Após duas semanas de debates no Vaticano, foi
apresentada neste sábado (18/10) a mensagem final da Terceira Assembleia
Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que teve como tema a família. Aprovado por
ampla maioria, o texto final foi considerado pelos participantes uma “reflexão
equilibrada das doutrinas da Igreja e das exigências pastorais”.
O documento, no entanto, manteve-se longe da
polêmica envolvendo uma possível abertura da Igreja em relação ao
homossexualismo, como havia sido sugerido pelo relatório inicial do sínodo
divulgado na segunda-feira passada. Nele, bispos consideraram que gays têm
“dons e qualidades” para oferecer à comunidade cristã e sinalizaram pelo
reconhecimento dos “aspectos positivos” de casais do mesmo sexo.
Os trechos irritaram bispos mais
conservadores, que reclamaram que suas opiniões não estavam representadas e
classificaram o documento como “inaceitável” – o que levou Vaticano, ao longo
da semana, a tentar desfazer o clima de disputa na alta cúpula da Igreja
Católica. “Não existe uma divisão, duas bancadas”, minimizou na quinta-feira o
arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, que participou do sínodo.
Neste sábado, o arcebispo do Rio de Janeiro,
dom Orani João Tempesta, admitiu que o sínodo não chegou a uma conclusão em
relação a questões polêmicas envolvendo casais homossexuais e divórcio, mas
disse que “foram dados passos e realizadas discussões para que, sem deixar a
doutrina, ou seja, aquilo que é correto para a Igreja, também seja possível ir
ao encontro das necessidades pastorais”, afirmou em entrevista à Rádio
Vaticano.
Sem qualquer menção a gays, o texto final
ressalta apenas que “Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com porta
sempre aberta, recebendo a todos sem excluir ninguém”.
© Fornecido por Deutsche WelleDiscussão
prossegue até 2015
Após ter sido divulgado na segunda-feira, o
relatório do sínodo passou por várias emendas e cortes, aprovados praticamente
por unanimidade pelos quase 200 bispos participantes. O texto divulgado hoje será
levado às conferências episcopais nos próximos meses e, em outubro do ano que
vem, passará novamente pelo crivo dos religiosos durante a Assembleia Ordinaria
do Sínodo dos Bispos, conforme explicou Tempesta.
Segundo avaliação dos bispos, fatores como “a
debilidade da fé e dos valores, o individualismo, o empobrecimento das
relações, o estresse de uma ansiedade que descuida da reflexão serena”, fazem
com que os matrimônios fracassem. E destes casamentos surgem “novas relações,
novos casais, novas uniões e novos matrimônios, criando situações familiares
complexas e problemáticas para a opção cristã”.
A Terceira Assembleia do Sínodo dos Bispos
será encerrada oficialmente neste domingo com uma missa celebrada pelo papa
Francisco, quando também será realizada a beatificação do papa Paulo 6°.
diadiaprogresso.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário