
estadual com a quinta pior avaliação do país (39% de ruim/péssimo em dezembro,
segundo o Ibope), o tucano aumentou receita e investimentos do Estado, mas
indicadores sociais historicamente ruins pouco reagiram.
"Nossos
índices de educação são muito ruins. Quando assumi [2011], fizemos um estudo
entre nossos estudantes e constatamos isso", disse à Folha o governador.
Antonio
Silva - 2.fev.2014/Agência Pará
Governador
Simão Jatene inaugura rede de abastecimento de água em Ponta de Pedras (PA)
Ele
recorreu ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para tomar um
empréstimo de US$ 300 milhões (R$ 666 milhões) e criar um programa específico
para tentar resgatar a qualidade do ensino estadual.
Editoria
de Arte/folhapress
"Está
em andamento. Espero que essa seja a coisa mais importante que deixaremos como
herança", diz governador tucano.
VIOLÊNCIA
A
violência também cresce. Segundo dados do próprio governo, o número de
homicídios teve um aumento de 9,3% entre 2011 e 2013 no Estado. No mesmo período,
os roubos cresceram 4,6%.
"Temos
duas áreas sensíveis, segurança e educação, que não foram dadas soluções até
hoje", afirma o deputado Edilson Moura (PT), dando o tom do discurso da
oposição nas eleições de outubro deste ano.
Jatene
elevou os investimentos de 4,5% para 7,1% das despesas e baixou a dívida. A
folha de pessoal cresceu e, consumindo quase 48% da receita do Estado, já bate
perto do limite imposto por lei.
O
tucano diz que a gestão precisou organizar as finanças nos dois primeiros anos
para começar a investir. "Grande parte dos projetos começaram a maturar só
agora", afirma Jatene, ao explicar sua baixa popularidade.
Também
cita a reforma e construção de hospitais, asfaltamento de 1.100 km de estradas
e a criação de 650 leitos hospitalares como feitos da gestão. Projeta, ainda,
até o final do ano, criar mais 350 leitos e inaugurar o novo terminal
hidroviário de Belém.
A
oposição se articula em torno de Helder Barbalho (PMDB), ex-deputado estadual
que deverá concorrer ao governo com apoio do PT, que governava o Estado até
2010.
SEM
SUBSTITUTO
Aos
65 anos, Jatene chegou a afirmar neste ano que deixaria o governo, mas decidiu
ficar na cadeira e tentar o terceiro mandato –ele também foi governador entre
os anos de 2003 e 2006.
"Esperava
que pudesse surgir algum tipo de liderança e pudesse ser candidato, mas isso
não aconteceu", afirma Janene, que aponta a atual estrutura tributária
como um dos principais problemas do país.
Esta
reportagem é parte de uma série iniciada em agosto sobre a situação financeira
dos Estados. Leia as reportagens anteriores em folha.com/estadodafederacao
LUCAS
REIS
DE
MANAUS
12/04/2014 03h21
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