Dilma está nas cordas – ela e seu governo.
Socada, muquiada, alvo de escorregadas,
tombos, tropeções e safanões que petrolões, fisiologismos e articulações
disparatadas produziram à farta desde janeiro, quando assumiu para o segundo
mandato, a presidente, usando a linguagem – e a imagem – tão afeita aos
aficcionados do MMA – está a ponto de ser finalizada. Mas tomara que não o
seja.
Para não pedir lona, para não bater no chão
indicando ao juiz que não aguenta mais a sova dos adversários, dos disparates e
contradições de seu próprio governo, a presidente tenta reagir, mas não
consegue.
No próximo domingo, Dia Internacional da
Mulher, Dilma fará mais uma tentativa: vai à televisão para prestar uma
homenagem às brasileiras, mas o que todos vão ver é uma presidente que tenta
sair das cordas e retomar a iniciativa. Mas como?
Dilma não é mais ela e suas circunstâncias –
parodiando a máxima de Ortega y Gasset. Dilma, em verdade, é ela e as
circunstâncias dos outros. Como desse gigante, desse heróico Renan Calheiros,
Sua Excelência o presidente do Senado, e de seu similar – ou semelhante -, o
também gigante e heróico Eduardo Cunha, ambos do PMDB.
Renan, até duas ou três semanas atrás, era um
sabujo governista, mesmo expondo-se a ter seu conceito mais rebaixado do que sempre
esteve e ainda que disfarçasse a sabujice, adornando-a de um certo verniz de
independência na condição de presidente do augusto do Congresso Nacional.
Foi nesse papel, a de sabujo dos governo
Dilma, que Renan protagonizou um bate-boca com o líder das oposições, o tucano
Aécio Neves (PSDB-MG), que lá pelas tantas disse assim: “Vossa Excelência
apequena esta Casa”.
Viva Aécio, o presidente – derrotado – de
todos brasileiros!
Isso foi no dia 4 de fevereiro. Na última
terça-feira à noite, 3 de março, portanto um mês depois do barraco a que todos
assistimos no plenário do Congresso, o mesmo Aécio, ele mesmo, subiu até a
Mesa, onde estava Renan, para cumprimentá-lo por ter devolvido ao Executivo a
MP que revisa as regras da desoneração da folha de pagamento de setores
produtivos.
Na ocasião, Aécio, aquele mesmo de 4 de
fevereiro, disse assim no dia 3 de março: “Tivemos embates diversos, mas Vossa
Excelência se comporta, neste instante, como presidente do Congresso Nacional e
de todos os brasileiros”.
Hehehe.
Dilma nas cordas.
Viva Renan, o nosso herói, o presidente de
todos os brasileiros!
Viva Aécio, o presidente – derrotado – de
todos os brasileiros!
Os dois, Renan e Aécio, são eles e suas
circunstâncias.
Dilma é ela e as circunstâncias... dos
outros.
Por: Poster
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