Origem do fenômeno ainda é desconhecida e
teses vão desde a queda de meteoritos à presença de extraterrestres
Nova cratera tem cerca de 15 metros de
diâmetro e formato de funil - Marya Zulinova, assessoria de imprensa do governo
da região de Yamal-Nenets
RIO — Na metade do mês, o mundo recebeu com
curiosidade a informação sobre o misterioso surgimento de uma imensa cratera na
Sibéria. Acontece que ela não está sozinha. Reportagem do “The Siberian Times”
relata a descoberta de dois novos buracos na região, sendo um na Península de
Yamal — conhecida pelos locais como “o fim do mundo” e onde a primeira cratera
foi avistada — e outro na Península Taymyr.
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A origem dos fenômenos ainda é desconhecida.
As teses vão desde a queda de meteoritos à presença de extraterrestres. A
versão mais aceita é que o solo da região, conhecido como pergelissolo ou
permafrost, está se derretendo de forma mais acelerada devido ao aquecimento
global e criando bolsões subterrâneos de gás metano. Por causa da pressão
criada internamente, podem ter acontecido erupções que deram origem aos buracos.
A primeira cratera descoberta tem cerca de 80
metros de diâmetro, pouco menor que um campo de futebol, e 60 metros de
profundidade. As mais recentes são menores, mas apresentam características
semelhantes, como a presença montes de terras nas laterais, que sinalizam algum
tipo de movimento violento de dentro para fora.
O novo buraco descoberto na Península de
Yamal fica a cerca de 30 quilômetros da primeira e tem diâmetro de
aproximadamente 15 metros.
— De acordo com moradores locais, o buraco
foi formado no dia 23 de setembro de 2013. Observadores dão versões distintas.
Um disse que no local havia fumaça e depois, um forte brilho. Já uma segunda
versão diz que um corpo celeste caiu lá — disse Mikhail Lapsui, parlamentar que
sobrevoou a região no dia 19 de julho.
Para Marina Leibman, cientista chefe do Earth
Cryosphere Institute, a descoberta de novas crateras semelhantes pode ajudar na
investigação das causas do fenômeno.
— Cada novo funil fornece informações
adicionais aos cientistas — disse Marina ao site URA.RU. — Sem dúvida, nós
precisamos estudar todas essas formações. Isso é essencial para podermos prever
novas ocorrências.
A terceira cratera fica na Península Taymyr,
à leste da Yamal. Ela foi descoberta acidentalmente por pastores locais,
moradores do vilarejo de Nosok. O buraco tem o formato perfeito de um cone, com
cerca de quatro metros de diâmetro e profundidade entre 60 e cem metros.
POR O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
28/07/2014 19:31 / ATUALIZADO 28/07/2014
20:15
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