Novas denúncias envolvendo o uso do Cheque
Família para a compra de votos novos em favor do candidato à reeleição ao
governo do Estado, Simão Jatene (PSDB). Coordenado pela Companhia de Habitação
(Cohab), o programa é uma ação social que existe há mais de dez anos e tem como
público-alvo famílias de baixa renda que queiram reformar ou ampliar suas
casas.
Lideranças comunitárias de diversas áreas de
Ananindeua disseram ao DIÁRIO que foram procuradas por assessores da campanha
de Jatene que ofereceram o cheque em troca de apoio político. Um líder
comunitário do bairro do Aurá, que prefere não se identificar temendo
represálias, foi uma dessas pessoas. Segundo ele, um assessor de prenome
Emerson o procurou há duas semanas para oferecer os cheques. A proposta revela
como o partido se organiza para não só comprar votos, mas para também usar
dinheiro público para um eventual caixa 2 de campanha.
Ele afirma que, ao ser abordado pelo
partidário de Jatene, foi informado que receberia o dinheiro e em troca deveria
votar no candidato tucano. O comunitário, no entanto não quis receber o
dinheiro, mas Emerson insistiu e chegou até a deixar número telefônico caso o
morador mudasse de ideia ou conhecesse pessoas que quisessem receber o cheque.
“Cheguei a ligar uma vez para lá e a pessoa que me atendeu informou que se
tratava da sede do PSDB. Fiquei desconfiado e nunca mais liguei”, afirma o denunciante.
O mesmo teria ocorrido em outras comunidades
de Ananindeua e Belém como a Nova Jerusalém, no bairro do Curuçambá, e Conjunto
Verdejante, na divisa entre os dois municípios. Segundo a denúncia, pessoas
ligadas à Associação de Moradores chegaram a assinar Cheques Moradia de R$ 50
mil, mas só receberam R$ 20 mil - os outros R$ 30 mil teriam ficado com a
pessoa que ofereceu o dinheiro. A reportagem tentou contato telefônico com a
assessoria da Cohab, mas ninguém foi localizado para comentar o assunto.
Por: Hiromar Cardoso
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