O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, disse nesta sexta-feira que as investigações da Operação Lava Jato, da
Polícia Federal, revelaram um grande esquema de lavagem de dinheiro.
"Nunca viu tanto dinheiro", afirmou Janot, ao comentar dados da
operação aos quais teve acesso. O procurador participou de um café da manhã com
jornalistas.
Ele nomeou uma força-tarefa do Ministério
Público para dar celeridade aos trabalhos, mas ressaltou que a conclusão dos
inquéritos não será rápida, devido à complexidade das investigações.
De acordo com informações do Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os acusados movimentaram mais de R$
10 bilhões. Janot disse que era "um esquema enorme de lavagem de
dinheiro" e que o dinheiro era usado para mais de uma finalidade.
"Tem campanha [política], tem corrupção, são vários os destinatários e
destinos dessas importâncias. O volume de dinheiro é enorme e as investigações
prosseguem. Nunca vi tanto dinheiro na minha vida”, enfatizou.
Investigação
Deflagrada no dia 17 de março deste ano, a
Operação Lava Jato, da Polícia Federal, desarticulou uma organização que tinha
como objetivo a lavagem de dinheiro em seis estados e no Distrito Federal.
Segundo a Polícia Federal, o grupo
investigado, “além de envolver alguns dos principais personagens do mercado
clandestino de câmbio no Brasil”, é responsável pela movimentação financeira e
lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes
como tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação
fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvio
de recursos públicos.
A operação foi intitulada Lava Jato porque o
grupo usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o
dinheiro.
Em um dos inquéritos, são investigados
supostos desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima,
em Pernambuco. No processo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o
doleiro Alberto Youssef e outros acusados são investigados por lavagem de
dinheiro. Segundo o Ministério Público, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões e
os gastos já chegaram a R$ 20 bilhões.
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