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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

AS VIÚVAS DE MARIDOS VIVOS DO GARIMPO E OS ÓRFÕES DE PAIS VIVOS

A vida do garimpo é balizada pela produção de ouro e a vida social, afetiva e sexual do garimpeiro e das mulheres é diretamente decorrente do “timing” desta produção. Esta vida social formou nas zonas garimpeiras uma sociedade diferenciada com células familiais atípicas.


Bonito de frente VS feio de frente, terminologia garimpeira que significa que esta bonito quando tem ouro e esta feio sem.


Os garimpeiros profissionais experimentam diversas fases de belezas e feiuras durante a sua vida no trecho e a cada fase de beleza arranja mulher nova e bonita na proporção de sua própria beleza.


O relacionamento que devera perdurar o mesmo tempo que a sua própria boa fase ira criar diversas famílias com filhos a cada momento áureo; intercalados a estas fases áureas, há as fases críticas, das vacas magras e feiura e a mulher seguira naturalmente para outras belezas momentâneas.


Destas fases nascem filhos, geralmente um ou dois e há garimpeiros que somam mais de 20 filhos com mais de 12 mulheres fixas.


Da mesma maneira, raras são as mulheres que tem filhos do mesmo homem e raros são os filhos criados pelas próprias mães.


Não se pode jogar a culpa só nas necessidades de sobrevivência das mulheres, também existem homens que simplesmente esquecem-se da mulher e dos filhos, arrumam outra mulher, que não raro largam para trás também, e tal qual um serial killer saem espalhando um monte de VIUVAS DE MARIDOS VIVOS e ÓRFÕES DE PAI VIVO.


Felizmente, tratando-se de mães, a cada mãe irresponsável nasce uma mãe alternativa, dentro da família desta e às vezes ate fora dela. No caso dos pais, difícil é encontrar pai alternativo a não serem os padrastos.


Entretanto, nem todos os garimpeiros abandonam os filhos, alguns ajudam e até formam os filhos, mas há muitos casos, infelizmente de abandono total, uns ate se escondendo no garimpo para fugir das cobranças tanto dos filhos como dos oficiais de justiça; há também casos de AFETO RETARD, essencialmente em direção aos filhos já adolescentes que são chamados pelos pais aos garimpos para ajuda lós e as mães os mandam com alegria para afasta lós do problema das drogas nas cidades. E o ciclo recomeça com netos órfãos de avôs vivos.


A mãe também não esta presente, pois fica no garimpo no intuito de conseguir o dinheiro que remete para uma tia ou avo das crianças na cidade e só se comunica com eles via radio.


No fundo, ambos. Homens e mulheres estão espalhando órfãos do garimpo, formando famílias mais parecidas de clãs onde todos são meio irmãos e esses meio irmãos se relacionam com outros meio irmãos de outros pais ou mães da mesma grande família.


A liderança deste clã esta momentaneamente nas mãos do garimpeiro por ora bonito de frente e bamburrado que consegue ajudar ló e dos funcionários públicos em funções nas cidades periféricas do garimpo e amantes ocasionais das mulheres mais novas do clã;

Se pode ocorrer afeto e transferência de conhecimento paterno dentro desses clãs, jamais há transferência de  valores a não ser os valores da sobrevivência.


Há uma similaridade na sua distribuição com meio irmãos com as tribos muçulmanas do oriente médio, só que as tribos muçulmanas baseiam se numa lei religiosa fortíssima com uma liderança clara do patriarcado e transferência rigorosa dos valores ancestrais, o que não é o caso dos nossos clãs do garimpo.


Esses clãs familiais são muito mais fortes do que se imaginam, com ajuda mútua entre meios irmãos e tios e se um dos membros for preso, todos se unirão para ajudar a revelia da lei, da própria razão e independentemente da culpa do membro preso.


Não é mais a imagem da célula familial tradicional ao redor da mesa de jantar, mas dezenas de pessoas de origem diferente ao redor de uma churrasqueira no fim de semana.


O resultado disto não mostra sempre uma conclusão óbvia de miséria financeira, pois há muitas formas de escapa, muita entre ajuda, muito dinheiro circulando originado do ouro, ou da política, tanto para a mulher que pode arranjar outro companheiro, se prostituir ou conseguir ajuda, como para os filhos, mas os resultados nas formas psicológicas nas crianças e adolescentes resultantes destes casamentos temporários são escancarados nos índices de evasão escolar, estupros de adolescentes por padrastos, baixo rendimento da aprendizagem, indisciplina, dependências sucessivas, alcoolismo, drogas e prostituição nas escolas das cidades paraenses próximas aos garimpos e nas cidades maranhenses fornecedoras de garimpeiros, mas isto é um assunto que iremos tratar especificamente em postagem ulterior com especialistas escolares, inclusive psicólogos das escolas municipais e estaduais destas cidades.


Felizmente, observamos que alguns filhos, empurrados pelos seus próprios esforços e talvez por causa da adversidade e das características da VIDA REAL se sobressaem e conseguem criar um lugar ao sol e ate ajudar o clã todo de onde eles se destacaram. Não seria de nada impossível alguns grandes homens ou mulheres emergir destes clãs primitivos ligados ao garimpo.


19:41  JORNAL DO OURO  NO COMMENTS

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