Mulheres que fazem parte da Cooperativa em
recente reunião com vereadora Laura Mota
Uma grave denúncia do uso indevido do nome da
antiga Cooperativa Comagrobel, hoje Comaflora-Tapajós, por um grupo de pessoas
para benefício próprio, foi protocolada em nossa redação, pela presidente da
entidade, Lecinara Silva dos Santos. Por conta do problema, a presidente da
Comissão de Constituição da Comaflora-Tapajós adiantou que fez a denúncia na
manhã de terça-feira, 28, junto à Promotoria especializada de cooperativas e
associações comunitárias, do Ministério Público Estadual (MPE).
Lecinara dos Santos conta que de forma
corrupta, essas pessoas estão usando o nome da Comagrobel, para fraudar a
Cooperativa, cobrando R$ 100,00, por cada associado. Hoje, a Comaflora-Tapajós
funciona no município de Belterra, na Região Metropolitana de Santarém (RMS).
“Avisamos a todos os amigos e associadas, que
infelizmente outra Cooperativa está tentando usar o projeto da Comaflora para
se beneficiar. Queremos informar que a Comaflora segue rigorosamente os
trâmites legais para institucionalização da Cooperativa”, declara Lecinara dos
Santos.
Segundo ela, a Comaflora está sendo
acompanhada pelo jurista da Diocese de Santarém e pela OCE-COOP/Pe. “O Edital
afixado na cidade prevê prazo legal de 10 dias para assembléia geral. O
referido Edital foi colocado, inclusive, na internet para conhecimento público.
Não cobramos taxa de adesão, pois a Comaflora segue as diretrizes do Dec. 6040,
que institui o PNPCT do governo Federal. Já levamos na terça-feira ao
conhecimento do Ministério Público estes fatos e pedimos providências dos
promotores”, disse Lecinara.
De acordo com ela, a fraude está sendo
cometida por um grupo chefiado por um senhor identificado por “Peter”, morador
da Comunidade de Cajutuba, às margens do rio Tapajós. Ela reforça que ele e
seus comparsas estão usando indevidamente o nome Comagrobel, sendo uma
Cooperativa abandonada, mas que está sendo aproveitada para arrecadar dinheiro
de pessoas que moram no interior.
“Queremos deixar claro que a Comaflora não
cobra nenhuma taxa dos associados, pois trabalha nas diretrizes estipuladas e
integralizada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o MDS, com projeto próprio
e corpo técnico qualificado, respeitando a lei 5.764 de 16 de dezembro 1971,
sob a coordenação técnica do SICOOB/PA, para a sua fundação e
institucionalização conforme edital”, disse Lecinara dos Santos.
Floresta Nacional do Tapajós é administrada
pelo ICMBio, onde tem uma base
Ela acrescentou que a Comaflora conta
atualmente com 130 mulheres cadastradas e, que foi fundada no dia 11 de
setembro deste ano, na Comunidade de Revolta, em Belterra. Porém, continua com
novas adesões.
APOIO: Em agosto último, a vereadora Laura
Mota, presidente da Câmara de Belterra, recebeu em seu gabinete uma comissão da
então Cooperativa de Mulheres Agroextrativistas Rurais do Município de Belterra
(COMAGROBEL). O objetivo da reunião foi conseguir apoio nas ações que seriam
implantadas pela Cooperativa e também para que a Vereadora lutasse com a
COMAGROBEL junto ao Poder Público Municipal, no sentido de conseguir um local
para a implantação de sua sede em Belterra.
Na época, a então presidente da COMAGROBEL,
Rosevani Lima da Silva, disse que o apoio da Vereadora seria indispensável para
que a Cooperativa tivesse êxito nas suas ações futuras.
Já a vereadora Laura Mota disse que tudo o
que tivesse ao seu alcance seria feito para apoiar a Cooperativa, pois seria
muito importante que as mulheres tivessem como desenvolver esse trabalho que
estão procurando realizar no município de Belterra. Passados três meses, a
COMAGROBEL foi dissolvida, passando a ser reconhecida como Comaflora-Tapajós.
REUNIÃO: Em discurso na Câmara Municipal de
Belterra, na semana passada, o vereador João Pedro (PT) disse que participou da
reunião do Conselho Construtivo da Flona, na cidade de Aveiro, onde grande
parte das comunidades estava sendo representada. Durante o encontro, houve um
debate sobre a cobrança de valores, na entrada de turista na reserva florestal.
“Lá se discutiu muito a entrada das pessoas
na Flona. Segundo o chefe da Flona, agora uma parte de tudo o que for
arrecadado com a visita de turistas será repassado à população que ali reside,
também a partir de agora todos que precisem visitar a Flona pagarão a taxa de
visita inclusive quem for participar de alguma festividade dentro da Flona, a
não ser que tire uma licença previamente”, falou João Pedro.
META: A Cooperativa Comaflora tem como meta
gerar renda para cerca de 130 mulheres em risco social, através do projeto
denominado “Plantando Para Viver Melhor”, que consiste em coletar sementes,
selecionar e produzir mudas nativas para reflorestamento de áreas degradadas
pela ação madeireira na região Oeste do Pará. A Cooperativa também apóia
projetos de comunidades tradicionais, atuando em busca de parceiros, como:
Diocese de Santarém; Fundo Amazônia; Fundo Dema; Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Secretaria Nacional de Políticas
Para Mulheres, da Organização das Nações Unidas (ONU); Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Petrobras.
SOLO FÉRTIL: Belterra é um Município do
estado do Pará e é conhecida entre os cientistas pelo seu famoso solo fértil de
‘Terra Preta’, que deve ter sido um dos critérios para a escolha do local para
instalar a indústria da Ford. Embora este tipo de solo ocorra em toda Amazônia,
Belterra é particularmente rica em terra preta. Todas as atividades
desenvolvidas dentro da Floresta Nacional do Tapajós (Unidade de conservação
criada pelo Decreto nº 73.684 de fevereiro de 1974 e possui uma área aproximada
de 545 mil hectares) é fiscalizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio).
Fonte: RG 15/O Impacto
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