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sábado, 2 de maio de 2015

INAUGURADA HÁ 43 ANOS, RODOVIA TRANSAMAZÔNICA AINDA NÃO TEM ASFALTO


ESTRADA CORTA SETE ESTADOS E TEM MAIS DE QUATRO MIL QUILÔMETROS DE EXTENSÃO. PRIMEIRO TRECHO FOI INAUGURADO EM 1972.

O primeiro trecho foi inaugurado em 1972, durante o governo militar. Mas, 43 anos depois, metade da Transamazônica ainda não recebeu asfalto. Os repórteres Mário de Paula e Fabiano Villela registraram o resultado disso no Pará.

Pegar a Transamazônica, no sudoeste do Pará, é como pilotar no deserto. Ou em uma trilha no meio da mata, cheia de buracos e pontes precárias. E quando você acha que nada pode ser pior: a viagem foi interrompida no quilômetro 211 da Transamazônica, entre os municípios de Rurópolis e Placas. Nenhum veículo consegue passar. A explicação está bem na frente: uma carreta e um ônibus atolados.

“Água é o que a gente ganha dos outros. Passa um dá água, passa outro arruma ou vai buscar. E a comida vai acabando”, afirma o caminhoneiro Oséas Ramos.

Para sair dos atoleiros, só com a ajuda dos colegas ou pagando até R$ 100 pelo serviço de um trator.


Em outro trecho da BR-230, entre Pacajá e Novo Repartimento, o motorista do caminhão de cimento pisa fundo, mas não consegue vencer o lamaçal. São tantos acidentes na rodovia que os motoristas tentam se prevenir.

Jornal Nacional: O que o senhor está fazendo?

Joviano José Antônio, caminhoneiro: Eu estou retirando a parte inferior do para-choque, porque onde tem esses barros, enrosca e arranca fora.


A gente acabou de conversar com o motorista que retirou o para-choque e ao lado, um o ônibus parou no buraco.


“Ainda bem que não está molhado, se tivesse molhado já era”, diz o motorista Gilmar Martins.


A situação também é crítica na ligação da Transamazônica com a BR-163, por onde vem a produção de soja de Mato Grosso em direção aos portos do Pará.


A camada de lama tem mais de um metro. E só quando faz sol e a estrada começa a secar é que os veículos mais pesados conseguem passar sem a ajuda dos tratores. Com a rodovia nesse estado, também sobrou para a equipe do Jornal Nacional.


Às 20h55 noite, a equipe está tentando voltar para Altamira, só que não consegue seguir viagem por causa de um atoleiro que se formou e ninguém consegue passar. Está tudo cheio de lama. O carro só conseguiu passar porque foi puxado por um caminhão.


Nos últimos cinco anos, é a terceira vez que o Jornal Nacional denuncia as péssimas condições da Transamazônica no Pará.


“Eu viajo aqui desde 81 e cada dia que passa em vez de melhorar, eles vão deixando”, lamenta um motorista.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que as obras nas rodovias citadas não estão paralisadas. E que os repasses estão ocorrendo de acordo com a programação do órgão. O Denit explicou ainda que as obras entram em ritmo mais lento no período de chuvas na região Norte, de dezembro até mais ou menos maio. E que o ritmo aumenta na estiagem, a partir de junho.




http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/04/inaugurada-ha-43-anos-rodovia-transamazonica-ainda-nao-tem-asfalto.html



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