Operação da Polícia prende piratas nos rios
da Amazônia
O Sindicado das Empresas de Navegação Fluvial
no Estado do Amazonas (Sindarma) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes
Aquaviários do Amazonas (Sintraqua) divulgaram nota, na segunda-feira 04/05,
informando que as embarcações que navegam na Região Norte do Brasil têm sido
alvos de grupo de criminosos – os chamados piratas.
“Os furtos, roubos e ações violentas
preocupam os setores de transporte fluvial de cargas e passageiros. Os piratas
têm atacado em rios que banham os estados do Amazonas, Pará e Rondônia. Em
alguns casos além de roubar, os criminosos assassinaram as vítimas”, informa
nota.
As duas entidades sindicais da navegação
cobram medidas governamentais de combate aos crimes nos rios. Os ataques de
piratas, de acordo com a nota, ocorrem com maior frequência no Estreito de
Breves, no Pará, que faz a ligação fluvial com os Estados do Amapá e Amazonas.
“Os navios e demais embarcações que passam
pelo trecho são atacadas pelos piratas, dentre eles as balsas que trazem de
Manaus componentes eletrônicos. Produtos de informática, combustíveis, botijões
de gás de cozinha atraem as quadrilhas”, informam os sindicatos.
De acordo com o presidente do Sindarma, Dodó
Carvalho, a situação no Estreito de Breves é crítica. “Temos muitos problemas
com a insegurança na região do Estreito de Breves e no Rio Madeira. No
território amazonense, a situação mais crítica é a partir do municípios de
Borba, com casos de prostituição infantil e assaltos às embarcações. Os casos
acontecem mais no período noturno. O garimpo, que favorece a criminalidade
acima do município de Manicoré nos preocupa muito”, afirmou.
O Estreito de Breves também foi apontado como
principal trecho onde há mais ocorrências de ataques de grupos de piratas pelo
presidente do Sintraqua, Rucimar Souza. “O Estreito de Breves é um caminho por
onde passam as embarcações de pequeno, médio e grande porte para chegar ao
Pará. Uma área cheia de perigos e onde a maioria dos casos de ataques de
piratas acontecem. Os piratas prendem a tripulação e cometem atos ilícitos.
Antes de entrar no Pará, ainda no Amazonas, também os casos acontecem, mas com
menos frequência. No trecho de Itacoatiara a Parintins o risco é maior”,
afirmou o presidente do Sintraqua.
Os sindicatos informaram que há registros de
ataques de piratas ao longo do Rio Madeira, no trecho que banha os municípios
de Manicoré e Novo Aripuanã, no Sul do Amazonas. Os grupos de piratas, segundo
ele, atuam, também, na Região Metropolitana de Manaus, que tem registrado
vários casos, incluindo assassinatos. Em dezembro de 2014, os vendedores José
Luiz de Souza, de 52 anos, e Antônio Marcos Carpino de Lima, 23, foram assassinados
e esquartejados na embarcação que navegavam, no Rio Negro, entre Manaus e Novo
Airão.
Na nota, o Sindarma e o Sintraqua cobram
policiamento ostensivo nos rios e a criação de uma polícia federal fluvial para
combater os crimes e diz que a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas
divulgou que tem investido no reforço da estrutura operacional para
policiamento dos rios com recente aquisição de 12 lanchas e que iniciará uma
operação conjunta com as Forças Armadas e a Polícia Federal no Alto Solimões,
até o final de maio deste ano.
A nota dos sindicatos também informa que,
“segundo o Comando do 9º Distrito Naval, compete a Marinha fiscalizar,
exclusivamente, a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana e
prevenção da poluição hídrica, conforme prevê a Lei de Segurança do Transporte
Aquaviário (Lei 9.537 de 11 de dezembro de 1997)”.
Fonte: D24am e Edy Portela
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