A vida do garimpo é balizada pela produção de
ouro e a vida social, afetiva e sexual do garimpeiro e das mulheres é diretamente
decorrente do “timing” desta produção. Esta vida social formou nas zonas
garimpeiras uma sociedade diferenciada com células familiais atípicas.
Bonito de frente VS feio de frente,
terminologia garimpeira que significa que esta bonito quando tem ouro e esta
feio sem.
Os garimpeiros profissionais experimentam
diversas fases de belezas e feiuras durante a sua vida no trecho e a cada fase
de beleza arranja mulher nova e bonita na proporção de sua própria beleza.
O relacionamento que devera perdurar o mesmo
tempo que a sua própria boa fase ira criar diversas famílias com filhos a cada
momento áureo; intercalados a estas fases áureas, há as fases críticas, das
vacas magras e feiura e a mulher seguira naturalmente para outras belezas
momentâneas.
Destas fases nascem filhos, geralmente um ou
dois e há garimpeiros que somam mais de 20 filhos com mais de 12 mulheres
fixas.
Da mesma maneira, raras são as mulheres que
tem filhos do mesmo homem e raros são os filhos criados pelas próprias mães.
Não se pode jogar a culpa só nas necessidades
de sobrevivência das mulheres, também existem homens que simplesmente
esquecem-se da mulher e dos filhos, arrumam outra mulher, que não raro largam
para trás também, e tal qual um serial killer saem espalhando um monte de VIUVAS
DE MARIDOS VIVOS e ÓRFÕES DE PAI VIVO.
Felizmente, tratando-se de mães, a cada mãe
irresponsável nasce uma mãe alternativa, dentro da família desta e às vezes ate
fora dela. No caso dos pais, difícil é encontrar pai alternativo a não serem os
padrastos.
Entretanto, nem todos os garimpeiros
abandonam os filhos, alguns ajudam e até formam os filhos, mas há muitos casos,
infelizmente de abandono total, uns ate se escondendo no garimpo para fugir das
cobranças tanto dos filhos como dos oficiais de justiça; há também casos de
AFETO RETARD, essencialmente em direção aos filhos já adolescentes que são
chamados pelos pais aos garimpos para ajuda lós e as mães os mandam com alegria
para afasta lós do problema das drogas nas cidades. E o ciclo recomeça com
netos órfãos de avôs vivos.
A mãe também não esta presente, pois fica no
garimpo no intuito de conseguir o dinheiro que remete para uma tia ou avo das
crianças na cidade e só se comunica com eles via radio.
No fundo, ambos. Homens e mulheres estão
espalhando órfãos do garimpo, formando famílias mais parecidas de clãs onde
todos são meio irmãos e esses meio irmãos se relacionam com outros meio irmãos
de outros pais ou mães da mesma grande família.
A liderança deste clã esta momentaneamente
nas mãos do garimpeiro por ora bonito de frente e bamburrado que consegue
ajudar ló e dos funcionários públicos em funções nas cidades periféricas do
garimpo e amantes ocasionais das mulheres mais novas do clã;
Se pode ocorrer afeto e transferência de
conhecimento paterno dentro desses clãs, jamais há transferência de valores a não ser os valores da
sobrevivência.
Há uma similaridade na sua distribuição com
meio irmãos com as tribos muçulmanas do oriente médio, só que as tribos
muçulmanas baseiam se numa lei religiosa fortíssima com uma liderança clara do
patriarcado e transferência rigorosa dos valores ancestrais, o que não é o caso
dos nossos clãs do garimpo.
Esses clãs familiais são muito mais fortes do
que se imaginam, com ajuda mútua entre meios irmãos e tios e se um dos membros
for preso, todos se unirão para ajudar a revelia da lei, da própria razão e
independentemente da culpa do membro preso.
Não é mais a imagem da célula familial
tradicional ao redor da mesa de jantar, mas dezenas de pessoas de origem
diferente ao redor de uma churrasqueira no fim de semana.
O resultado disto não mostra sempre uma
conclusão óbvia de miséria financeira, pois há muitas formas de escapa, muita
entre ajuda, muito dinheiro circulando originado do ouro, ou da política, tanto
para a mulher que pode arranjar outro companheiro, se prostituir ou conseguir
ajuda, como para os filhos, mas os resultados nas formas psicológicas nas
crianças e adolescentes resultantes destes casamentos temporários são
escancarados nos índices de evasão escolar, estupros de adolescentes por
padrastos, baixo rendimento da aprendizagem, indisciplina, dependências
sucessivas, alcoolismo, drogas e prostituição nas escolas das cidades paraenses
próximas aos garimpos e nas cidades maranhenses fornecedoras de garimpeiros,
mas isto é um assunto que iremos tratar especificamente em postagem ulterior
com especialistas escolares, inclusive psicólogos das escolas municipais e
estaduais destas cidades.
Felizmente, observamos que alguns filhos,
empurrados pelos seus próprios esforços e talvez por causa da adversidade e das
características da VIDA REAL se sobressaem e conseguem criar um lugar ao sol e
ate ajudar o clã todo de onde eles se destacaram. Não seria de nada impossível
alguns grandes homens ou mulheres emergir destes clãs primitivos ligados ao
garimpo.
19:41
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