Revoltados com o bloqueio dos índios na
BR-163, no trecho entre Nova Santa Helena e Itaúba (cerca de 95 quilômetros de
Sinop), os caminhoneiros e carreteiros bloquearam o acesso a um desvio por
estradas em algumas fazendas e estava sendo usado por carros e caminhonetes.
Uma policial rodoviária explicou, ao Só Notícias, que os motoristas teriam se
irritado com a passagem dos veículos e caminhões carregados não conseguem. Eles
resolveram trancar o acesso à estrada, como forma de protesto, e para forçar a
liberação total da rodovia federal pelos índios que estavam fazendo bloqueios
desde a semana passada, com poucas horas de intervalos.
A PRF ressaltou que o desvio pelas
propriedades particulares “não é o que temos recomendado. A rota que indicamos
é uma rodovia estadual que passa pelos municípios de Marcelândia, Cláudia e
Sinop e o acesso fica longe do ponto de bloqueio dos indígenas. Até onde
sabemos, este caminho ainda está liberado”. Um leitor de Só Notícias informou
que há uma rota alternativa que começa no trevo de Juara e dá acesso à Usina
Hidrelétrica de Colíder. Segundo ele, a estrada está em boas condições e até
mesmo caminhões pesados conseguiriam passar.
A fonte ainda informou que a situação na
BR-163 permanece a mesma e o bloqueio já chega a 30 horas ininterruptas.
“Estamos tentando o diálogo com os líderes indígenas para conseguir pelo menos
1 hora de intervalo. Até agora, não houve avanços nas negociações e o tráfego
permanece bloqueado por tempo indeterminado”.
A fila de caminhões estacionados chega a 2
quilômetros, no lado da cidade de Nova Santa Helena. No outro lado da
manifestação, não há congestionamentos, entretanto, a maior parte dos
caminhoneiros aguarda o desfecho das negociações na cidade de Itaúba.
O protesto dos indígenas tem causado revolta,
inginação para quem precisa trafegar na 163. Muitas empresas, caminhoneiros e
carreteiros que dependem da entrega de produtos para receberem frete e centenas
de profissionais liberais que precisam se deslocar de uma cidade para outra e
desempenharem suas atividades estão tendo muitos prejuízos. Só ambulâncias
estão passando.
Conforme Só Notícias já informou, os índios das tribos Terena e Maben-Grokre
pedem a saída da coordenadora de Saúde Indígena e prometem liberar a rodovia
apenas quando a exoneração for publicada no Diário Oficial da União.
O bloqueio teve início na sexta-feira (30)
por 60 indígenas que colocaram pedaços de madeira e pneus e atearam fogo. Além
da exoneração da coordenadora, os índios também reclamam das obras de
saneamento e postos de saúde inacabados, falta de remédios e profissionais,
diminuição no número de viaturas, falta de infraestrutura nas bases de
atendimento, ausência de combustíveis para carro, barco e avião, além de
motores geradores e placas solares que utilizam para obter energia e conservar
medicamentos e carência de horas de voo para urgências.
03/02/2015 - 14:02
Fonte: Só Notícias/Herbert de Souza
(foto:divulgação/arquivo)
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