A Polícia Federal no Pará cumpriu 14 mandados
de condução e três mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana de
Belém na manhã de terça-feira (30). A ação faz parte das investigações sobre
uma fraude na folha de pagamento da UFRA (Universidade Federal Rural da
Amazônia). Todas as 14 pessoas já foram localizadas e prestaram depoimento na
manhã de hoje na sede da Polícia Federal, em Belém, e foram liberadas em
seguida. Os policiais também apreenderam materiais referentes às investigações
na Universidade como computadores, documentos e outras mídias que serão
analisadas. O valor da
fraude estaria perto dos R$ 3 milhões, segundo a Polícia
Federal.
Segundo a PF, o objetivo da operação foi
desarticular um grupo de servidores que agiam inserindo dados falsos no sistema
do Governo Federal, aumentando os valores registrados nas folhas de pagamento
da Universidade. Os valores teriam chegado a 52% sobre o vencimento base.
A denúncia ainda está sendo investigada. ‘Na
manhã de hoje ouvimos essas pessoas que estariam envolvidas ou conheciam as
fraudes. Importante ressaltar que a denúncia partiu dos próprios funcionários
da UFRA e essas pessoas são suspeitas ainda’, explicou o delegado Uálame
Machado ao ORM News.
Ainda segundo o delegado, durante as
investigações, os dados que os servidores repassavam ao sistema do Governo
Federal serão cruzados com dados da CGU (Controladoria Geral da União) para ver
se são compatíveis. ‘São entre 92 a 422 funcionários da universidade que
estariam recebendo este benefício que se chama Incentivo à qualificação de
mestrado. O estranho é que muitas pessoas estariam recebendo sem ter esse
direito’, explicou. O delegado ressaltou ainda que a fraude foi detectada no
final de agosto deste ano.
Ainda de acordo com o delegado, se ficar
comprovado o crime, os envolvidos serão indiciados por peculato, inserção de
dados falsos em sistema de informação e crimes contra a administração Pública
Federal. A Polícia Federal tem 30 dias para concluir as investigações, mas o
prazo pode ser ampliado. A operação ‘Strict Sensu’ contou com 57 policiais
federais e oito auditores da CGU
(Controladoria Geral da União).
Em nota, a UFRA disse que as denúncias foram
repassadas pelo próprio reitor da instituição à Polícia Federal no começo deste
mês, desde que foram identificadas irregularidades na folha de pagamento da
instituição, comprovadas através dados e documentos. ‘No momento da denúncia,
27 servidores estariam recebendo benefícios incompatíveis com o cargo que
ocupavam ou com a titulação que possuem’, diz a nota.
A nota reitera ainda que dois servidores da
instituição, responsáveis pela alimentação do sistema, foram afastados do cargo
por 60 dias e encontram-se respondendo a um processo administrativo, assim como
os demais servidores investigados.
‘O Processo Administrativo foi instaurado no
dia 8 de setembro, e dependendo das investigações pode acarretar desde
advertência à exoneração, penalidades previstas no Regime Jurídico Único.
Comprovadas as irregularidades, os servidores terão que ressarcir os recursos
desviados, ao Tesouro Nacional. O quantitativo de servidores investigados, o
valor dos recursos ilegalmente aprorpriados e demais informações encontram-se
sob sigilo de justiça’, esclarece a nota.
A UFRA ressaltou que está colaborando com a
Polícia Federal e a Controladoria Geral da União durante as investigações.
Fonte: O Liberal
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