Todos os professores dão cartão vermelho para
gestão de Eliene Nunes em Itaituba
Após inúmeras reuniões frustradas, na
tentativa de estabelecer um entendimento quanto a sua campanha salarial 2015 e
outros temas atinentes a educação, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação
Pública do Pará, SINTEPP jogou a toalha e decidiu radicalizar. A gota d’água
foi não apresentação de propostas da secretária Uzalda Miranda que ignorou os
demais itens da pauta do Sindicato e concedeu readequação do piso de 5% para
Ensino médio e ainda desconsiderando o pessoal de apoio.
Nos cinco encontros entre sindicalistas e
governo a ladainha do lado de lá foi sempre a mesma, o Município não tem
dinheiro, gastou mais do que arrecadou só com folha de pagamentos em relação ao
Fundeb.
Para tentar forçar uma negociação o Sintepp
promoveu na manhã de quinta-feira, dia 19, um ato publico em frente à Semed,
com faixas,cartazes e carro de som.
Celso Noronha, que compõe a coordenação do Sindicato,
disse que a Prefeita foi categórica em demonstrar má vontade e desrespeito para
com a categoria ao afirmar que não tem dinheiro e que não tem nenhuma proposta
de negociação, demonstrando segundo ele, que com esse radicalismo só dificultou
um possível dialogo.
O Sindicato tem exigindo documentos com
números que comprovem de que forma o Município vem gastando o que arrecada,
tanto das verbas carimbadas quanto da arrecadação própria sem respostas.
Por outro lado o governo impôs uma condição
inexorável aos sindicalistas para abrir uma negociação que viabilize uma
proposta. Exige que o Sintepp prove que o Município tem dinheiro para conceder
o aumento. Os coordenadores consideraram risível a vaga informação de que o
Município gastou 98% do Fundeb só com folha salarial.
Professores se vestiram de preto para
simbolizar a morte da educação no Município
Nem sequer o piso que sempre foi pago pelas
gestões anteriores foi levado em consideração pelo governo. Representando o
Sindsaúde que também está se mobilizando para garantir aumento e outros
direitos, o professor Felipe Gomes disse que a Prefeita anunciou redução de 10%
na folha e depois anunciou que aumentaria 10% sem deixar claro as questões, o
que para o sindicalista demonstra falta de compromisso e transparência com a
coisa pública.
Nas negociações, técnicos do governo usaram
como referência para negar pedido de aumento, o impacto causado pela folha do
mês de outubro do ano passado, considerando, também, o programa Mais educação.
Suely Souza criticou o governo que alega
falta de dinheiro, lembrando que nesses dois anos a prefeita Eliene Nunes não
construiu nenhuma escola, tendo como única obra municipal a reforma da Praça do
Congresso que se encontra abandonada. Trabalhando apenas com verba federal, no
caso dos ginásios poliesportivos e outras obras que mesmo assim estão
inacabadas.
Protestos pelas ruas da cidade
A sindicalista questiona: E para onde está
indo o dinheiro que o Município arrecada? Falou sobre as condições desumanas a
que professores são submetidos na escola Águia do Saber, já existindo denúncias
no MP para fechamento da mesma. Suely ironizou o fato de exatamente uma
educadora estar massacrando a categoria, reiterando suas críticas a quem antes
pregava direitos e hoje está negando direitos, numa alusão a Eliene Nunes que é
professora e que se tornou a maior decepção da história política de Itaituba.
Os coordenadores foram unânimes em afirmar
que o governo vinha tratando a categoria como se fossem burros, apresentando
números fantasiosos que não expressam a realidade financeira do Município, ao
dizer que não tem dinheiro para pagar aumento salarial. Dadas as informações
foi aberta inscrição para intervenções dos filiados.
Professor Paulo Sérgio teceu críticas
afirmando que quase 98% dos professores votaram na Prefeita, mas assegura que
agora eles estão revoltados e estão aderindo em peso a greve. Vainor, que tem
boa liderança entre a categoria no Sintepp, disse que Eliene Nunes vai voltar
para a sala de aula porque ela não vai se reeleger em 2016, se depender dos
professores onde perdeu todos os votos conquistados na última eleição, sendo
aplaudido por seu discurso.
Prefeita perdeu os votos da categoria..
Outros professores contestaram a Semed ter
obrigado educadores a irem para salas de aula aos sábados vendo nisso falta de
planejamento. Rebatendo o argumento da Prefeita e da Secretária de Educação
sobre a falta de dinheiro, professores questionam que a Prefeita repassou
dinheiro para a Câmara dando direito a cada Vereador contratar mais dois
assessores e não tem recursos para negociar com a categoria.
Após a reunião relâmpago com a Secretária, os
professores saíram pelas ruas principais protestando contra o que consideram
total descaso para com a educação do Município.
Em seguida o Sintepp promoveu durante a manhã
e tarde de quinta-feira, uma assembléia aonde por aprovação unânimes foi
deflagrada a greve, comunicada de imediato à Prefeita, Secretária de Educação e
diretores de escolas, através de oficio como manda a lei que seja feito 72 e
duas horas antes.
Fonte: RG 15/O Impacto e Nazareno Santos
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