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sábado, 18 de junho de 2016

DESCASO – NAVIO HOSPITAL ABARÉ ESTÁ ABANDONADO EM SANTARÉM.

Navio Hospital está ausente da assistência aos ribeirinhos desde agosto de 2015

Navio hospital está parada desdeo ano passado e ribeirinhos sofrem com doenças


Desde agosto de 2015 que o Navio-hospital Abaré deixou de dar assistência às comunidades ribeirinhas e a vereadora Ivete Bastos (PT) cobrou a volta desse serviço de atendimento à saúde. Por conta da falta de assistência do Abaré, centenas de ribeirinhos procuram diariamente os serviços médicos em Santarém, onde alguns deles padecem em filas gigantescas.

A cobrança de Ivete Bastos foi feita em entrevista à nossa reportagem. De acordo com ela, “mesmo que não fosse o que o ribeirinho esperava, mas através do navio Abaré eles tinham o atendimento básico à saúde”. Em sua análise, o fato de o navio Abaré ter se ausentado desde agosto de 2015, do atendimento à saúde dos ribeirinhos, representa um prejuízo para o Município.

De acordo com a vereadora Ivete, desde essa época tem mulheres em comunidades ribeirinhas que deixaram de fazer o exame preventivo do câncer uterino, serviço que era prestado pelo navio hospital Abaré, além de outros, como atendimentos odontológicos, medição da pressão arterial, atendimento ao diabético, entre outros. “Com certeza a ausência desse atendimento prejudica em muito a população ribeirinha”, lamenta Ivete Bastos.

Segundo ela, o governo alega que foi aumentado o número de postos de atendimentos de saúde do ribeirinho, mas Ivete analisa que a dificuldade dos ribeirinhos é o deslocamento para esses locais onde estão esses postos.

Ivete Bastos argumenta que o atendimento prestado aos ribeirinhos no interior do município de Santarém, por meio do Abaré, vinha sendo visto como um modelo nacional de atendimento à saúde. Além de pedir o retorno do navio-hospital, com atendimento aos ribeirinhos, Ivete Bastos está sugerindo à Mesa Executiva da Câmara que a Comissão de Saúde do Poder Legislativo seja reordenada, para que possa atuar em questões como essa.

ACORDO: Um acordo judicial firmado entre o Ministério Público Federal (MPF), a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e a Organização Não Governamental Térre de Hommes (TDH) garantiu a permanência definitiva do navio-hospital Abaré, em Santarém, oeste do Pará, para atendimentos às populações ribeirinhas do Tapajós, conforme informou o Ministério Público Estadual (MPE), no dia 8 de janeiro deste ano.

A embarcação que era de propriedade da TDH foi adquirida com recursos do Ministério da Saúde para a Ufopa, em condições estabelecidas em termo já homologado judicialmente.

Na época, o Ministério Público Estadual (MP/PA), por meio do promotor de justiça Túlio Chaves Novaes, informou que acompanha o processo desde 2012, quando o MP instaurou procedimento para garantir a permanência do Abaré na região. Já o MPF instaurou Inquérito Civil em 2013, no âmbito do qual foi homologado o acordo, uma vez que os recursos e instituições envolvidas são da esfera federal. Além do representante do MP/PA, assinaram o termo a procuradora da República, Fabiana Keylla Schneider (MPF), a reitora da Ufopa, Raimunda Nonata Monteiro, e o representante da TDH, Rodrigo Pellegrino de Azevedo.

De acordo com o MP, o documento considera a necessidade de aquisição da Tecnologia Social desenvolvida pela TDH pela Ufopa, o que garante às populações ribeirinhas de Santarém, Belterra e Aveiro a continuidade das políticas públicas voltadas à saúde local.

GESTÃO: Em dezembro de 2013, a reitora da Ufopa, Raimunda Monteiro, e o coordenador de saúde do Projeto Saúde e Alegria (PSA), Fábio Tozzi, participaram de uma reunião com o Ministro da saúde, em Brasília, onde foi confirmada a escolha da Ufopa como nova gestora do Abaré I.

O fator determinante para a escolha da Ufopa como a nova gestora do navio-hospital foi a proposta preliminar de criação do Instituto de Saúde Coletiva (Isco), que formaria profissionais da área de saúde com foco diferenciado na atenção primária à saúde da família e das comunidades de periferia das cidades, com equipes multidisciplinares.

VEREADOR COBRA RETORNO DOS SERVIÇOS: Em contato com nossa reportagem, o vereador Dayan Serique (PPS) cobrou a retomada das ações de saúde do Abaré I nas regiões de rios do Tapajós e do Arapiuns. “As comunidades ribeirinhas do Tapajós e do Arapiuns não podem ficar sem esse serviço essencial. A Prefeitura entregou unidades de saúde ampliadas e reformadas para algumas comunidades, como Boim e Parauá, mas as ações do Abaré I são de extrema importância e ajudam principalmente aquelas comunidades que ainda não possuem postos de atendimento. Estes serviços são de Odontologia, exames laboratoriais, atendimentos médicos etc. Em nome desses ribeirinhos, cobramos a retomadas das atividades do Abaré I”, reivindicou Dayan Serique.

PARALISAÇÃO DE ATENDIMENTOS DO ABARÉ GERA REVOLTA: A vereadora Ivete Bastos (PT) também se manifestou sobre a longa paralisação do barco Abaré, que vem causando calamidade na saúde da população ribeirinha do município de Santarém. Ivete Bastos destaca a importância que o Abaré tem para a população ribeirinha de Santarém, sendo reconhecido até mesmo no exterior, como modelo apropriado para levar a saúde a esses comunitários.

A Vereadora também discute sobre o trabalho que era feito pelo Navio nessas comunidades que na maioria das vezes são muito distante de Santarém. “O Abaré era a ponte dos comunitários com a saúde”. Com a presença do tratamento levado pelo Abaré, os comunitários começaram a se cuidar mais, a ter uma alimentação mais completa e saudável. Serviços básicos como: vacinas para as crianças, o Preventivo de Câncer do Colo Uterino (PCCU) para as mulheres, verificação de glicemia e glicose, são alguns dos mais importantes serviços que o Abaré levava para a população. “Embora demorada o retorno do Navio com esses serviços, alguns dos atendimentos tinham soluções imediatas de tratamento” relatou Ivete.

Mas a principal denúncia e questionamento da vereadora Ivete é que, segundo informações, o Ministério da Saúde repassa cerca de 80 mil reis para a manutenção da embarcação e desde agosto de 2015 o atendimento está suspenso. “Vários Pedidos de Informação já saíram dessa Casa para SEMSA e nunca nos responderam ou deram qualquer explicação sobre esse assunto”, informou Ivete Bastos.

A Vereadora relata que essa demora por explicações está implicando em uma denúncia junto ao Ministério público Estadual (MP) e ao Conselho Municipal de Saúde, que hoje faz uma reunião e tendo o assunto Abaré como uma de suas pautas principais. Mais de 200 comunidades ribeirinhas no entorno dos rios Tapajós e Arapiuns, deixaram de ser atendidas e a Vereadora fala que o Governo Municipal usa como desculpa a implantação de várias Unidades Básicas de Saúde (UBS), mas que não tem como atender a todos os comunitários já que não existe um transporte que circule e faça a locomoção deles.

Por: Carlos Cruz


Fonte: RG 15/O Impacto

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