Desde 2003, ano da primeira legalização de um
plantio de sementes de organismos geneticamente modificados (OGM) no Brasil,
cada vez mais agricultores adotam e investem nessa tecnologia. Segundo o
Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia
(ISAAA), em 2014, foram 42,2 milhões de hectares plantados com transgênicos. No
ano passado, a taxa de adoção da soja transgênica alcançou 93%, do milho, 82% e
do algodão e 66%.
Pelo quinto ano consecutivo, o País perde
apenas para os Estados Unidos em área de cultivo de transgênicos, com cerca de
23% do total mundial, conforme o relatório do ISAAA, divulgado recentemente.
De acordo com a publicação, no mundo, os
grãos modificados geneticamente são cultivados em 170 milhões de hectares. Os
EUA, por exemplo, utilizaram transgênicos em 70,3 milhões de hectares, o
equivalente a 40% do total global (2013).
Ainda conforme o relatório, o Brasil é o que mais cresce em
área para produção de transgênicos, evolução de 10% no ano passado. Entre 2012
e 2013, o crescimento acumulado foi de 3,7 milhões de hectares no Brasil, o que
representa mais que o triplo da média mundial, que foi de 3%.
“Os organismos geneticamente modificados
representam mais uma fermenta poderosa para ajudar o agricultor realizar o
manejo no campo e reduzir as perdas em virtude do ataque de pragas, além de
poupar recursos naturais, como a água”, afirma Adriana Brondani,
diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB).
“As variedades transgênicas que já estão no
mercado contribuem para isso”, afirma Adriana. Ela ressalta também que, como o
manejo das plantas geneticamente modificadas (GM) é mais flexível e elas
expressam características agronômicas, o uso de insumos pode ser
racionalizando, resultando em economia de água. Além disso, ela afirma que
plantas com tolerância à seca, que conseguem se desenvolver mesmo em situações
de escassez hídrica, têm ainda mais potencial para economizar água.
Segundo o ISAAA, nos Estados Unidos, 275 mil
hectares já estão sendo cultivados com um milho que expressa essa
característica (tolerância à seca). Este evento transgênico foi doado à
parceria público privada africana Water Efficient Maize for Africa (WEMA) com o
objetivo de adaptá-la aos biomas do continente e disponibilizá-la aos
agricultores até 2017. No Brasil, diversas empresas pesquisam variedades que
apresentam essa inovação, entre elas, a Embrapa Soja.
De acordo com Adriana, as principais
novidades em transgênicos para o País, emcurto prazo, para as commodities
(soja, milho e algodão), são as sementes que combinam tolerância a diversos
herbicidas e resistência a insetos.
“Inclusive, a CTNBio, instância colegiada
vinculada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável
pelas análises de biossegurança no Brasil, está analisando plantas resistentes
a outros herbicidas, com o objetivo de permitir que os agricultores realizem a
rotação de princípios ativos”, anuncia.
Em médio e longo prazos, ela afirma que já é
possível pensar em plantas resistentes a estresses abióticos, como soja, milho,
cana-de-açúcar e eucalipto tolerantes à seca, e variedades com propriedades
nutricionais melhoradas, entre as quais, alface com mais ácido fólico, soja com
mudança no perfil oleico, eucaliptos com melhor qualidade de madeira.
Fonte: Agrolink (foto: Edson Rodrigues/arquivo)
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